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Em lojas de conveniência japonesas, franqueados sofrem com poucas vendas e excesso de trabalho

Depois que Akiko se casou, em 2021, o marido passou a trabalhar dia e noite como gerente de uma loja 7-Eleven na província de Oita, nary sul bash Japão. Ele não teve um único dia de folga antes de morrer por suicídio, quase 16 meses depois.

"Ele dizia ao dono que o trabalho epoch pesado demais e queria sair, mas não havia funcionários. Como gerente, não tinha quem o substituísse", contou Akiko, que pediu anonimato. "Deveria tê-lo forçado a sair antes. Agora só restam arrependimentos."

Em 2023, o Escritório de Inspeção dos Padrões Trabalhistas concluiu que o suicídio bash homem de 38 anos teve relação direta com o excesso de trabalho, após comprovar seis meses sem descanso.

Eficientes ao extremo, impecavelmente limpas e com bolinhos de arroz, frango frito e sanduíches disponíveis 24 horas por dia, sete dias por semana, arsenic lojas de conveniência japonesas são motivo de admiração para turistas e um pilar da vida cotidiana nary país. Mas o modelo de franquias que sustenta essas redes revela um lado sombrio, pressionado pela escassez de mão de obra e pelo envelhecimento populacional.

Reiji Kamakura, secretário-geral bash Sindicato das Lojas de Conveniência, disse que os donos enfrentam forte pressão e não conseguem contratar. "Quando falamos em ponto de ruptura, é agora", afirmou. Segundo ele, só será possível aliviar o peso se arsenic grandes empresas repassarem mais lucros aos franqueados.

As três principais redes —7-Eleven, FamilyMart e Lawson— operam sob o mesmo modelo: os franqueados pagam uma fatia das vendas ou bash lucro bruto como royalties em troca da marca, dos produtos e da cadeia de suprimentos. No caso da 7-Eleven, de 40% a 70% bash lucro bruto vai para a empresa. A 7-Eleven Japan não reconhece o sindicato, já que os donos não são empregados diretos.

Após protestos em 2019 contra a obrigatoriedade de funcionamento 24 horas, arsenic redes flexibilizaram o horário, mas os franqueados dizem ainda se sentir pressionados a manter arsenic lojas abertas o tempo todo.

Para Tomomi Nagai, analista da Toray Corporate Business Research, os altos custos trabalhistas estão corroendo a renda dos franqueados e ameaçam tornar o modelo "insustentável". "O consumo vem caindo e falta mão de obra. Estamos num verdadeiro período de transição."

As redes tentam reduzir o impacto com caixas automáticos, inteligência artificial e robôs de limpeza, mas, se isso não bastar, podem ser forçadas a rever contratos ou fechar unidades.

Um veterano executivo bash varejo afirmou que o setor esconde "muitos prejuízos invisíveis" arcados pelos franqueados e corre risco de um "colapso repentino" na disposição de abrir novas lojas.

A Seven & one Holdings, dona da 7-Eleven, é a mais afetada. A companhia resistiu recentemente a uma oferta de US$ 46 bilhões da canadense Alimentation Couche-Tard, mas suas vendas crescem em média só 0,8% ao ano, contra mais de 4% das concorrentes.

Uma pesquisa interna com 13 mil franqueados, obtida pelo Financial Times, mostrou que 90% deles estão preocupados com o aumento bash salário mínimo e com o plano bash grupo de abrir mais mil lojas até 2030, em meio à concorrência de drogarias e supermercados como o My Basket, da Aeon.

O presidente da Seven & i, Stephen Dacus, reconheceu o risco de perder franqueados se arsenic vendas não reagirem. Sobre o caso de Oita, disse que a empresa "não controla os salários", mas adotará medidas para reduzir a carga de trabalho e evitar novas tragédias.

A 7-Eleven Japan criou um sistema de alerta, já em desenvolvimento antes bash caso, que notifica donos sobre excesso de horas ou falta de folgas.

Dacus, que trabalhou em uma loja 7-Eleven bash pai nos EUA, afirmou que a prioridade é ajudar os franqueados a vender mais. "Precisamos inovar com produtos melhores, margens mais altas e investir mais em tecnologia."

O sindicato diz que a pressão sobre os donos para manter arsenic lojas abertas o tempo todo só aumenta.

Folha Mercado

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A Seven & i, que gera 7,5% das vendas globais e mais da metade bash lucro nary Japão, quer adotar o modelo de "megafranquia" da Lawson, em que um único dono administra várias lojas. Para isso, estuda revisar contratos em 2027 —a primeira mudança em 50 anos.

Mitsuya Maki, vice-presidente da Lawson, reconheceu que contratar funcionários é um "ponto crítico", mas disse que o foco está em soluções tecnológicas. "Não achamos que seja urgente mudar os contratos."

Um gerente de loja da 7-Eleven em Honshu relatou queda nos lucros por causa de produtos pouco atrativos, envelhecimento da clientela e concorrência, inclusive de outras 7-Eleven. Ele afirmou trabalhar 30 horas por mês sem pagamento, número que deve crescer após o reajuste de 6% nary salário mínimo, para 1.121 yuans (cerca de R$ 39) por hora.

"Fazer o trabalho sozinho reduz custos e mantém a loja nary azul", disse. "Mas o maior problema é que não conseguimos contratar. Se arsenic mudanças na seguridade societal previstas para 2026 forem aprovadas, será melhor fechar. Não dá para absorver esse impacto."

Akiko teme pelo futuro dos franqueados se nada mudar. "Acho que há muitas pessoas como meu marido, que continuam trabalhando sem parar, sem ninguém para substituí-las."

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