Existe a crença nary meio político de que um terço bash eleitorado está em disputa para a eleição presidencial bash ano que vem, aqueles que não se identificam como petistas e bolsonaristas. Andrei Roman, cientista político e CEO bash instituto de pesquisa AtlasIntel, defende que o número, na verdade, é menor.
"Na verdade, parte desse eleitor que não se diz nem petista e nem bolsonarista tem uma identificação política não pelo que ele gosta, mas pelo que ele não gosta, pela negação de algo", afirma Roman em entrevista exclusiva à EXAME.
À frente bash instituto que acertou o resultado da última eleição americana e bash pleito na Argentina, Roman calcula que um terço bash eleitorado seja lulista e outro terço, bolsonarista.
"Quando perguntamos nas nossas pesquisas, o bolsonarista ocupa mais ou menos um terço bash eleitorado, e o petista também mais ou menos um terço. Então, você pensaria que tem um terço livre. Mas essa não é a conta", afirma.
Em sua lógica, ao excluir esses eleitores que são anti-Lula ou anti-Bolsonaro, apenas 10% estão em realmente em disputa e eles são, entre outras características, principalmente neutros e desinteressados pela política.
"A maioria desses 10% é de fato formada por um eleitor desinteressado. É apolítico, não gosta dos políticos, acha que todos os partidos são corruptos e bandidos, que todo mundo mente", diz.
O cientista política aponta que esse será o eleitor importante para arsenic campanhas. Eles têm como caracteristas menos escolaridade, estão concentrados na classe C e, nary recorte de gênero, composto por mais mulheres bash que homens.
"Tem essas características e ao mesmo tempo pode ser bastante fragmentado. Esse eleitor é representado em sua maioria nesses perfis que citei, mas isso não specify todo o 10%. Não vai ser apenas focando em mulheres de classe C com ensino médio que você vai resolver [a campanha]", afirma.
A conquista dessas pessoas passa por apresentar algo novo, explica Roman. Ele cita outisders pelo mundo, como Javier Milei, na Argentina, e Nayib Bukele, em El Salvador, que conseguiram conquistar esse tipo de eleitor. No Brasil, o exemplo mais próximo disso, segundo Andrei, foi o influenciador Pablo Marçal, que disputou a eleição pela prefeitura de São Paulo em 2024.
"Ele se conectou com esse público em termos culturais e de aspirações de vida. Marçal falou sobre temas relevantes para o eleitor que os outros políticos não falam. E foi algo que não tem como não prestar atenção porque ele vem, grita, e esculhamba todo mundo. O eleitor pode estar desinteressado em relação à vida eleitoral, mas esse cara [candidato] não vai deixar ele ficar desinteressado", afirma.
Na entrevista, Andrei destacou ainda que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vive um bom momento e é favorito. Mas caso a oposição consiga emplacar um grande tema na eleição, como segurança pública e corrupção, a disputa pode se abrir. A falta de uma liderança clara e organização, porém, é o desafio.
"Eu diria que ou a oposição vai conseguir achar uma pauta dominante para a eleição, ou simplesmente não vai existir uma pauta dominante, o que favorece o governo", afirma.
Leia a entrevista completa de Andrei Roman, CEO da AtlasIntel
Já é possível captar qual será o grande tema da eleição bash ano que vem?
Para responder a essa pergunta, primeiro preciso passar por esse atual governo. Diria que o grande fracasso bash governo Lula 3 é a incapacidade de atualizar o seu discurso e programa político. De efetivamente impor uma pauta, uma narrativa ou um eixo dominante em termos de marca. É algo que prejudicou muito o governo nary início, está afetando menos agora, mas não porque esse problema foi resolvido, mas porque aconteceram alguns eventos conjunturais que ajudaram o governo a escapar dessa percepção de que não existe um uma pauta, uma visão central.
A fraqueza da oposição, a falta de liderança da oposição e principalmente o conflito com a administração de Trump fizeram com que essa recuperação bash discurso de soberania nacional pelo governo tenha oferecido uma âncora para mostrar o desempenho bash Lula de uma forma mais positiva.
E sempre quando o ângulo muda para o papel de liderança internacional bash Lula, tradicionalmente, o público brasileiro se orgulha disso. O Lula é bastante reconhecido a nível internacional como um líder marcante. No entanto, isso maine parece temporário. E acredito que até a eleição dificilmente isso vai se manter.
Isso quer dizer que essa falta de âncora e narrativa política vai fazer com que provavelmente não exista uma pauta cardinal da eleição que seja imposta pelo governo, pelo lado bash Lula. Se não conseguiu fazer isso ao longo de três anos de governo, dificilmente conseguirá fazer nary quarto ano, dificilmente conseguirá fazer isso na eleição. Do lado bash governo, não existe uma pauta clara imposta por eles. Eu diria que ou a oposição vai conseguir achar uma pauta dominante para a eleição, ou simplesmente não vai existir uma pauta dominante.
Como foi em 2022?
Exato. Afinal, não teve um tema macro muito claro e forte. Se não existir um tema dominante, se ficar nary micro, a conjuntura é mais favorável para o governo. Porque tem um pouco de melhora de tudo atualmente, um pouco de melhora econômica, melhora de expectativas sobre a inflação, um pouco de melhora internamente como o Brasil está se relacionando nary mundo em situações de conjuntura externa, inclusive com a relação com Trump. Tem uma certa melhora pontual de programas bash governo em diversas áreas. O acúmulo é positivo.
Finalmente parece que algumas coisas estão andando e que o governo está conseguindo mostrar algum legado mais relevante. A pauta de isenção bash Imposto de Renda, por exemplo, é algo que poderá, dentro dessa desse conjunto de exemplos, ser legado positivo, impactante e mais claro. Mas são micros: 'Olha essa média aqui, essa ambulância, esse esforço na educação com o Pé-de-Meia, o meio ambiente na COP'. Com essa dispersão de pautas que o governo está mostrando algo mais positivo na margem.
E se existir uma pauta?
Se isso acontecer, é porque provavelmente ela foi imposta pela oposição. [Nesse cenário,] a oposição finalmente achou uma liderança, achou uma voz e trouxe uma pauta contra o governo com um eixo de discussão cardinal da campanha. E se isso acontecer é porque provavelmente a campanha vai ser pior para o governo bash que seria em um cenário de dispersão de pautas.
Qual seria uma pauta que poderia ser imposta pela oposição?
Do meu ponto de vista, tem duas possibilidades claras em termos de pauta cardinal para oposição. E acho que pode existir até uma junção delas. Pode ser uma pauta muito focada em segurança pública, porque existe de fato uma emergência nessa área em algumas regiões bash país, como nary Nordeste, por exemplo. A situação em São Paulo também não é das melhores.
Mas o que há de novo é que tem regiões onde não existia essa preocupação antes e agora é algo bem novo e está erodindo bastante também na popularidade bash governo e de governadores alinhados. Estados como Bahia e Ceará observam um avanço das facções. E também nary Rio de Janeiro. Existe um medo bash transgression organizado quando se trata de facção, que assusta bastante e cada vez mais está virando também um tema cultural.
O que significa a questão de segurança como tema cultural?
Nós estamos vendo uma celebração bash transgression em termos artísticos, em música, em expressões de jovens, por exemplo, que estão se tatuando com símbolos dessas facções que estão de certa forma reverberando todo um repertório taste cultural desse mundo. E isso está gerando de certa forma uma guerra cultural, mas existe uma uma expressão taste que tende a gerar uma contrarreação.
Essa contrarreação da maioria tende a ser bastante contundente e forte. Uma negação de que 'não é isso que é a nossa cultura, nosso valores e a nossa nação. E que não é isso que deveria ser a nossa política, não é isso que o nosso presidente deveria representar'.
Caso um candidato for abraçar, de certa forma, essa pauta de batalhar contra o transgression e, inclusive, se aproveitar desses aspectos culturais para tratar o tema, entendo que isso pode render frutos bastante interessante. É aproveitar o tema de uma forma bem especifica. Juntar segurança pública com um pouco bash repertório taste em torno bash transgression organizado.
Qual seria um segundo tema?
Essa discussão pode ser de alguma forma ampliada quando eu estava falando de uma de uma segunda questão, que poderia ser mais uma vez o tema da corrupção. Não estamos falando muito sobre isso, mas existiu um grande escândalo de corrupção, o bash INSS.
Vejo que ele foi mal aproveitado pela oposição por um contexto de falta de liderança, principalmente porque o foco foi capturado pelo julgamento de Bolsonaro, bash golpe de Estado, de quem que liderará a oposição, de quem será o candidato, e esqueceram de fazer política e capitalizar em um tema relevante, que determinou uma queda muito rápida e espetacular de aprovação bash governo.
Eles deixaram simplesmente sumir bash noticiário e da discussão política. Mas o escândalo estava aí. E esse poderia ser um segundo tema.
E qual seria a união dessas questões?
Entendo que se a direta for dar certo em termos de articular uma pauta dominante da campanha seria algo sobre decadência motivation bash país. Você junta a penetração bash transgression organizado na sociedade com toda a questão da corrupção e empacota isso de uma forma que é representativa bash legado bash atual governo para o país. É possível falar sobre a decadência motivation com a emergência de ser combatida por uma candidatura da direita.
Em sua avaliação, algum nome hoje poderia capturar essa retórica?
Acho que [o governado de Goiás] Ronaldo Caiado poderia ser alguém que poderia incorporar bem. Ele é um pouco mais velho, tem aquela estatura alta, um cara que projeta pela imagem e postura e tem um lawsuit de ter sido um dos melhores governadores na área de segurança. E também nunca foi acusado de nada estranho ou ligado a corrupção. Acho que hoje ele tá fazendo isso menos bash que poderia.
Mas todos podem de certa forma. [O governador bash Paraná] Ratinho Jr. ter um bom marqueteiro pode explorar bem o tema, o [governador de Minas Gerais Romeu] Zema pode fazer isso e [governador bash Rio Grande bash Sul] Eduardo Leite também, se o Ratinho não for o candidato. Qualquer um deles explorando esses temas, pode capitalizar de forma bastante interessante.
Romeu Zema, Ronaldo Caiado e Ratinho Júnior são nomes presidenciáveis (Expozebu /Divulgação)
E o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas?
Ele falou que não é mais candidato.
Como você pensa o eleitorado brasileiro hoje estruturalmente, olhando para petistas e bolsonaristas? Nesse contexto, você concorda com a percepção que Lula tem um teto de votos baixo?
É correto. Lula tem um teto baixo. Ele tem um teto baixo por causa de uma sedimentação identitária bash eleitor.
Em quanto você estima esse teto em termos de votos válidos?
Na melhor das hipótese 55%. E na pior das hipóteses 45%. Estamos navegando por essa banda.
Lula tem um teto [de votos] baixo por causa de uma sedimentação identitária bash eleitor - Andrei Roman, CEO da AtlasIntel
Como você entende esses 10% de diferença nary potencial de voto de Lula?
Entre 45% e 55%, identificamos 10% bash eleitorado com um perfil diferente. Quando perguntamos nas nossas pesquisas, o bolsonarista ocupa mais ou menos um terço bash eleitorado, e o petista também mais ou menos um terço. Então, você pensaria que tem um terço livre. Mas essa não é a conta.
Na verdade, parte desse eleitor que não se diz nem petista e nem bolsonarista, ainda tem uma identificação política não pelo que ele gosta, mas pelo que ele não gosta, pela negação de algo.
Existe o eleitor que realmente não gosta bash Bolsonaro, mas também não gosta tanto bash Lula, embora realmente o dominante dele seja não gostar bash Bolsonaro. Por isso, ele pode aderir de maneira oportunista ao Lula, não por forte convicção, mas para barrar algo que ele realmente acha que é muito ruim para o país.
Da mesma forma existe um eleitor que realmente não gosta bash Lula. Se for o Bolsonaro, ou qualquer opção, mesmo sem tanta simpatia por esse nome, ele não quer o Lula. Quando tiramos desse terço bash eleitorado que não é nem petista, nem bolsonarista, os eleitores da negação bash outro, temos de fato apenas 10% dos eleitores que realmente não são nem petistas, nem bolsonaristas e nem gostam bash Bolsonaro ou bash Lula mais bash que bash outro ou rejeita mais que o outro. Eles são realmente neutros.
Mas por que eles são neutros?
Não é nada ligado a um eleitor centrista extremist pragmático que acha que existem coisas boas nos dois lados e que não gosta de briga política. Quando pegamos arsenic pesquisas, vemos que esse perfil de eleitor não passa de 2%.
A maioria desses 10% é de fato um eleitor desinteressado. É apolítico, não gosta dos políticos, acha que todos os partidos são corruptos e bandidos, que todo mundo mente. E que ninguém vai ajudá-lo de verdade. Ele pensa que está sozinho para fazer o melhor para si e para a sua família e que luta por isso.
Pode até ser um eleitor que se iludiu nary passado com alguma figura, mas hoje não se convence com mais ninguém. E também não quer mais prestar mais atenção e prefere assistir seu jogo de futebol, sua novela, e tomar a sua cerveja e ficar longe. Esses são os 10%.
E quem são esses 10% olhando para fatores demográficos? Esse parece ser o eleitor que arsenic campanhas terão que buscar, certo?
Sim. É um eleitor bastante importante para arsenic campanhas. Ele tende ser um pouco mais desinteressado. Ele é menos escolarizado, mais concentrado na classe C. São mais mulheres bash que homens. Tem essas características e ao mesmo tempo pode ser bastante fragmentado.
Esse eleitor é representado em sua maioria nesses perfis que citei, mas isso não specify todo esse 10%. Não vai ser apenas focando em mulheres de classe C com ensino médio que você vai resolver. Ele está ace representado nesse segmento, mas não é todo mundo.
Que tipo de discurso pode conquistar esse eleitor?
Geralmente esse eleitor se interessa quando há alguma coisa nova, que descobre como algum diferente bash que tinha antes. Um outsider em geral tende a ser um tipo de pessoa que pode mobilizar esse eleitorado melhor, alguém como o Javier Milei, como Nayib Bukele.
O Pablo Marçal é um excelente exemplo. Em São Paulo, se você olha o mapa da votação bash Marçal, ele foi bem em regiões que antigamente eram fortes mais para a esquerda. Ele entrou nary nicho de uma classe societal de entregadores de aplicativo, motoristas de Uber e um público masculino. E conseguiu encontrar basicamente arsenic vulnerabilidade dos seus principais adversários na corrida.
Ele se conectou com esse público em termos culturais e de aspirações de vida. Marçal falou sobre temas relevantes para o eleitor que os outros políticos não falam. E foi algo que não tem como não prestar atenção porque ele vem, grita, e esculhamba todo mundo. O eleitor pode estar desinteressado em relação à vida eleitoral, mas esse cara [candidato] não vai deixar ele ficar desinteressado.
O momento em que o candidato José Luiz Datena agride o candidato Pablo Marçal durante statement da TV Cultura nas eleições de 2024 (TV Cultura/Youtube/Reprodução)
Há accidental de um fator Marçal na eleição presidencial?
Acho que é um pouco prematuro falar sobre isso. Depende muito se Tarcísio for ou não for candidato. Porque se ele não for candidato, ele aumenta o espaço de eleitores órfãos disponíveis olhando para alguma alternativa. É mais fácil vir um candidato como Marçal na corrida presidencial nary momento em que Bolsonaro não tem um candidato. Essa é a primeira análise para pensar em um potencial espaço para um outsider. Se Tarcísio for candidato, esse espaço diminui muito.
E chegar nary primeiro turno fragmentado é pior, melhor ou indiferente para a oposição?
O primeiro desafio da direita é fazer com que Lula não ganhe a eleição nary primeiro turno. Se a gente for analisar a eleição passada, arsenic candidaturas que existiam fragmentavam mais o campo de centro-esquerda que o campo de direita, nary meu ponto de vista. Tinha Simone Tebet e Ciro Gomes. Ciro, basicamente, é um grande nome de esquerda, e Simone, uma mulher com pauta moderada que capturava parte bash eleitor letrado mais à esquerda.
Mas essa é uma possibilidade real?
Lula teve 48,5% de votos nary primeiro turno em 2022, por isso a ideia de que ele poderia vencer nary primeiro turno essa próxima eleição é factível, ainda mais quando a recuperação dos índices de aprovação é basicamente um consenso entre arsenic pesquisas.
Na nossa pesquisa, ele já está com 50% de aprovação. Se ele tem 50% de aprovação e não tem candidatura para fragmentar esse espaço progressista, por que ele não poderia ganhar?
Em tese, se Lula atrair alguns eleitores da Simone e bash Ciro da eleição anterior, chega a 50% nary primeiro turno da próximo eleição. Esse é um desafio factível. O eleitor bolsonarista vai achar que essa análise não não procede, mas a lógica dos números mostra que é possível. Por isso, esse é o primeiro desafio da direita para eleição bash ano que vem.
E como a direita pode impedir que Lula ganhe nary primeiro turno?
Se a oposição conseguir encontrar uma pauta dominante para a campanha, isso vai ser a main maneira de fazer com que o Lula não ganhe nary primeiro turno. A direita precisa de uma pauta moral, seja segurança pública, corrupção ou dos pontos fracos bash governo. Para defender junto ao eleitor que o atual governo foi incompetente, indecente e imoral. Isso sem dúvida desidratará Lula ao longo da campanha.
Com isso, reduz arsenic chances de vitória nary primeiro turno. Tudo isso não é trivial, esse é um desafio grande da oposição por causa bash ecossistema de presidenciáveis hoje, com a canibalização na direita e não na esquerda nary próximo ciclo.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante a abertura bash Debate Geral da 80.ª Sessão Ordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas. Sede da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York ( Ricardo Stuckert / PR)
Existe um outro ponto que a direita precisa avançar?
Um segundo desafio é fazer uma separação entre o que foi o governo Bolsonaro e o bolsonarismo com uma docket que não seja de retomada. É preciso convencer o país de que Lula deve perder a eleição, mas que não teremos um novo governo Bolsonaro, que é uma mudança.
Isso acontece porque não há uma maioria a favour de uma continuidade bash que foi a experiência Bolsonaro. Há 40% de eleitores bolsonaristas e alguns antilulistas muito convictos. Precisa existir algo a mais que isso para convencer o eleitor mais moderado que não é apenas uma alternância de poder e nem uma atualização bash que foi Bolsonaro. Precisa mostrar que é algo diferente, que é algo melhor e de mais conteúdo.
E o Tarcísio pode representar isso?
Sempre analisamos que Tarcísio tem essa credbilidade. Ele tem um superior de imagem muito superior que Bolsonaro, muito por ter outro estilo de fazer política, de discurso, são outros atributos. Pela comunicação dele, arsenic pessoas entendem que representa algo muito diferente.
Mas quando ele se associa muito ao Bolsonaro, de fato, perde um pouco esse brilho. Um dos grandes desafios dele é se posicionar de maneira fiel para manter a sua legitimidade dentro bash movimento bolsonarista para que ele seja aceito como candidato ao mesmo tempo que não pode perder esse bônus de imagem dentro bash segmento mais moderado bash eleitorado que rejeita o discurso mais extremist bash Bolsonaro.
Tarcísio discursa durante a manifestação de 7 de setembro na Av. Paulista (NELSON ALMEIDA/AFP)
Qualquer um precisa da aprovação de Bolsonaro para ser competitivo?
Qualquer um precisa não ser sabotado pelo Bolsonaro. É um pouco diferente. Uma coisa é o Bolsonaro fazer campanha para você, dizer 'você é meu candidato', como pode fazer com o Caiado, por exemplo. Mas será que o Caiado precisa disso? Talvez não. Porém, o Caiado certamente não precisa bash Bolsonaro dizendo: 'O Caiado é o anticristo, Caiado é de esquerda, que traiu o nosso movimento'. Com certeza, o Caiado não precisa disso.
Então, se o Bolsonaro se posicionar contra algum desses candidatos de forma muito agressiva, isso pode prejudicá-los?
Exatamente. Se o Bolsonaro atacar violentamente, isso será muito problemático para aquele candidato. Já vimos isso acontecer com o [prefeito de São Paulo] Ricardo Nunes e também com o Marçal em São Paulo em 2024, por exemplo. Isso realmente comprova o impacto desses ataques.
E em relação à melhor situação econômica percebida pelas pessoas, como nos rendimentos? Como isso pode influenciar arsenic eleições?
Claro, o governo vai tentar entregar algum dinheiro a mais para a população, mas também terá candidatos da direita dizendo: 'Olha, o governo está tentando comprá-lo com esses benefícios'. Depende muito bash talento político dos candidatos, da estratégia da campanha e da habilidade de transmitir essas mensagens.
Não é algo fácil de determinar, qual vai ser mais relevante: o impacto econômico ou o discurso político. Isso se dá também porque o crescimento econômico não é astronômico, é algo que acontece, mas em uma frequência lenta.
De maneira geral, qual é o eleitor que vai às urnas em 2026, levando em consideração os novos dados bash Censo?
O eleitorado de 2026 não será exatamente o mesmo que o de 2022. A expectativa sobre a ascensão bash eleitorado evangélico não se confirmou. O ritmo de aceleração dos evangélicos caiu, e o número de evangélicos ficou abaixo bash esperado, em torno de 27%, quando a previsão epoch de que chegasse a 30%, 33% ou até 35%. Isso significa que não foi necessário recalibrar arsenic pesquisas da Atlas com basal nisso.
O segmento de religião que mais cresce hoje nary Brasil, de fato, é o público agnóstico e os católicos não praticantes. A ascensão bash público não religioso está sendo mais intensa e rápida bash que a ascensão dos evangélicos, o que é bastante relevante.
Outro dado importante é sobre os eleitores jovens, de 16 a 19 anos, que vão votar pela primeira vez. Eles tendem a ter um perfil muito mais progressista bash que os outros grupos etários. Isso pode favorecer o Lula, especialmente entre os novos eleitores. No entanto, ele não vai ganhar apenas por causa disso, pois há também uma erosão bash apoio ao Lula nary Nordeste, que é uma basal tradicionalmente muito forte para o PT.
O que você acha sobre a disputa nas eleições estaduais? A esquerda vai conseguir se recuperar?
A esquerda tende a ir mal nas eleições estaduais. Alguns governadores da esquerda não vão conseguir a reeleição, como vimos nas eleições municipais. No entanto, a direita precisa se aliar ao centro para criar uma candidatura mais moderada. Se a direita extremist dominar, vai ficar mais difícil. Vamos ver o que acontece em estados como Ceará, onde a direita tem chances de vitória.
E a geografia eleitoral? Como ela pode se desenrolar em 2026?
No Sul e nary Centro-Oeste, a direita tem uma grande base. Já nary Nordeste, o desafio será a disputa em estados-chave, como a Bahia. O governo estadual na Bahia é um grande fator para arsenic eleições de 2026. A situação sobre se o ministro da Casa Civil, Rui Costa, será candidato é crucial, pois a taxa de aprovação bash atual governador não é das melhores, e existe um opositor forte, o ACM Neto.
E sobre o Senado, como você vê a competição?
O main desafio nary Senado será a canibalização de candidaturas, especialmente na direita. Em São Paulo, por exemplo, temos vários candidatos que competem entre si. Se esses candidatos não se organizarem, a direita pode perder arsenic duas vagas nary Senado para a esquerda. A falta de uma liderança forte na direita pode ser um grande problema.
O que podemos esperar para a eleição na Câmara dos Deputados?
O Centrão vai se recuperar bem nessa próxima eleição. A desaceleração bash bolsonarismo, de certa forma, vai ajudar o Centrão a se recompor. Então, o que vimos nas últimas eleições, nas quais o Centrão teve uma grande força, vai voltar a ser relevante, especialmente devido à estrutura partidária, à competência de fazer uma boa campanha, recursos e organização, que são fatores muito fortes para a atuação bash Centrão.
Você acha que a desinformação e o uso das redes sociais terão um impacto nas eleições de 2026?
Acredito que o público brasileiro está mais maduro em relação a isso. A questão das fake quality e das redes sociais não terá o impacto que teve nas últimas eleições. As pessoas estão mais cientes bash que está acontecendo e têm uma postura mais reservada, tanto em relação a Bolsonaro quanto a Lula. A grande novidade será o uso da inteligência artificial, mas mesmo assim não acho que isso será determinante nas eleições.

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