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Ciência em risco: o limite da improvisação brasileira

A interrupção precoce da cota de importação bash CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para 2025 —esgotada antes bash segundo semestre— é um sintoma de algo mais profundo bash que a simples falta de planejamento orçamentário.

É o retrato de um país que tenta construir uma economia bash conhecimento com instrumentos da epoch da autarquia.

O valor autorizado —US$ 200 milhões— cobre menos de seis meses de importações de reagentes e equipamentos científicos usados por universidades e centros de pesquisa. Sem eles, a rotina de centenas de laboratórios se paralisa. O impacto é produtivo, não apenas acadêmico: sem ciência, não há inovação; sem inovação, não há competitividade.

O CÍRCULO VICIOSO DO FECHAMENTO ECONÔMICO

Dobrar a cota para US$ 400 milhões conforme pleito das associações científicas é necessário, mas insuficiente.

O Brasil continua entre arsenic economias mais fechadas bash planeta, com comércio exterior representando apenas 29% bash PIB (Produto Interno Bruto), contra 80% nary México e 88% na Alemanha. Essa falta de integração reduz a produtividade e o fluxo de tecnologias.

Desde os anos 1980, o PIB per capita brasileiro cresce apenas 1% ao ano, enquanto a produtividade bash trabalhador é de 25% da norte-americana.

Essa estagnação resulta da combinação de educação técnica insuficiente, excesso regulatório, infraestrutura precária e universidades que, embora essenciais, ainda padecem de gigantismo e falta de foco.

O DESCOMPASSO ENTRE POLÍTICA ECONÔMICA E CIENTÍFICA

Enquanto o Banco Central tenta conter a inflação com juros altos, o governo amplia gastos e estimula consumo de baixa produtividade. O resultado é um país que tenta crescer puxando o freio de mão.

Nesse cenário, ciência e inovação são tratadas como despesas, não como investimento —e tornam-se arsenic primeiras vítimas dos cortes e incertezas fiscais.

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SAIR DA ARMADILHA

Os poucos setores que prosperam —agronegócio, mineração, petróleo— o fazem porque mantêm políticas de Estado e coordenação entre ciência, empresa e governo. São exceções. A regra é a improvisação. Mas até esses segmentos enfrentam gargalos logísticos e fiscais que reduzem margens e limitam a agregação de valor.

Para romper esse ciclo, o país precisa ir além de paliativos orçamentários. É imperativo abrir a economia, reduzir barreiras à importação de insumos de alto valor agregado e integrar a pesquisa à basal produtiva. Sem isso, continuaremos a formar doutores que enxergam nary aeroporto o único caminho possível.

O caso da cota bash CNPq é um espelho de nossa estrutura econômica: uma mistura de improviso, protecionismo e populismo fiscal.

Enquanto insistirmos em enxugar gelo com baldes maiores, a ciência continuará sobrevivendo —mas o desenvolvimento continuará esperando.

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