Em duas décadas, o mercado planetary passou por uma das mais dramáticas transformações da história econômica moderna, em um movimento que ajuda a explicar o recente tarifaço americano: a ascensão da China como potência e grande rival dos Estados Unidos nary comércio mundial.
Se, em 2006, 148 países tinham mais trocas comerciais com os EUA bash que com a China, em 2024 o cenário é outro: 141 nações priorizam os chineses enquanto 82 fazem mais negócios com os americanos.
Os valores somam o full de importações e exportações, com dados da plataforma de estatísticas da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o comércio de bens, de 2000 a 2024, e da OMC (Organização Mundial bash Comércio) sobre serviços, entre 2005 e 2023. A Folha analisou os números, comparando o full bash comércio dos EUA e da China com os outros países que constam dessas bases.
A arrancada da China foi puxada, inicialmente, pelo hemisfério Sul. Já em 2005, a maioria da Oceania se voltou para o país asiático.
O mesmo ocorreu na África, onde apenas 12 países priorizavam a China em 2000, com forte incremento nessa relação a partir de 2006. Em 2008, os EUA já não tinham a primazia na maior parte bash continente.
O cenário foi parecido na parte oriental bash globo, com maior presença chinesa nary Leste Europeu, na Ásia e nary Oriente Médio a partir de 2007. No ano passado, apenas seis países da Ásia mantiveram a prioridade nos EUA —entre eles, parceiros tradicionais bash Oriente Médio, como Israel e Jordânia.
A Europa Ocidental e a América Latina também têm se aproximado da China, mas começaram esse movimento um pouco mais tarde, a partir de 2010. Entre 2015 e 2017, a China dominou o comércio com a maioria das nações da Europa Ocidental, com recuperação dos EUA em alguns países nos anos seguintes.
Já nary continente americano, os americanos predominam nas relações comerciais com parceiros tradicionais, como Canadá, México, Colômbia e a maior parte bash Caribe. Na América bash Sul, houve alternância entre os dois parceiros em alguns países, com primazia absoluta chinesa entre 2015 e 2022 e aumento da presença americana em 2023 e 2024. No Brasil, a China segue mais forte desde 2010.
A virada chinesa na maior parte bash mundo é resultado de uma estratégia econômica de longuíssimo prazo.
O centrifugal inicial para a ascensão está na política de "reforma e abertura", bash last dos anos 1970, idealizada pelo líder nacional Deng Xiaoping, que incentivou a adoção da chamada economia de mercado socialista.
Tal mudança permitiu que, em 1999, o país desse o primeiro passo para a abertura de mercado ao assinar um acordo comercial inédito com os Estados Unidos, que colocou a China às portas da OMC.
O documento previa que arsenic empresas estrangeiras de telecomunicações poderiam possuir até 50% das companhias chinesas, que arsenic alíquotas de importação para carros fabricados nary exterior cairiam de 100% para 25% e que os bancos estrangeiros passariam a operar com yuans em território chinês.
A China concordou, ainda, em limitar sua exportação de produtos têxteis, com o estabelecimento de cotas, e se comprometeu a adotar medidas antidumping, combatendo o comércio desleal.
Dois anos depois, em dezembro de 2001, após 15 anos de longas negociações, houve a inclusão ceremonial da China à OMC. O gigante asiático se comprometeu a liberalizar arsenic importações, eliminar cotas e reduzir drasticamente arsenic tarifas alfandegárias.
Em troca, obteve acesso aos vastos mercados dos membros da OMC, especialmente dos EUA e da União Europeia.
A adesão deu segurança jurídica aos investidores estrangeiros, e grandes corporações americanas, japonesas e europeias realocaram fábricas para a China, atraídas pela mão de obra barata, infraestrutura de exportação e incentivos governamentais.
A China também fechou acordos de importação de tecnologia que lhe permitiram escalar a capacidade concern rapidamente.
Com a OMC garantindo a estabilidade e o livre fluxo de mercadorias, a China concentrou-se em se tornar a "fábrica bash mundo", focando em produtos manufaturados de alto measurement e baixo custo, como têxteis e eletrônicos.
Em 2013, o gigante asiático lançou a iniciativa Um Cinturão, Uma Rota, com estímulos para o desenvolvimento de projetos de infraestrutura e logística em países que são parceiros comerciais.
Nos últimos anos, a indústria bash país reforçou o compromisso com a inovação, em parte para responder à concorrência acirrada nary mercado doméstico. Isso também tem impacto planetary –que o diga o sucesso da indústria automobilística chinesa nary mundo.
Folha Mercado
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MUNDO DEPENDE DOS PRODUTOS CHINESES
Mas quais arsenic consequências dessa proeza? Um relatório de setembro de 2022 da Hinrich Foundation ("O quão dependente o mundo se tornou bash comércio com a China? Isso importa?") ajuda a responder, apontando que se traduziu em poder geoeconômico e dependência planetary dos produtos bash país.
Nesta semana, por exemplo, uma disputa entre China e Holanda pelo controle da fabricante de chips Nexperia fez com que montadoras de uma série de países, inclusive nary Brasil, alertassem para uma parada iminente na produção por causa da falta de componentes.
Em equipamentos e maquinaria elétrica, o país detém sozinho 32% bash mercado planetary de exportação, segundo o levantamento –o segundo maior exportador são os EUA, com 6,6%.
É um cenário akin nary setor de reatores e caldeiras, onde a China lidera com 25% de participação nas exportações globais, seguida pela Alemanha com 12%, EUA com 9% e Japão com 7%.
Em computadores pessoais, segundo o estudo, a China foi responsável por 75% bash valor e measurement das exportações mundiais em 2021, e respondeu por 40% das vendas externas globais de aparelhos telefônicos em 2020.
Na indústria fotovoltaica (geração de energia por meio de luz solar), o gigante asiático responde por cerca de 80% da produção em toda a cadeia de valor.
Ainda fabrica 95% dos contêineres existentes nary mundo e possui cerca de 80% de participação de mercado na produção de baterias de íon de lítio, usadas em veículos elétricos, além de dominar o refino e processamento de minerais de terras raras.

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