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Capacidade nuclear e 'espinha dorsal' da Força Aérea dos EUA: conheça o bombardeiro B-52, que sobrevoou a costa da Venezuela

As aeronaves se juntam a uma frota militar composta por pelo menos oito navios americanos, um submarino nuclear e um esquadrão de caças de guerra F-35 que está estacionada no mar do Caribe em meio a uma escalada de tensões entre o governo Trump e o regime Maduro.

O B-52 é um modelo fabricado pela Boeing, com capacidade para ataque nuclear. O avião carrega armas de alta precisão e pode voar por mais de 14 mil quilômetros sem reabastecer. É considerado a espinha dorsal da força de bombardeiros estratégicos dos Estados Unidos. (Veja mais sobre o bombardeiro em infográfico abaixo)

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As aeronaves americanas foram vistas sobrevoando a chamada “FIR” —Região de Informação de Voo, na sigla em inglês—, área fora do território venezuelano, mas sob jurisdição do país. Segundo imagens do site de monitoramento aéreo FlightRadar, a rota traçada pelos aviões lembrava um desenho obsceno, o que pode integrar uma estratégia de guerra psicológica do governo Trump.

Segundo a Boeing, o B-52 é "o bombardeiro mais capaz em combate do arsenal americano" e "um elemento essencial da estratégia de segurança nacional dos EUA". A aeronave fornece ao Exército dos EUA "capacidade imediata de ataque global" por sua capacidade de carregar armamentos de longo alcance e também precisão, sejam eles convencionais ou nucleares.

"Em conflitos convencionais, o B-52 pode realizar ataques estratégicos, apoio aéreo aproximado, interdição aérea, operações ofensivas de contramedidas e missões marítimas", afirmou a Força Aérea dos EUA em seu site.

Avião bombardeiro B-52 da Força Aérea dos Estados Unidos. — Foto: Divulgação/Boeing

Conheça o bombardeiro B-52

  • Fabricante: Boeing;
  • Início da operação: 1955;
  • Comprimento: 48,5 m;
  • Envergadura: 56,4 m;
  • Altura: 12,4 m;
  • Velocidade máxima: 1.050 km/h;
  • Autonomia em combate: 14.200 km;
  • Altitude máxima de voo: 15.000 m;
  • Peso: 83.250 kg (vazio) a 221.323 kg (máximo);
  • Arsenal: até 32 toneladas de armamentos variados, entre bombas nucleares e convencionais, minas e mísseis de diferentes configurações.

Veja ficha técnica do bombardeiro B-52 da Força Aérea dos Estados Unidos. — Foto: Equipe de arte/g1

Os B-52 têm oito motores e são operados pela Força Aérea americana e a Nasa. Ao todo, 744 unidades do bombardeiro foram fabricadas até hoje.

Apesar do tamanho, esses bombardeiros levam apenas cinco tripulantes: piloto, copiloto, oficial de sistemas de combate, navegador e um oficial de combate eletrônico.

Segundo a Força Aérea americana, os B-52 podem ainda ser equipados com dois sensores ópticos, um sistema infravermelho de visão frontal e pods de mira avançados, que aumentam a capacidade de ataque e eficiência de combate dos bombardeiros

Em operações noturnas, os tripulantes dos B-52 utilizam óculos de visão noturna para melhorar a visibilidade.

EUA bombardeiam barco perto da costa da Venezuela

EUA bombardeiam barco perto da costa da Venezuela

Desde setembro, os Estados Unidos vêm bombardeando barcos que, segundo o governo, pertencem a organizações narcoterroristas envolvidas no transporte de drogas para o território norte-americano.

O bombardeio mais recente foi autorizado na terça-feira (14), quando militares atingiram um barco em águas internacionais próximas à costa da Venezuela. Seis pessoas morreram, segundo Trump.

"A inteligência confirmou que a embarcação estava traficando narcóticos, estava associada a redes ilícitas de narcoterrorismo e transitava por uma rota conhecida de organização terrorista", publicou o presidente em uma rede social.

Essas operações, no entanto, têm sido alvo de críticas de entidades internacionais. A Human Rights Watch afirmou que os bombardeios violam a lei internacional por se tratar de "execuções extrajudiciais ilegais".

O tema também foi discutido no Conselho de Segurança da ONU na sexta-feira (10), que levantou preocupações sobre a execução de civis sem julgamento, além da possibilidade de uma escalada militar na região.

Já o governo da Venezuela pediu para que a comunidade internacional investigue os ataques, afirmando que as vítimas — que os EUA alegam ser narcotraficantes — eram apenas pescadores.

Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024. — Foto: AFP/Jim Watson

Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que o aparato enviado pelos EUA ao sul do Caribe é incompatível com uma operação militar para combater o tráfico de drogas.

"Se você olhar o tipo de equipamento enviado para a Venezuela, não é um equipamento de prevenção ou de ação contra o tráfico, ou contra cartéis", aponta o cientista Carlos Gustavo Poggio, professor do Berea College, nos EUA.

Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, avalia que os EUA podem estar se preparando para uma intervenção militar na Venezuela.

“É uma situação muito semelhante àquela do Irã, alguns meses atrás. O volume de recursos militares que os Estados Unidos transferiram para o Oriente Médio naquela ocasião, e agora para o Caribe, são indicações de que eles estão falando sério”, disse.

Veja a seguir o que se sabe sobre a operação dos EUA:

  • Pelo menos sete navios dos EUA foram enviados para o sul do Caribe, incluindo um esquadrão anfíbio, além de 4.500 militares e um submarino nuclear. Aviões espiões P-8 também sobrevoaram a região, em águas internacionais.
  • A operação se apoia no argumento de que Maduro é líder do suposto Cartel de los Soles, classificado pelos EUA como organização terrorista.
  • Os EUA consideram o presidente venezuelano um fugitivo da Justiça e oferecem recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão dele.
  • A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se recusou a comentar objetivos militares, mas disse que o governo Trump vai usar "toda a força" contra Maduro.
  • O site Axios revelou que Trump pediu um "menu de opções" sobre a Venezuela. Autoridades ouvidas pela imprensa americana não descartam uma invasão no futuro.
  • Trump vem se recusando a comentar se irá ordenar um ataque direto ao território venezuelano. Por outro lado, o presidente já autorizou que militares atirem contra caças da Venezuela que oferecerem risco à operação americana.
  • Enquanto isso, Caracas vem mobilizando militares e milicianos para se defender de um possível ataque. Civis também estão sendo treinados.
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