2 meses atrás 48

Duas plantas de biometano iniciam neste mês operação no RS

O ano de 2025 representará um marco para o setor do biometano (biogás purificado) no Rio Grande do Sul. Setembro irá registrar a inauguração das duas primeiras plantas de produção do biocombustível com maior escala, a da empresa Bioo, em Triunfo, e outra unidade da Biometano Sul, vinculada ao aterro sanitário da Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos (CRVR), que irá operar em Minas do Leão.

Continue sua leitura, escolha seu plano agora!

Os empreendimentos somados correspondem a um investimento de cerca de R$ 350 milhões e terão capacidade para gerar quase 100 mil metros cúbicos ao dia do biocombustível, que pode substituir o uso do gás natural fóssil. O diretor operacional da CRVR/Biotérmica/Biometano Sul, Rafael Salamoni, enfatiza que um dos maiores diferenciais desse combustível são os atributos ambientais. No caso do projeto em Minas do Leão, será dada uma destinação adequada aos resíduos orgânicos que são encaminhados ao aterro sanitário local.

O investimento total na usina de biometano foi de cerca de R$ 150 milhões. Ele recorda que o projeto começou em 2022. A planta deverá produzir em torno de 66 mil metros cúbicos diários de biometano. “Isso equivale a mais de 12 mil botijões de 13 quilos por dia”, mensura Salamoni. O dirigente ressalta que essa é a primeira etapa do empreendimento, pois está prevista para 2028 uma ampliação do complexo para atingir a capacidade de cerca de 100 mil metros cúbicos diários do biocombustível. O investimento nessa expansão é estimado em cerca de R$ 100 milhões.

O diretor operacional da CRVR/Biotérmica/Biometano Sul enfatiza ainda que há mais iniciativas a serem desenvolvidas em outras cidades gaúchas. Em São Leopoldo, já há um projeto em andamento e outros três que se encontram em fase de licenciamento nos municípios de Santa Maria, Giruá e Victor Graeff. A unidade leopoldense deve absorver cerca de R$ 95 milhões em aportes, para uma capacidade de 34 mil metros cúbicos ao dia de biometano, com a previsão de entrada em operação em julho de 2026. Já as outras três plantas totalizarão cerca de 50 mil metros cúbicos de capacidade e representarão um investimento de aproximadamente R$ 190 milhões.

“Com tudo isso, pretendemos sair dos 66 mil metros cúbicos iniciais para chegar até 2030 a 250 mil metros cúbicos de biometano ao dia”, assinala Salamoni. Ele recorda que, atualmente, o Rio Grande do Sul consome perto de 2,5 milhões de metros cúbicos ao dia de gás natural, então cerca de 10% dessa demanda poderia ser suprida pelo biometano que será produzido pela CRVR/Biotérmica/Biometano Sul em aterros sanitários. Para os complexos de Minas do Leão e São Leopoldo, a empresa já possui um contrato de fornecimento firmado com a Ultragaz.

Por sua vez, o diretor financeiro da Bioo, Lucas Garrigós, informa que a entrada em operação da planta da empresa em Triunfo é prevista para os próximos dias. “Começaremos a injetar biometano e vender CO2 e fertilizantes”, frisa o dirigente. A unidade iniciará com uma capacidade de 30 mil metros cúbicos de biometano ao dia e é resultado de um investimento de aproximadamente R$ 200 milhões. A perspectiva também é a produção de 40 toneladas de gás carbônico por dia, que pode ser aproveitada por segmentos como os da indústria de bebidas e alimentos.

O biocombustível já foi comercializado com a distribuidora de gás natural que atua no mercado gaúcho, a Sulgás. Garrigós adianta ainda que a expectativa é que neste mês a companhia receba a licença ambiental prévia da unidade que pretende construir em Passo Fundo. O diretor financeiro da Bioo detalha que essa planta deverá ter capacidade e investimento similares ao do empreendimento desenvolvido em Triunfo. A perspectiva é de que a construção dessa estrutura inicie em 2026. Garrigós e Salamoni participaram nesta terça-feira (2) do evento Diálogos Energia e Futuro, promovido pelo governo do Estado, na Expointer.

Outro presente no encontro foi o vice-presidente da Reiter Log, Silvio Cesar. Ele salientou que a empresa logística possui hoje uma frota de mais de 2 mil veículos, sendo que mais de 300 deles são movidos a biometano. O dirigente aponta que o desafio da propagação do uso do biocombustível no País é a questão da infraestrutura. Cesar explica que caminhões que percorrem grandes distâncias nas rodovias enfrentam dificuldades para encontrar postos para abastecer com biometano.

A Reiter Log conta com quatro postos internos para abastecer sua frota com o biocombustível. Além disso, o Grupo Reiter pretende investir R$ 120 milhões na construção de uma usina de biometano, no município de Capão do Leão. A perspectiva é que o complexo comece as operações em 2027, com capacidade inicial de 400 mil metros cúbicos de biometano por mês.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro