As tarifas impostas pelos Estados Unidos impactaram de diferentes formas empresas brasileiras. Como forma de mitigar o prejuízo, algumas chegaram a suscitar o fechamento, caso não houvesse evolução nas negociações com os Estados Unidos ou o governo brasileiro não promovesse medidas de apoio. A Taurus, empresa de armas, recorreu ao Governo do Estado, enquanto a Finger, está readaptando produção e logística. Leia mais: Governo mapeia mercados para redirecionar produtos agropecuários afetados por tarifaço de Trump No setor de móveis há 47 anos, a Finger, localizada no município gaúcho de Sarandi, exporta para 12 países e 150 lojas no Brasil e América Latina. Produzindo mais de 5 mil ambientes a cada mês, 18% do total vão para o mercado externo. Do exportado, os Estados Unidos ficam com 35%, e os demais, Uruguai, Paraguai, Chile, Colômbia e Costa Rica, entre outros. A chegada do tarifaço pelos Estados Unidos assustou, mas não desmotivou a direção da empresa. De acordo com o diretor Edson Finger Jr, a administração está buscando formas de reduzir custos e otimizar a operação de embarque. A alternativa foi de envio não mais por avião, mas por contêiner em navios. “No mercado americano, temos mais de 12 lojas. Estamos procurando otimizar toda operação, desde instalação até o serviço prestado lá na ponta. Buscar aquele 1% em cada etapa faz toda diferença. Para isso, precisamos estar com toda operação muito bem arredondada, afinada”, observou. “O tarifaço não impede de continuarmos crescendo, atendendo os volumes que já temos, que são bem expressivos, e buscar outros”, explica. O executivo observa que o produto comercializado tem alto valor agregado, envolvendo serviços de instalação, pós-vendas. Na adequação, também está sendo considerada a revisão na margem de lucro para a manutenção do mercado. “Além disso, uma questão bem importante é a abertura de novos mercados. Sempre falamos que não se pode colocar todos os ovos na mesma cesta. Precisamos estar abertos para novas possibilidades, embora o nosso produto seja 100% desenvolvido para o mercado americano”, pondera. Finger explica que o país é um dos mercados mais exigentes do mundo, exige alto nível de qualidade e certificação. Uma vez aprovado em solo norte-americano, o produto estaria preparado para qualquer outro país. A empresa expediu por navegação contêineres de mercadorias antes do dia do tarifaço, devendo chegar antes do dia 1º de outubro. A carga é o equivalente a US$ 80 mil. A cada 15 dias saem novos contêineres, em função da demanda nos EUA. “No ano passado, um estúdio de arquitetura comprou mais de 200 casas, todos os ambientes nossos. E esse ano, eles devem comprar o mesmo volume. Não cancelamos ordens, não paramos produção. É uma questão de adequação. Acredito que, quem acaba sofrendo com a taxação e pagando os impostos, é o cliente que compra, o importador”, aponta o executivo. A empresa ainda não definiu se irá lançar mão do programa anunciado nesta quinta-feira, pelo Governo do Estado, para liberação de créditos de ICMS. A possibilidade de enquadramento será analisada. Já a Taurus Armas, de São Leopoldo, na via contrária, reagiu desde o primeiro sinal dos Estados Unidos. Assim que o presidente Donal Trump anunciou o tarifaço, a empresa, com sede em São Leopoldo, ameaçou com o provável fechamento da operação e transferência total para solo norte-americano. A transferência causaria mais de 15 mil demissões. O CEO Global Salesio Nuhs citou a “inviabilidade total” da empresa, que exporta 61% da produção local para os EUA. O executivo responsabilizara a falta de habilidade do governo brasileiro na negociação, resultando em insegurança jurídica para empresários brasileiros. No entanto, na última semana, dia 8, deu um passo atrás, decidindo transferir parte da operação de montagem para os Estados Unidos, mantendo a produção em solo gaúcho. A empresa não fala em número de vagas de empregos que seriam fechadas. O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Leopoldo e Região (Stimmme SL) fala em cerca de 25 postos de trabalho. Dias após a manifestação, a empresa reforçou a transferência para os EUA, viabilizando 90 dias de estoque. Além disso, acionou o Governo do Estado, solicitando a antecipação da liberação dos créditos acumulados de ICMS, que poderia “ajudar muito no fluxo de caixa da companhia nesse momento”. A empresa teria créditos acumulados em função de ser uma exportadora e ter como principal destino os EUA. Por meio de nota enviada ao Jornal do Comércio, a empresa disse, na segunda-feira (11), que "apenas iniciou a transferência da linha de montagem", com o intuito de minimizar o impacto da taxação.
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As tarifas impostas pelos Estados Unidos impactaram de diferentes formas empresas brasileiras. Como forma de mitigar o prejuízo, algumas chegaram a suscitar o fechamento, caso não houvesse evolução nas negociações com os Estados Unidos ou o governo brasileiro não promovesse medidas de apoio. A Taurus, empresa de armas, recorreu ao Governo do Estado, enquanto a Finger, está readaptando produção e logística.
- Leia mais: Governo mapeia mercados para redirecionar produtos agropecuários afetados por tarifaço de Trump
No setor de móveis há 47 anos, a Finger, localizada no município gaúcho de Sarandi, exporta para 12 países e 150 lojas no Brasil e América Latina. Produzindo mais de 5 mil ambientes a cada mês, 18% do total vão para o mercado externo. Do exportado, os Estados Unidos ficam com 35%, e os demais, Uruguai, Paraguai, Chile, Colômbia e Costa Rica, entre outros.
A chegada do tarifaço pelos Estados Unidos assustou, mas não desmotivou a direção da empresa. De acordo com o diretor Edson Finger Jr, a administração está buscando formas de reduzir custos e otimizar a operação de embarque. A alternativa foi de envio não mais por avião, mas por contêiner em navios. “No mercado americano, temos mais de 12 lojas. Estamos procurando otimizar toda operação, desde instalação até o serviço prestado lá na ponta. Buscar aquele 1% em cada etapa faz toda diferença. Para isso, precisamos estar com toda operação muito bem arredondada, afinada”, observou. “O tarifaço não impede de continuarmos crescendo, atendendo os volumes que já temos, que são bem expressivos, e buscar outros”, explica.
O executivo observa que o produto comercializado tem alto valor agregado, envolvendo serviços de instalação, pós-vendas. Na adequação, também está sendo considerada a revisão na margem de lucro para a manutenção do mercado. “Além disso, uma questão bem importante é a abertura de novos mercados. Sempre falamos que não se pode colocar todos os ovos na mesma cesta. Precisamos estar abertos para novas possibilidades, embora o nosso produto seja 100% desenvolvido para o mercado americano”, pondera. Finger explica que o país é um dos mercados mais exigentes do mundo, exige alto nível de qualidade e certificação. Uma vez aprovado em solo norte-americano, o produto estaria preparado para qualquer outro país.
A empresa expediu por navegação contêineres de mercadorias antes do dia do tarifaço, devendo chegar antes do dia 1º de outubro. A carga é o equivalente a US$ 80 mil. A cada 15 dias saem novos contêineres, em função da demanda nos EUA. “No ano passado, um estúdio de arquitetura comprou mais de 200 casas, todos os ambientes nossos. E esse ano, eles devem comprar o mesmo volume. Não cancelamos ordens, não paramos produção. É uma questão de adequação. Acredito que, quem acaba sofrendo com a taxação e pagando os impostos, é o cliente que compra, o importador”, aponta o executivo.
A empresa ainda não definiu se irá lançar mão do programa anunciado nesta quinta-feira, pelo Governo do Estado, para liberação de créditos de ICMS. A possibilidade de enquadramento será analisada.
Já a Taurus Armas, de São Leopoldo, na via contrária, reagiu desde o primeiro sinal dos Estados Unidos. Assim que o presidente Donal Trump anunciou o tarifaço, a empresa, com sede em São Leopoldo, ameaçou com o provável fechamento da operação e transferência total para solo norte-americano. A transferência causaria mais de 15 mil demissões.
O CEO Global Salesio Nuhs citou a “inviabilidade total” da empresa, que exporta 61% da produção local para os EUA. O executivo responsabilizara a falta de habilidade do governo brasileiro na negociação, resultando em insegurança jurídica para empresários brasileiros. No entanto, na última semana, dia 8, deu um passo atrás, decidindo transferir parte da operação de montagem para os Estados Unidos, mantendo a produção em solo gaúcho.
A empresa não fala em número de vagas de empregos que seriam fechadas. O Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de São Leopoldo e Região (Stimmme SL) fala em cerca de 25 postos de trabalho.
Dias após a manifestação, a empresa reforçou a transferência para os EUA, viabilizando 90 dias de estoque. Além disso, acionou o Governo do Estado, solicitando a antecipação da liberação dos créditos acumulados de ICMS, que poderia “ajudar muito no fluxo de caixa da companhia nesse momento”. A empresa teria créditos acumulados em função de ser uma exportadora e ter como principal destino os EUA. Por meio de nota enviada ao Jornal do Comércio, a empresa disse, na segunda-feira (11), que "apenas iniciou a transferência da linha de montagem", com o intuito de minimizar o impacto da taxação.
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