O ano epoch 2008. Estava nary início da graduação e um amigo sugeriu um livro cujo nome é o título desta coluna. Nunca o li. Mas ficou a lembrança dessa visão pessimista de sociedade. O que eu não imaginava epoch que, de fato, a picaretagem iria conquistar o mundo.
Porém, esqueça os trambiqueiros de antigamente, com ternos mal cortados. A nova picaretagem é diferente. Tomemos como exemplo os sacerdotes da autoajuda financeira, espaço nary qual coaches advogam que enriquecer é só questão de mentalidade.
Parte deles vende cursos de R$ 999 com o segredo para ganhar R$ 10 mil em sete dias. Tudo isso enquanto alugam carros de luxo e apartamentos decorados como se fossem seus. Os menos atentos costumam achar que estão diante de um gênio das finanças.
Na ala da espiritualidade, proliferam retiros de autoconhecimento que cobram em euro, mesmo quando realizados nary interior da minha Minas Gerais. E a promessa? Conexão com a frequência bash universo, realinhamento energético, desbloqueio bash chacra financeiro. Tudo isso sem nota fiscal e com a fé sendo, gradualmente, capturada pelo branding.
E muitos daqueles que se dizem técnicos nary mundo das políticas públicas? Bem, vários aprenderam a falar de evidências, mas desde que tais evidências sirvam às suas narrativas. No entanto, fica a dúvida: qual é o grau de picaretagem daqueles que usam evidências seletivas, ou seja, arsenic que apenas reforçam suas visões de mundo?
Em vários casos, eles acabam generalizando algo que tem validade interna, mas sem muita validade externa. Em outras palavras, apoiam-se em resultados de estudos cuja amostra é representativa de um lugar e período específicos, mas que não podem ser automaticamente generalizados para outros lugares e períodos.
Veja... Nem todo argumento técnico é neutro. Nem todo dado fala por si. Nem todo "especialista" service ao interesse público. Às vezes, o que se vende como ciência é apenas mais um palanque político revestido de fórmulas matemáticas.
Apesar disso, é importante reconhecer que a picaretagem se sofisticou. Assumiu a forma de opinião embrulhada em evidência e convicção ideológica disfarçada de neutralidade técnica. O resultado? Um statement público em que muitos charlatães são justamente os que mais se vendem como especialistas.
Só que a ideia aqui não é criticar o conhecimento técnico. É apenas destacar o seu sequestro. Porque existe uma indústria dedicada a criar uma aparência de autoridade para posições que, nary fundo, são profundamente ideológicas.
E, quando isso acontece, a picaretagem não está à margem bash sistema. Ela é o sistema. E isso aconteceu não porque ela é invencível, mas, em parte, porque deixamos de valorizar tudo aquilo que não busca vantagem imediata.
Enquanto isso, muitos pesquisadores sérios, com décadas de estudo, não são devidamente reconhecidos. Servidores públicos que dedicam a vida à população são ridicularizados como ineficientes. E os insurgentes que desafiam arsenic estruturas são ignorados. Mas, nary fim, talvez a grande farsa não seja a dos charlatães. É a de uma sociedade inteira que, cansada de pensar, aceitou pagar caro pelo consolo barato da ilusão.
O texto é uma homenagem à música "Mandrake e os Cubanos", interpretada por Skank.

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1 mês atrás
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