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Eu era CEO e não sabia liderar 60 mil pessoas

Essa convicção não nasceu em uma sala de reunião, mas em uma escola do Exército, nos meus tempos como Instrutor do CPOR/SP, observando um homem que moldou para sempre minha visão de liderança: o Coronel Comandante Briones. Ele era a maior autoridade ali, mas sua grandeza não vinha da patente, e sim do exemplo. Ele tinha um radar permanentemente ligado para encontrar potencial nos outros.

O Coronel Briones viu algo em mim que nem eu mesmo enxergava. Ele me empurrou para além dos meus limites e me incentivou a sair de Carapicuíba para conhecer o mundo. Mas sua lição mais poderosa veio de uma goteira. Um vazamento insistente no telhado que ninguém conseguia resolver. Um dia, para o espanto de todos nós, Tenentes, lá estava o Coronel, a maior autoridade do quartel, subindo ele mesmo para consertar aquela goteira. Naquele gesto, ele nos ensinou que liderar é, antes de tudo, servir.

Aquela semente germinou ao longo da minha carreira. Não existiria o Paulo do Méqui, da PepsiCo ou da Iron Mountain sem aquela referência. E hoje, como mentor de outros CEOs, meu propósito é o mesmo: ser um multiplicador.

Encontrei meu propósito de vida em ajudar as pessoas a descobrirem seu máximo potencial, porque foi exatamente o que aconteceu comigo. Tive a sorte de cruzar com grandes mestres em minha jornada. Tive chefes bons e maus — e ambos foram essenciais. Os bons me mostraram um potencial que eu mesmo desconhecia. Já os maus me fizeram jurar que nunca seria como eles. Foram, sem saber, meus melhores professores sobre o que não ser e o que não fazer. Essa reflexão é tão importante para mim que virou a dedicatória do meu livro "Seja o Líder que Você Gostaria de Ter como Chefe" e está fixada como manifesto no meu Instagram (@oipaulocamargo).

Hoje, não há nada que me traga mais orgulho do que ver antigos liderados brilhando, comandando seus departamentos, suas próprias organizações. Esse é o verdadeiro dividendo do meu trabalho. E o efeito é sistêmico: quando ajudo a desenvolver uma pessoa física, o impacto transborda para a pessoa jurídica da qual ela faz parte. Empresas mais fortes são construídas por pessoas mais fortes, por Times mais coesos.
Com o tempo, aprendi a me desvencilhar da perigosa armadilha do "líder super-herói" - a crença de que precisamos ter todas as respostas. Esse mito, além de solitário, é a receita para a mediocridade, ou até mesmo para o fracasso. Ele cria gargalos, sufoca a inovação e, pior, desperdiça os talentos incríveis do seu Time. Nenhum negócio de sucesso é "você-dependente".

Seu verdadeiro papel como líder é ser um "caça-talentos" com olhos de raio-X, enxergando competências que as pessoas nem sabem que possuem. É acreditar nelas antes que elas mesmas acreditem. É ser um guia, não um "Mestre dos Magos" que some na hora da dificuldade.

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