A farmacêutica baiana Nelzair Vianna, pesquisadora da Fiocruz com estudos sobre o impacto sanitário e econômico da má qualidade do ar em ambientes internos, foi uma dos seis integrantes da delegação brasileira no evento. "Os impactos econômicos da poluição (externa e interna) são diversos", explica Nelzair. "Provoca absenteísmo (faltas), sobrecarrega o sistema de saúde e pode levar à morte, o que também é um problema econômico."
Ao realizar uma pesquisa sobre a situação em Salvador, em 2017, ela observou que a cidade, então com pouco menos de 3 milhões de habitantes, gastava R$ 19 milhões por ano com doenças causadas pela poluição. Um cálculo proporcional deste custo (já que Salvador, à época, tinha 1,4% da população brasileira), determinaria o gasto do país relativo à má qualidade do ar em quase R$ 1,36 bilhão — embora fatores regionais possam alterar significativamente a situação.
"No mundo, 1,2 milhão de dias de trabalho são perdidos por ano pelos impactos da poluição do ar na saúde, segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). O Banco Mundial estima uma perda do PIB global da ordem de US$ 6 trilhões, somando impactos na produtividade e na saúde", alertou outra representante brasileira no evento, a pesquisadora Beatriz Klimeck, que estuda o tema qualidade do ar na Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA).
Webberb Réquia, coordenador do Centro de Estudos em Meio Ambiente e Saúde Pública da FGV Brasília, afirma que "a exposição a altos níveis de poluentes, com baixa qualidade do ar, pode aumentar em até 23% o risco de internações por doenças do sistema respiratório e circulatório".
Segundo Leonardo Cozac, presidente da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), há muito pouco debate sobre o ar em ambientes fechados, como casas, escolas, trabalho, hospitais, academias e outros espaços. Mas, segundo dados levantados pela comissão, o ser humano passa pelo menos 90% do tempo nesses locais com menor circulação de ar e altas concentrações de material particulado, gases prejudiciais à saúde e baixa umidade.
"A poluição do ar interno pode ser pior que a externa, pois o ar de fora entra e se acumulam contaminantes internos, como o CO2 da respiração e gases raros como o radônio", comenta Cozac. "É importante se preocupar com a manutenção periódica do ar-condicionado e lembrar que o aspirador de pó, sem filtro adequado, deixa partículas prejudiciais à saúde suspensas no ar", adverte Cozac. Ele recomenda a instalação de exaustores, como os que são comuns em banheiros fechados, para dissipar o acúmulo de gases prejudiciais em ambientes com baixa ventilação.

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