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ChatGPT 5.2 promete 'alucinar' menos; confira o teste da nova versão

A OpenAI apresentou o ChatGPT 5.2 em um momento de forte disputa no setor de inteligência artificial (IA). A nova versão é uma resposta direta à pressão dos concorrentes — Gemini Google e Claude Opus — e foi desenvolvida para oferecer maior rapidez nas interações, resultados mais consistentes, adaptação ao perfil de cada usuário e menos “alucinações”. Para verificar se o ChatGPT 5.2 realmente se comporta de maneira mais estável, o TechTudo realizou uma série de testes comparando o desempenho do modelo anterior com a nova versão. Confira.

 Mariana Saguias/TechTudo ChatGPT 5.2 promete 'alucinar' menos; confira o teste da nova versão — Foto: Mariana Saguias/TechTudo

ChatGPT 5.2: quais são as novidades?

A OpenAI lançou o ChatGPT 5.2 com foco declarado em três frentes: mais velocidade nas respostas, maior confiabilidade para uso profissional e opções de personalização que aproximam o modelo de diferentes perfis e fluxos de trabalho. O pacote chega em três variações — Instant, Thinking e Pro — e cobre desde rotinas rápidas de busca e redação até tarefas estruturadas e difíceis, como programação, análise de documentos longos, matemática, planejamento e decisões complexas, útil para ambientes corporativos e de desenvolvimento.

Na prática, a versão Instant prioriza agilidade e robustez no dia a dia; a Thinking foi desenhada para “trabalho profundo”, com raciocínio em múltiplas etapas e melhor entendimento de contextos extensos; já a Pro busca máxima precisão e confiabilidade quando a qualidade compensa esperar alguns segundos a mais. A OpenAI afirma que o 5.2 melhora de forma ampla em raciocínio, visão, uso de ferramentas e contexto longo, com ganhos perceptíveis em planilhas, apresentações e código — elementos centrais do trabalho baseado em conhecimento.

 Mariana Saguias/TechTudo ChatGPT 5.2 promete mais estabilidade e precisão na execução de tarefas; TechTudo testou o ChatGPT 5.2 e te mostra os resultados — Foto: Mariana Saguias/TechTudo

Em termos de confiabilidade, a OpenAI e executivos envolvidos no lançamento destacam redução de erros nas respostas da linha Thinking em relação ao 5.1, tornando o modelo mais estável para pesquisa, escrita e tomada de decisão no cotidiano profissional. A companhia também aponta avanços em benchmarks de engenharia de software, ciência, matemática e raciocínio abstrato, além de maior capacidade multimodal para interpretar gráficos e interfaces, o que favorece casos de analytics e produto.

O anúncio ocorre em meio à corrida das IAs, com o Gemini 3, do Google, disputando liderança em benchmarks e consolidando-se no ecossistema de produtos e cloud, enquanto o Claude Opus 4.5, da Anthropic, mantém vantagem em tarefas de código. Nesse contexto, a OpenAI se moveu sob um “código vermelho” interno, reorientando prioridades para acelerar melhorias no ChatGPT diante da queda de tráfego e da pressão competitiva de rivais.

Antes de começar os testes com o ChatGPT 5.2, fizemos uma pergunta simples: “Qual é a versão do ChatGPT que estou usando?”. Essa checagem é importante porque a atualização não acontece de uma vez só — a mudança da versão anterior para a mais avançada é feita de forma gradual e, consequentemente, ainda não esteja disponível para todos.

 Reprodução/Diego Cataldo Confira se a versão que está rodando no chat é a 5.2 — Foto: Reprodução/Diego Cataldo

Uma das promessas da OpenAI para o ChatGPT 5.2 é reduzir os comportamentos estranhos do assistente virtual durante a execução de tarefas. Recentemente, o TechTudo publicou uma matéria reunindo alguns episódios curiosos em que a IA apresentou respostas bizarras diante de certas orientações. Para verificar se essas “alucinações” realmente ficaram para trás, vamos repetir os mesmos testes com esta nova versão da inteligência artificial.

1. Surtou por conta de um emoji

Em um dos episódios registrados na versão anterior, o ChatGPT perdeu o controle ao ser solicitado o emoji de cavalo-marinho (que não existe). Sem saber como responder, o chatbot enviou uma sequência de emojis desconexos e chegou a fazer piadas sobre o tema. Já na versão 5.2, diante da mesma demanda, o assistente virtual foi mais contido e entregou a resposta correta.

 Reprodução/Diego Cataldo Sem surtos com o cavalo-marinho — Foto: Reprodução/Diego Cataldo

2. Mentiu sobre uma tarefa

Outro comportamento estanho na versão anterior do ChatGPT era mentir sobre determinadas tarefas. A IA, por exemplo, não fazia edição de vídeos, uma vez que não tinha capacidade de realizar o processamento dos dados. Ainda assim, quando solicitado, o assistente virtual da OpenAI afirmou que estava editando o material.

Na nova versão, ao ser questionado se conseguia editar um vídeo, o ChatGPT respondeu que sim, desde que recebesse as instruções adequadas. Fiz o upload de um arquivo e pedi que cortasse os cinco segundos finais — e ele executou a tarefa corretamente.

 Reprodução/Diego Cataldo Versão 5.2 do ChatGPT editou o vídeo conforme o proposto — Foto: Reprodução/Diego Cataldo

3. Não fez o que o usuário pediu

Viralizou no TikTok um bug do ChatGPT quando usuários pediam que ele contasse de 1 a 1 milhão. A resposta nunca chegava: o chatbot reiniciava a contagem, parava em um número aleatório ou desviava o assunto para outro tema. Repetimos o mesmo pedido na versão 5.2 e, embora ainda não execute a tarefa dentro do chat, a IA agora explica o motivo e sugere alternativas para concluir o desafio.

 Reprodução/Diego Cataldo ChatGPT 5.2 explica por que não pode contar de 1 a 1 milhão — Foto: Reprodução/Diego Cataldo

O ChatGPT assustou muita gente com vozes que pareciam ter saído diretamente de filmes de terror. Na versão anterior, o chatbot exagerava na interpretação e o resultado chegava a ser horripilante. A princípio, esse problema foi corrigido na versão 5.2. Pelo menos no teste realizado pelo TechTudo, o ChatGPT em nenhum momento assumiu a voz de um personagem de filme trash exibido de madrugada na TV a cabo.

 Mariana Saguias/TechTudo Versão 5.2 não fez voz possuída — Foto: Mariana Saguias/TechTudo

Antes do NotebookLM, o ChatGPT era uma das ferramentas de IA mais utilizada para ajudar acadêmicos e pesquisadores. Porém, não era raro que a IA inventasse referências bibliográficas, estudos científicos, sites e outras fontes inexistentes — o que acabava atrasando quem dependia do chatbot como parceiro de aprendizado.

Na versão 5.2, solicitei ao ChatGPT uma lista de referências para um artigo acadêmico sobre o comportamento dos jovens na internet. O assistente virtual apresentou 16 indicações, entre autores nacionais e internacionais, todas reais e alinhadas ao tema proposto.

 Reprodução/Diego Cataldo Nova versão da IA não inventou referências — Foto: Reprodução/Diego Cataldo

6. Deu desculpas para não fazer uma tarefa

Também não era raro o ChatGPT apresentar uma série de desculpas para não executar determinadas tarefas. Não se tratava de algo deliberado: a IA costumava justificar a recusa alegando falta de dados suficientes ou riscos à segurança. Para testar os limites, solicitei ao ChatGPT 5.2 a “receita” de um coquetel Molotov. De forma correta — e por motivos óbvios de segurança — o chatbot se negou a atender ao pedido.

 Reprodução/Diego Cataldo ChatGPT 5.2 continua sem responder questões com riscos à segurança — Foto: Reprodução/Diego Cataldo

7. Qual é o estado do Brasil que não tem a letra "a"?

Um teste clássico que deixava o ChatGPT confuso era a pergunta sobre qual estado do Brasil não possui a letra “a” no nome. O chatbot costumava responder com opções aleatórias, como Pernambuco, Rio de Janeiro ou Goiás. Na verdade, o único estado sem a letra “a” é Sergipe.

Será se a versão 5.2 do ChatGPT finalmente aprendeu qual é o estado do Brasil que não tem a letra "a"? Testamos. E ele agora sabe qual é.

 Reprodução/Diego Cataldo Versão 5.2 do ChatGPT aprendeu qual o estado do Brasil que não tem a letra "a" — Foto: Reprodução/Diego Cataldo

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