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China mira indústria bélica dos EUA e restringe exportação de terras-raras

A principal vítima pode ser a indústria bélica americana, que movimentou US$ 968 bilhões em 2024. O Ministério do Comércio da China afirmou em nota que as medidas buscam impedir que metais de terras-raras sejam usados em tecnologias com possíveis aplicações militares.

O ministério disse que as exportações de terras-raras para fornecedores militares estrangeiros "não serão aprovadas". Governos e empresas estrangeiras afirmam, no entanto, que a maior parte das terras-raras seria usada para fins civis.

Apple, Nvidia e IA

Empresas americanas de tecnologia também serão afetadas. As terras-raras são essenciais para companhias como a Apple e Nvidia —gigante que produz chips que abastecem computadores, celulares e sistemas de IA, o principal motor de crescimento da economia global. Esta semana, a Organização Mundial do Comércio afirmou que o setor responde or quase metade do aumento do comércio global em 2025.

Jensen Huang (centro), CEO da americana Nvidia, discursa ao lado do presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca
Jensen Huang (centro), CEO da americana Nvidia, discursa ao lado do presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca Imagem: Jim Watson/AFP

Consideradas o "ouro do século 21", as terras-raras também são usadas em produtos da nova economia. Elas são utilizadas na fabricação de ímãs, motores elétricos de drones, robôs de fábrica e turbinas eólicas, por exemplo. A China refina 99% do disprósio do mundo, um tipo de terra-rara usada em chips para preservar a estabilidade magnética quando eles se superaquecem.

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Trump e Xi Jinping

 os dois vão se encontrar no final do mês para tentar aplacar tensões comerciais
Arquivo - Trump e Xi JIngping: os dois vão se encontrar no final do mês para tentar aplacar tensões comerciais Imagem: Kevin Lamarque/Reuters

Trump e Xi tem um encontro marcado no final do mês. Entre 30 de outubro e 1º de novembro, eles vão se reunir na cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico, na Coreia do Sul. A conversa será sobre as disputas comerciais entre os países, intensificadas desde que Trump iniciou a sobretaxa contra diversos países do mundo. A China já havia restringido as exportações de terras-raras para os EUA em abril, em resposta às tarifas impostas por Trump.

O anúncio de hoje deve fortalecer Xi Jinping na reunião. As restrições "ajudam a garantir uma posição forte para Xi se sentar com Trump", disse Neo Wang, analista da Evercore ISI, em nota.

Para especialistas, "a China está jogando duro". A medida "poderia colocar Pequim em posição de ter controle total sobre a cadeia global de suprimentos de IA e eletrônicos modernos", disse ao NYT Jimmy Goodrich, pesquisador sênior do Instituto de Conflito e Cooperação Global da Universidade da Califórnia.

A medida pode forçar Trump a investir na indústria de terras-raras. "Esta ação reforça a necessidade de uma política industrial americana mais progressista", disse um membro do Congresso americano à CNBC, pedindo anonimato. "Construir cadeias de suprimentos resilientes é uma questão de segurança econômica e nacional."

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