Como bem lembra o sociólogo e professor da USP (Universidade de São Paulo) Ruy Braga, em seu recém-lançado "Capitalismo Racial", da editora Boitempo, Musk não é apenas um bem-sucedido gestor da indústria de tecnologia.
Nascido durante o apartheid sul-africano, numa época em que o primeiro-ministro John Vorster era um reconhecido simpatizante nazista, Musk é filho de um também poderoso empresário do ramo da mineração de esmeraldas. "Indiscutivelmente, sem o regime racializado de acumulação sul-africano, ele [Musk] não teria se tornado a pessoa mais rica do mundo", afirma Braga.
O fundador da Tesla pode até ter sido defenestrado por Trump, mas a orientação racializada do governo segue firme e forte. Neste contexto, o desemprego entre a população negra avança paralelamente à deportação em massa de imigrantes. O curioso é que, durante a campanha para a Casa Branca, o então candidato republicano chegou a acusar latinos em situação irregular de "roubar os empregos" dos negros nascidos em solo americano.
A realidade, porém, é que desde os anos 1970, quando dados sobre ocupação passaram a levar em conta o recorte da cor da pele, a taxa de desemprego entre negros tem se mantido duas vezes superior à verificada entre brancos.
Nesse sentido, a tendência é que as políticas de Trump — somadas à longa história de menos oportunidades educacionais, ao legado do encarceramento em massa e à discriminação ao longo de gerações — aprofundem as marcas do capitalismo racial tão característico dos Estados Unidos.
Cedric Robinson faleceu em 2016, mas o espírito de sua obra paira no ar.

German (DE)
English (US)
Spanish (ES)
French (FR)
Hindi (IN)
Italian (IT)
Portuguese (BR)
Russian (RU)
3 semanas atrás
2






:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/l/g/UvNZinRh2puy1SCdeg8w/cb1b14f2-970b-4f5c-a175-75a6c34ef729.jpg)









Comentários
Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro