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Daniel Noboa, presidente do Equador, é alvo de atentado, diz ministra

O ataque aconteceu quando o carro de Noboa chegava a um evento na província de Cañar, na região central do país. De acordo com Manzano, o veículo foi cercado e atacado por um grupo de aproximadamente 500 pessoas.

Manzano disse que o carro em que estava o presidente ficou com marcas de bala, indicando que o veículo foi alvejado. O grupo também teria atirado pedras. Pelo menos cinco pessoas foram presas, segundo a ministra.

Noboa enfrenta uma onda de protestos de povos indígenas contra o aumento do preço do diesel, que passou de US$ 1,80 para US$ 2,80 por galão (de R$ 9,60 para R$ 15, na cotação atual). Os valores subiram por causa do fim de um subsídio do governo.

A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), maior organização de povos originários do país, iniciou em 22 de setembro uma onda de protestos devido ao aumento. As manifestações incluíram bloqueios de vias em várias províncias.

Segundo dados oficiais e de ONGs, os protestos deixaram um manifestante morto, cerca de 150 feridos — entre civis, militares e policiais. Cerca de 100 pessoas foram detidas.

No sábado (5), o Noboa decretou estado de emergência por 60 dias em 10 das 24 províncias do Equador, citando “grave comoção interna”. O decreto menciona “paralisações e atos de violência que alteraram a ordem pública” e uma “radicalização” dos protestos.

Ainda não está claro se o atentado desta terça-feira tem relação com as manifestações por causa do diesel.

Manifestantes protestam contra o aumento no preço do diesel no Equador, em 23 de setembro de 2025 — Foto: REUTERS/Karen Toro

A Conaie afirma que o aumento de 56% no preço do diesel atinge diretamente os camponeses. A entidade também reivindica a redução do IVA de 15% para 12% e mais recursos para saúde e educação públicas.

Em comunicado divulgado no domingo (6), o órgão acusou o governo de responder “com repressão às demandas do povo” e afirmou que o estado de exceção “militariza os territórios indígenas”. Segundo a organização, a medida “agrava o risco de uso desproporcional da força e de detenções arbitrárias”.

Um dia antes, o líder da Conaie, Marlon Vargas, afirmou que os manifestantes tomariam Quito se fosse preciso. Noboa respondeu dizendo que “ninguém pode vir tomar a capital de todos os equatorianos à força” e que “os que atuam como delinquentes serão tratados como delinquentes”.

O governo de Noboa classifica parte das manifestações como “atos terroristas” e ameaça os responsáveis com penas de até 30 anos de prisão. Sem apresentar provas, o presidente afirmou que há mafiosos infiltrados no movimento, incluindo membros da quadrilha venezuelana Tren de Aragua.

O aumento dos combustíveis é um tema sensível no Equador e já provocou mobilizações violentas em 2019 e 2022, durante os governos de Lenín Moreno e Guillermo Lasso.

*A reportagem está sendo atualizada.

Daniel Noboa durante visita ao Brasil em 18 de agosto de 2025 — Foto: REUTERS/Adriano Machado

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