Ao abrir o discurso, Lula afirmou que Macron o recebeu "com a hospitalidade que somente um grande amigo pode oferecer".
Ao mesmo tempo, cobrou publicamente o apoio da França ao acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Os franceses vêm adotando uma postura protecionista para resguardar seus produtores rurais, o que tem atrasado a implementação do acordo.

'A França deveria ter orgulho de dizer que a maior fronteira dela é no território amazônico', diz Lula
Lula afirmou que os dados da balança comercial atual mostram que Brasil e França regrediram em relação ao patamar de trocas registrado em 2012 – data da última visita de um presidente brasileiro (Dilma Rousseff, à época) à França.
O presidente francês Emmanuel Macron e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva caminham após uma coletiva de imprensa no Palácio do Eliseu, em Paris, França — Foto: CHRISTOPHE PETIT TESSON/Pool via REUTERS REFILE
Questionados sobre o impasse no acordo, Lula e Macron adotaram um tom cordial nas respostas – mas incluíram provocações e convites para rediscutir termos que ainda dividem os dois países em relação ao tema.
"Porque a Europa, por princípios que o presidente Lula e seu governo compartilham – a ecologia, reduzir a emissão de CO2, proteger a biodiversidade. Por essas razões, proibimos os nossos agricultores de utilizar esses agrotóxicos, por exemplo. Os países no Mercosul não estão no mesmo nível de regulamentação. Não é uma discrepância de qualidade, mas de regulamentação", afirmou Macron.
Em seguida, ao responder à mesma pergunta de um jornalista francês, Lula disse que "não está difícil fazer o acordo" – e que o Brasil quer continuar a importar vinhos e queijos franceses, por exemplo.
"O que não pode é um bloqueio. Vamos colocar as nossas cooperativas para conversar com as cooperativas francesas."
"Não queremos voltar ao protecionismo. Nos anos 1980, me convenceram que era preciso ter livre comércio e globalização, eu era contra. Aí depois que o Brasil entra, os que propuseram não querem mais? Por que nós ficamos competitivos? Isso não vale", disse Lula.
"Se precisar, eu venho conversar com os agricultores franceses para mostrar que eles vão ganhar com o acordo. [...] É preciso saber quem é que não quer o acordo", completou o presidente.
Ao longo do discurso, Lula exaltou as parcerias de Brasil e França em temas como a proteção ambiental e a produção de aeronaves e submarinos.
"Como vizinhos que compartilham extensa fronteira amazônica, apostamos nos benefícios da integração. É importante, presidente Macron, que o povo francês saiba que a maior fronteira da França com qualquer outro país não se dá na Europa, se dá com a América do Sul e com o Brasil. A França deveria ter orgulho de dizer que a maior fronteira dela é no território amazônico", disse Lula.
O brasileiro também citou os esforços conjuntos Brasil-França na produção de helicópteros – que, segundo Lula, podem reforçar a atuação das polícias no combate ao crime organizado.
"Um território como o Brasil, que tem as florestas que nós temos, não pode se dar ao luxo de não ter os helicópteros necessários para que a gente faça o nosso trabalho bem feito", emendou.
Presidentes Lula e Emmanuel Macron durante declaração à imprensa em Paris — Foto: TV Globo/Reprodução
No discurso, Lula também retomou temas que vêm marcando sua participação em fóruns multilaterais e em visitas oficiais de Estado – como o pedido de maiores aportes dos países ricos para financiar ações contra as mudanças climáticas, a crítica às guerras em Gaza e na Ucrânia e a defesa de uma reforma da Organização das Nações Unidas (ONU).
A agenda de Lula na França também inclui uma reunião com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e um encontro com a comunidade brasileira.
Durante a visita à França, o presidente ainda participará da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos, em Nice, e visitará a Interpol em Lyon. A Interpol é atualmente comandada pelo brasileiro Valdecy Urquiza, delegado da Polícia Federal.
Macron cita Amazônia, guerras e Haiti
Macron destacou que a crise climática preocupa – e reafirmou que estará em Belém para a COP 30.
Segundo o presidente francês, antes da conferência, é possível reunir líderes africanos para tentar alinhar posições que serão apresentadas na COP.
Macron lembrou que a França também tem território coberto pela Floresta Amazônica (Guiana Francesa) e falou sobre a importância de preservar esse ecossistema.
O presidente francês ainda citou que discutiu com Lula crises pelo mundo, como a guerra na Ucrânia, no Oriente Médio e a situação do Haiti.
Macron também defendeu intensificar a relação comercial entre Brasil e França. "Temos uma relação que queremos intensificar mais ainda", disse.

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5 meses atrás
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