Musk foi um dos principais investidores da campanha de Donald Trump e desembolsou cerca de US$ 200 milhões (R$ 1,15 bilhão) para ajudar a eleger o republicano. Recentemente, ele disse que vai trabalhar para cortar até US$ 2 trilhões em gastos desnecessários no governo.
Para esta missão, o bilionário trabalhará ao lado do empresário Vivek Ramaswamy. O futuro parceiro de Musk no Departamento de Eficiência também é bilionário e trabalha no setor de biotecnologia.
Ramaswamy tentou ser o indicado do Partido Republicano para a presidência, mas desistiu da campanha no início deste ano. Logo depois, ele apoiou Trump na corrida eleitoral.
Nesta reportagem você vai saber:
- O que Trump espera do departamento?
- Quais gastos Musk quer cortar?
- Qual a experiência de Musk em cortes de gastos?
- Os EUA já tiveram um departamento do tipo no passado?
1. O que Trump espera do departamento?
Donald Trump, ex-presidente e candidato a um novo mandato na Casa Branca, durante comício em Michigan — Foto: Carlos Barria/Reuters
Ao anunciar Musk no governo, Trump disse que o Departamento de Eficiência terá como objetivo eliminar o desperdício de dinheiro público e fraudes no orçamento norte-americano.
Segundo o presidente eleito, Musk e Ramaswamy deverão fazer mudanças na burocracia federal, com foco na eficiência e na redução de regulamentações excessivas.
"O Departamento de Eficiência Governamental fornecerá conselhos e orientações vindos de fora do governo e trabalhará com a Casa Branca e o Escritório de Administração e Orçamento para impulsionar reformas estruturais em larga escala", anunciou Trump.
O presidente eleito deseja que o órgão crie uma abordagem empreendedora para o governo. Para que isso aconteça, Musk e Ramaswamy deverão sugerir reestruturações nas agências federais.
Trump disse que a expectativa é que o departamento conclua seus trabalhos até 4 de julho de 2026, quando os Estados Unidos comemorarão 250 anos de independência. Ou seja, os bilionários terão um ano e meio para sugerir mudanças no governo.
2. Quais gastos Musk quer cortar?
O bilionário Elon Musk durante evento de apoio a Trump em NY — Foto: Evan Vucci/AP
Em outubro, Musk disse que o orçamento federal deveria ser reduzido em, pelo menos, US$ 2 trilhões. O bilionário afirmou que isso seria possível diminuindo a burocracia governamental.
Musk admitiu que as medidas podem causar "dificuldades temporárias" para os americanos. No entanto, ele defende que as mudanças trarão prosperidade a longo prazo.
Apesar da meta ambiciosa, especialistas afirmam que dificilmente Musk conseguirá cortar US$ 2 trilhões de gastos do governo. Em 2024, o orçamento dos Estados Unidos foi estimado em US$ 6,5 trilhões. Desse total, US$ 1,9 bilhão foi destinado a despesas não obrigatórias.
Ou seja, em comparação com o orçamento deste ano, Musk teria pouca margem de manobra para reduzir os gastos dos Estados Unidos. Além disso, ele pode enfrentar entraves no Congresso.
Por outro lado, o bilionário pode apostar em desregulamentação de setores da economia. A inteligência artificial e as criptomoedas são áreas de interesse para Musk.
A imprensa norte-americana aponta que Musk e Ramaswamy também podem trabalhar para reduzir custos e enfraquecer agências federais diretamente relacionadas às empresas de ambos.
Musk, por exemplo, teve embates com reguladores da Administração Federal de Aviação, que supervisiona os lançamentos de foguetes, e da Administração Nacional de Segurança no Tráfego Rodoviário, que está investigando as funções de direção autônoma em carros da Tesla.
Já Ramaswamy fez várias críticas à FDA, agência que controla autorizações para alimentos e medicamentos. Ele chamou as regulamentações da agência de "hipócritas, prejudiciais e inconstitucionais", em 2023.
3. Qual a experiência de Musk em cortes de gastos?
Elon Musk entra na sede do Twitter carregando uma pia — Foto: Reprodução/Twitter
No setor espacial, Musk investiu no desenvolvimento de tecnologias para reduzir drasticamente os custos de lançamento de foguetes. Isso possibilitou a abertura de novos mercados e revolucionou a indústria de comunicações por satélite, principalmente com a Starlink.
Por outro lado, uma das experiências mais recentes de Musk com cortes de gastos foi publicamente observada no "X", o antigo Twitter.
Após comprar a rede social, o bilionário demitiu cerca de 3.700 funcionários — o que representava metade da força de trabalho da empresa. Ele também fez reestruturações internas para tentar uma melhor eficiência do X.
No entanto, o valor de mercado da rede social caiu drasticamente. Musk pagou cerca de US$ 44 bilhões na compra do então Twitter, em 2022. Relatórios recentes apontam que a empresa perdeu 80% do valor de mercado desde então.
4. Os EUA já tiveram um departamento do tipo no passado?
O ex-presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan — Foto: BBC
A ideia de Trump não é revolucionária. Na década de 1980, o então presidente Ronald Reagan anunciou que reuniria um grupo de especialistas do setor privado para recomendar formas de eliminar ineficiências e desperdícios.
Na época, 150 líderes empresariais trabalharam de forma voluntária em um comitê executivo para revisar o funcionamento de agências federais e funções governamentais. Mais de 2.500 recomendações foram feitas.
“A maioria das recomendações, especialmente aquelas que exigiam legislação do Congresso, nunca foi implementada”, segundo a Biblioteca Reagan.
Já em março de 2017, Trump assinou uma ordem executiva com o objetivo de melhorar a eficiência, a eficácia e a responsabilidade das agências federais e de “eliminar ou reorganizar agências federais desnecessárias”.
A ordem determinava que cada agência federal apresentasse um plano proposto de reorganização. Ele também assinou uma ordem executiva separada para incluir grupos de trabalho e oficiais de “reforma regulatória” dentro das agências federais.
Durante o primeiro mandato, Trump tentou extinguir pelo menos 19 agências federais, mas não teve sucesso.

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11 meses atrás
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