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Caso Monica Lewinsky e Obama de turbante: governo Trump usa site da Casa Branca para constranger ex-presidentes democratas

O governo Trump atualizou a página oficial da Casa Branca no site do governo dos EUA para incluir a reforma da Ala Leste do prédio, onde o republicano pretende construir um salão de baile. Mas essa não foi a única adição: também foram incluídas seções para constranger os últimos três presidentes democratas, Bill Clinton, Barack Obama e Joe Biden.

Boa parte da Ala Leste da Casa Branca vem sendo demolida desde a última segunda-feira (20) para dar lugar ao salão pretendido por Trump, que terá aproximadamente 8.400 metros quadrados e capacidade para jantares com 650 pessoas sentadas.

Ao colocar as informações sobre a obra no site oficial do governo, porém, a gestão Trump aproveitou para colocar mais conteúdo na seção sobre a história do prédio que abriga o governo dos EUA.

Site oficial da Casa Branca é usado para constranger ex-presidentes democratas — Foto: Reprodução/Casa Branca

Numa sequência que serviria para mostrar as mudanças em um dos prédios mais famosos do país, como a adição das alas e da sala de imprensa, funcionários do atual governo colocaram tópicos como "O escândalo de Bill Clinton", "A visita da Irmandade Muçulmana" e "Descoberta de cocaína".

"O 'affair' do presidente Bill Clinton com a estagiária Monica Lewinsky foi exposto, levando a investigações de perjúrio na Casa Branca. Os encontros no Salão Oval alimentaram o impeachment por obstrução", diz o primeiro item adicionado, na data de 1998.

O escândalo resultou de fato no impeachment de Clinton na Câmara dos Deputados – nos EUA, o processo não resulta em afastamento do cargo se não for aprovado pelo Congresso, o que não ocorreu.

Já no item referente a 2012, uma foto do ex-presidente Barack Obama de turbante aparece sobre o seguinte texto:

"Obama recebe membros da Irmandade Muçulmana, um grupo que promove o extremismo islâmico e tem ligações com o Hamas. A Irmandade Muçulmana é considerada uma organização terrorista por quase uma dúzia de países."

Naquele ano, o presidente do Egito era Mohamed Mursi, membro da Irmandade Muçulmana, eleito em votação direta para o cargo. Não está claro se o texto se refere à visita deste a Washington. A foto que ilustra o post não tem relação com o episódio.

Já a administração Joe Biden, um alvo frequente de Trump, é lembrado em duas menções. A primeira é a descoberta de um saco plástico com cocaína na Ala Oeste. Sem provas, o texto associa a descoberta a Hunter Biden, filho do ex-presidente.

No outro, uma montagem de Biden e uma mulher transexual lado a lado faz uma menção ao dia da visibilidade trans:

"O governo Biden/Harris recebe transexuais na Casa Branca em 2023 e estabelece o "Dia da Visibilidade Transgênero" no mesmo dia do Domingo de Páscoa em 2024."

Veja os vídeos que estão em alta no g1

Veja os vídeos que estão em alta no g1

A obra irá custar US$ 200 milhões - o equivalente a mais de R$ 1,1 bilhão - e será bancada pelo presidente e doadores, segundo a Casa Branca.

"A Casa Branca é um dos edifícios mais belos e históricos do mundo, mas atualmente não pode sediar grandes eventos em homenagem a líderes mundiais e outros países sem ter que instalar uma tenda grande e feia a aproximadamente 90 metros da entrada principal do edifício", diz o documento, justificando a construção.

Demolição da Ala Leste da Casa Branca para construção de salão de baile iniciada em 20 de outubro de 2025. — Foto: Reuters via BBC

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