Crítico do PT, Nunes chama partido para reunião com seu candidato à Câmara de SP

O prefeito Ricardo Nunes (MDB) convidou a bancada do PT em São Paulo para uma reunião nesta quarta-feira (3) da qual participará também Ricardo Teixeira (União), presidente da Câmara Municipal da cidade.

No encontro, o emedebista deve discutir a reeleição de seu aliado, que enfrenta oposição do próprio partido, o União Brasil, cuja bancada indicou Rubinho Nunes (União) como candidato à sucessão.

Nunes disse ao Painel que considera uma afronta a indicação de Rubinho, seu desafeto, à presidência da Câmara. O incômodo com o vereador surgiu no ano passado, quando ele decidiu apoiar Pablo Marçal (PRTB) na disputa contra o prefeito na eleição municipal.

O tema oficial do encontro desta quarta-feira é o orçamento municipal. No entanto, na iminência da tensa disputa pelo comando da Casa, o principal assunto deverá ser a eleição, marcada para 15 de dezembro.

Nunes afirma que não pedirá voto em seu candidato na reunião.

"Eu pedir voto para o PT é ruim, mesmo com a boa relação que tenho com eles, e acho que não precisa, eles não têm como votar no Rubinho", diz.

Ricardo Nunes tem histórico de forte oposição ao PT, mas enxerga no antipetismo de Rubinho Nunes a oportunidade de conseguir o apoio da sigla ao seu candidato na Câmara.

O prefeito teve apoio de Jair Bolsonaro (PL) em sua disputa pela reeleição no ano passado e defende que o MDB, seu partido, não apoie Lula (PT) em 2026.

No ano passado, o União Brasil fechou acordo com Nunes e os partidos de sua base de apoio segundo o qual a presidência da Casa ficaria com a sigla por quatro anos. A bancada de vereadores do União, por sua vez, assinou documento que dizia que haveria rodízio entre seus vereadores na presidência.

Teixeira foi um dos signatários, mas agora deseja continuar no cargo, apoiado pelo prefeito Nunes. O União Brasil ameaça suspendê-lo ou expulsá-lo.

Principal líder do União em São Paulo, Milton Leite pressiona pela manutenção do acordo e a indicação de Rubinho Nunes. A disputa entre o prefeito e o ex-presidente da Câmara Municipal tem dividido a Casa.