Economista: PIB mostra economia em desaceleração e juro impactando consumo

O PIB mostra uma economia em desaceleração, mostra finalmente um juro muito restritivo fazendo impacto no consumo. E também acho que honra um pouco a nossa percepção de que o carrego estatístico para o próximo trimestre é muito baixo, para o próximo ano também. A gente deve ter um trimestre muito parecido em dezembro, fim de dezembro agora, algo muito próximo a 0,1% também.
José Alfaix

Alfaix explica que, para o Ministério da Fazenda, o PIB potencial é mais alto porque o governo usa modelos diferentes dos do mercado e considera que o país pode crescer sem gerar inflação.

Quando você tem um trimestre muito forte, você traz um pouco desse resultado para frente e o outro trimestre subsequente acaba tendo muita sinergia com esse último resultado. E o hiato do produto, só pra ficar claro, é que o governo tem uma estimativa de que a economia possa crescer mais do que ela já cresce, sem causar pressões inflacionárias. Então, o nosso PIB potencial, que é o quanto a economia consegue crescer no máximo dela, é um pouco mais alto pra Fazenda, pelas contas que eles fazem, do que pelo resto do mercado.
José Alfaix

O mercado tem premissas um pouco mais pessimistas em relação a nossa capacidade de crescimento, e a Fazenda usa um modelo diferente, contendo fatores que o mercado não usa usualmente, que mostram uma capacidade de crescimento mais elevada. Inclusive está em 2,6%, pelo que eles publicaram recentemente. Ou seja, o fato da Fazenda acreditar que a gente pode crescer mais do que a gente já cresce, sem causar pressões inflacionárias, faz com que eles tenham um sentimento um pouco mais positivo, ou um pouco mais otimista em relação ao crescimento do ano que vem, sem que isso cause efeitos colaterais inflacionários.
José Alfaix

Por fim, Alfaix lembra que o mercado tem errado previsões de PIB há anos, mas mantém projeções mais baixas para 2025.

O mercado é um pouco mais cético, mas se a gente for muito justo, o mercado vem errando PIB há mais de cinco anos. Acho que é o primeiro ano que eles precisam acertar um PIB próximo a margem. De fato, o economista tem falhado muito em prever PIB aqui no Brasil.
José Alfaix