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Em discurso duro, Galípolo critica quem menospreza dados da economia

Situação vai manter juros elevados por mais tempo, diz Galípolo. Ele afirmou que a convergência da inflação para o centro da meta depende do auxílio das definições do Copom (Comitê de Política Monetária). "A gente enxerga a manutenção da taxa de juros em um patamar restritivo por um período bastante prolongado", destacou. A visão considera a Selic como principal ferramenta de política monetária para conter os preços. O aumento da taxa de juros representa uma puxada de freio no consumo. Como efeito adverso, a elevação da Selic desestimula a produção e inibe o desenvolvimento da economia."

Ele cita preocupação com desemprego em baixa e aumento da renda. O presidente do BC disse que a autoridade monetária "vê com bons olhos" a evolução do mercado de trabalho, mas destacou a atenção para manter o crescimento da economia sem gerar uma pressão inflacionária com o aumento conjunto de produtividade. "Essas pressões inflacionárias foram o que movimentaram ou que mobilizaram o Banco Central a fazer a elevação de juros", explicou.

Falar que o mercado de trabalho não está forte ou aquecido, é um certo negacionismo aos dados. O dado está aí, mas tem sempre alguém que tem um primo que está com uma grande dificuldade de achar algum emprego em algum lugar específico. Tenho todo o respeito e empatia por essa condição, mas o Banco Central trabalha com dados.
Gabriel Galípolo, presidente do BC

Cenário resultou na elevação da taxa Selic ao maior patamar desde 2006. A retomada do ciclo de alta dos juros básicos para conter a inflação elevou a Selic em 4,5 pontos percentuais entre agosto do ano passado e julho deste ano, de 10,5% ao ano, para 15% ao ano. "Ciente dessas defasagens, a gente já percebe esse aquecimento, a gente já percebe esse movimento e faz antecipadamente a elevação da taxa de juros."

Elevação dos juros básicos é alvo de críticas de membros do governo. Nas últimas semanas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou ser injustificável o atual patamar da Selic e disse ver espaço para queda da taxa básica. A declaração foi acompanhada por uma entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que classificou o assunto como uma "situação a ser corrigida".

A gente precisa ter consciência de que inflação baixa, juros baixos significam crescimento, significa geração de emprego e significa a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro. Disso eu não abro mão.
Lula, presidente do Brasil

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