A evolução continuou, e hoje essa vibe é tão grande que, por aqui, pagamento não é só uma transação, é uma experiência.
Como tornar o pagamento mais rápido, seguro, inclusivo e integrado ao ecossistema do varejo de todas as verticais de negócio? Vamos analisar essa estratégia de negócio.
Muita gente conhece o Alipay, por exemplo, como um app de pagamentos, mas ele evoluiu e é muito mais que isso.
Ele nasceu como uma solução digital para facilitar e proteger as compras online em um tempo em que a confiança no e-commerce chinês ainda era baixa. A proposta era simples, mas revolucionária: o pagamento só seria repassado ao vendedor após a confirmação de recebimento da mercadoria pelo cliente. Ou seja, era uma plataforma, uma estratégia puramente de software.
Com o avanço dos smartphones, o Alipay se reinventou. Entre 2011 e 2015, popularizou o uso de QR Codes para pagamentos em lojas físicas, um dos maiores saltos na digitalização do varejo na China. Nessa época, bastava o lojista imprimir um QR Code e o cliente escanear com o app para fazer o pagamento. Era simples, rápido e extremamente acessível.
E o que era uma estratégia apenas de software passou a ser também física com a entrada dos dispositivos.
Então, a verdadeira transformação começou por volta de 2017, quando o Alipay passou a investir também no desenvolvimento de hardware.
A ideia era clara, oferecer experiências de pagamento mais seguras, rápidas e autônomas. Surgiram então os dispositivos inteligentes como leitores de QR Code de mesa, terminais com reconhecimento facial, sensores de palma da mão e totens de autoatendimento com tela, câmera e software embarcado.
Esses dispositivos, embora muitas vezes fabricados por parceiros, são totalmente integrados ao Alipay e considerados parte do ecossistema.
Hoje, o Alipay vai muito além de uma carteira digital. Ele oferece crédito, seguros, investimentos e soluções completas de pagamento físico e digital, tornando-se uma verdadeira plataforma financeira integrada.
A estratégia foi tão bem-sucedida que a China se tornou referência global em pagamentos sem atrito, com tecnologias biométricas que dispensam cartões, senhas ou até mesmo o uso do celular.
A evolução do Alipay mostra como inovação e adaptação às necessidades do mercado são essenciais para liderar a transformação digital. Se tivessem parado a inovação no software, certamente não seriam hoje do mesmo tamanho.
O Alipay tem investido fortemente em formas de autenticação cada vez mais rápidas, seguras e acessíveis. Hoje, a plataforma oferece diversas maneiras de validar um pagamento, cada uma pensada para atender diferentes perfis de usuários e contextos de uso.
A mais comum continua sendo o QR Code, onde o cliente escaneia um código e confirma a compra no aplicativo usando senha ou biometria. Essa foi a base da revolução dos pagamentos móveis na China. Com o tempo, no entanto, novas formas de autenticação foram sendo desenvolvidas para reduzir ainda mais o atrito na experiência de compra.
Uma das mais inovadoras é o reconhecimento facial. Chamada de "Smile to Pay", essa tecnologia permite que o cliente pague simplesmente sorrindo para um terminal com câmera. O sistema reconhece o rosto, cruza com os dados da conta do usuário e autoriza a transação em segundos. É rápido, eficiente e elimina completamente a necessidade de celular ou carteira.
Outra tecnologia em expansão é a leitura da palma da mão. Diferente das digitais, esse sistema escaneia os padrões únicos de veias e contornos da palma, oferecendo uma camada extra de segurança e sendo útil em situações onde o reconhecimento facial pode falhar (como o uso de máscara, iluminação ruim ou privacidade).
Essa tecnologia também é inclusiva, permitindo que pessoas com dificuldades de visão, idosos ou usuários sem smartphone façam pagamentos com facilidade.
Além disso, o Alipay continua oferecendo autenticação por senha e impressão digital no próprio app, principalmente em transações online. Mas o foco da empresa é oferecer múltiplas formas de validação para que cada usuário escolha o que faz mais sentido em seu dia a dia.
O objetivo não é apenas inovação tecnológica, mas também inclusão, garantindo que ninguém fique de fora da revolução dos pagamentos digitais.
Para quem vai como turista, pode-se usar os cartões internacionais (crédito, débito ou pré-pagos, como Wise e Nomad), mas não diretamente: é preciso cadastrar o cartão no app do Alipay ou WeChat, que fazem a intermediação da transação.
Ambos os apps cobram taxas: compras de até 200 yuans são isentas, e acima disso, há uma taxa de 3% sobre o valor.
O Alipay é mais amigável para turistas, aceita passaporte no cadastro e oferece o modo "Tour Pass", que permite carregar saldo em yuans e evitar essas taxas.
Já o WeChat Pay também aceita cartões, mas pode exigir número de celular chinês para algumas funções.
Cartões físicos raramente são aceitos, exceto em grandes hotéis.
Para economizar, usar o Alipay com Tour Pass é a opção mais prática e barata.
A China agora se prepara para um novo passo, que é a implementação da sua moeda digital. E, pra não variar, é o país que está mais avançado na implementação de uma CBDC.
A moeda é controlada diretamente pelo governo que tem como objetivo diminuir a concentração de transações dentro do Alipay e WeChat Pay. E aí, a coisa vai mudar radicalmente em breve.
Recentemente, o governo lançou o app e já é possível se cadastrar e cadastrar também os seus cartões de crédito e débito da mesma forma que os aplicativos privados e a notícia boa é que não tem cobrança de taxa.
Mas como ainda está em fase de experimentação, o app está disponível apenas para algumas regiões.
* é futurista, fundadora e diretora-executiva da Comunidade Moovers.
Opinião
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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4 meses atrás
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