É mais seguro comprar por app ou site? Especialista explica

Apesar de não haver um consenso absoluto, o especialista em Segurança da Informação e CEO da NOVVAX, Marcelo Grandchamp, afirma que apps podem ser mais seguros em alguns cenários. Isso acontece principalmente se o usuário utilizar aplicativos com boa reputação e os manter sempre atualizados, já que eles passam por avaliações antes da publicação e recebem correções de segurança com mais rapidez, o que encurta eventuais janelas de vulnerabilidade.

"Os aplicativos podem ser projetados com mecanismos nativos do sistema operacional, como usualmente temos observado as autenticações biométricas, certificados e validação robusta de integridade, dificultando ataques e invasões diretas. Além de que o uso de aplicativos em dispositivos móveis demanda que eles sejam obtidos a partir das lojas oficiais Google Play e Apple Store, que fazem verificações de segurança nos aplicativos por ela fornecidos", explica Marcelo.

Após o primeiro uso, você também não precisa inserir seus dados novamente, já que eles costumam criptografar dados de pagamento armazenados no celular e na comunicação dos servidores. Além da criptografia, a segurança é feita com uso extensivo de tokens de autenticação exclusivos e integração com múltiplos fatores de autenticação (MFA). Isso dificulta que terceiros acessem informações sensíveis, como senhas e números de cartões.

Sites são opções seguras de compra quando adotam boas práticas de segurança e de transparência no web site, como uso de conexões protegidas (HTTPS), selos de conformidade, indicações de processadoras de pagamento (gateways) conhecidos e de boa reputação, políticas de privacidade e fácil acesso aos contatos da empresa responsável pela plataforma. Porém, o ambiente do navegador apresenta mais variáveis que os apps, ligadas a possíveis vulnerabilidades de dispositivos e da rede de Internet. Sistemas infectados por malware oferecem riscos, então certifique-se de que seu antivírus sempre está ativo.

"Tanto apps quanto sites confiáveis e oficiais são ambientes seguros, desde que você adote boas práticas de segurança digital, a escolha pode depender da preferência pessoal, praticidade ou experiência do usuário: alguns preferem sites em desktop para melhor visualização de detalhes e comparação de preços, outros optam por apps pela agilidade e facilidades integradas", disse Marcelo.

Para manter a segurança na compra, prefira digitar o endereço do site diretamente na barra do navegador em vez de acessar links recebidos por e‑mail ou mensagens, prática comum em ataques de phishing. Assim você reduz o risco de cair em páginas que imitam visualmente um e‑commerce legítimo, como Amazon e Mercado Livre, para aplicar golpes.

Aplicativos e sites têm vantagens e desvantagens quando o assunto são compras online. Abaixo, compare as diferenças entre os meios e veja qual se sai melhor em casa quesito:

A praticidade está entre as maiores vantagens de comprar por aplicativo. Esse meio é o favorito para compras recorrentes na mesma loja, porque guarda login e deixa seu histórico, itens salvos e informações de pagamento no cofre seguro do sistema, o que reduz o tempo de compra, mas sem expor seus dados desnecessariamente. Sendo assim, a recomendação de uso de aplicativos trata principalmente de preferências pessoais, confiança, fidelidade e histórico de compras.

"Entretanto, podemos considerar que compras mais relevantes para o comprador, seja o tipo de compra, a privacidade desejada, valor da compra ou outros qualquer, pode levar a recomendação de uso de aplicativo, mesmo que exista a opção também do e-commerce por website, considerando que os apps são baixados de lojas oficiais, e apresentam camadas de segurança como autenticação biométrica, integração com tokens e atualizações automáticas de segurança", explicou Marcelo .

É importante que o usuário certifique-se de que o aplicativo tenha bom histórico de avaliação de outros compradores e baixe sempre e pelas lojas oficiais. Também mantenha seu dispositivo atualizado, com senha forte e recursos de proteção ativados, como a biometria, PIN, etc. Fora isso, apps oferecem maneiras de autenticação que tornam a entrada de pagamentos mais rápida e segura do que digitar senhas repetidamente. Em relação ao pós-compra, o app permite que você acompanhe notificações de promoções em tempo real e rastreamento de pedidos com facilidade mesmo que você esteja fora de casa.

Se o consumidor deseja avaliar a loja antes de instalar qualquer aplicativo, o site é a melhor opção para realizar a primeira compra. Assim, é possível testar a reputação do comércio sem comprometer a privacidade do dispositivo nem ocupar espaço de armazenamento, sobretudo em aparelhos com pouca memória. O mesmo vale para compras esporádicas: não faz sentido instalar um app para uma transação que será feita apenas uma vez.

1. Verifique sempre a autenticidade do site ou app

Confira a URL do site para saber se o domínio corresponde ao lojista e evite links recebidos por mensagens, e-mails ou redes sociais. No caso de apps, confirme o nome, logo e desenvolvedor nas lojas de aplicativos. Avaliações dos usuários também são dicas importantes para identificar possíveis fraudes.

2. Ative autenticação em dois fatores (2FA)

Sempre habilite a autenticação em dois fatores (2FA) em lojas, carteiras digitais e endereços de e-mail vinculados a plataformas de vendas online. Esse recurso adiciona uma camada de segurança extra além da senha, enviando notificações de confirmação via mensagem, biometria ou aplicativos autenticadores como o Google Authenticator.

3. Use cartões virtuais ou carteiras digitais

Opte por cartões de crédito virtuais emitidos no app do seu banco. Eles são temporários, limitando o risco em caso de vazamento. As carteiras digitais, como Apple Pay e Google Pay, também são boas opções para usar em plataformas de compras novas, pois excluem a necessidade de enviar seus dados de pagamento toda vez.

4. Evite usar Wi-Fi público para transações

Nunca salve informações pessoais ou de pagamento enquanto estiver em redes de Wi-Fi públicas. Elas são alvos mais fáceis para ataques que interceptam e coletam credenciais. Se precisar comprar fora de casa, use sua rede móvel.

5. Mantenha sistemas e apps sempre atualizados

Atualizações publicadas pelos desenvolvedores corrigem falhas de segurança que podem ser exploradas por invasores para roubar dados. Por isso, ative as atualizações automáticas no seu sistema operacional, navegador e apps de compras para reduzir janelas de vulnerabilidade.

6. Crie senhas fortes e únicas e use gerenciadores

Use senhas longas com combinações de letras maiúsculas, minúsculas, números e símbolos. Também adota um gerenciador de senhas confiável para gerar e armazenar credenciais únicas sem precisar memorizá-las nem repeti-las entre sites.

7. Desconfie de promoções irreais e ofertas muito abaixo do mercado

Além da autenticidade do site ou app, é importante verificar a oferta antes de fazer a compra. Preços muito baixos podem ser isca para golpes ou vendas de produtos falsificados. Verifique também o histórico do vendedor, se há fotos reais do produto e políticas claras de troca e devolução.

Avaliações de outros compradores mostram a qualidade do produto e da entrega. Gaste um tempo extra para ver a reputação da loja e do marketplace no Reclame Aqui, procurando por respostas às reclamações e observando prazos e porcentagem de resolução. Ou verifique a lista de sites não recomendados no Procon da sua região.

9. Verifique certificados de segurança e o cadeado HTTPS

Cheque se há um cadeado ao lado da URL da loja. Isso indica que o site usa protocolo HTTPS e, portanto, sua conexão é criptografada para proteger senhas, dados bancários e dados pessoais. A presença desse símbolo representa uma garantia a mais, mas você ainda deve ficar atento aos demais sinais de alerta antes de prosseguir com as compras.

10. Use antivírus e extensões de segurança confiáveis

Um antivírus atualizado detecta malware que pode capturar teclado, cliques ou dados de formulários durante a compra. Extensões de navegador também ajudam a aumentar a proteção. É o caso do uBlock Origin, que bloqueia scripts maliciosos e rastreadores invisíveis, e do HTTPS Everywhere, que redireciona o usuário automaticamente para versões HTTPS de sites.

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