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EUA deportam 37 mil imigrantes no primeiro mês da gestão Trump

O número é muito menor do que a média mensal de cerca de 57 mil deportações em 2024, o último ano completo da administração de Joe Biden.

Especialistas pontuam, além da assimetria da comparação, que as deportações deverão aumentar nos próximos meses, à medida que o republicano abre novos caminhos para aumentar as prisões e remoções de imigrantes ilegais.

A porta-voz do Departamento de Segurança Interna, Tricia McLaughlin, afirmou que os números de deportação da era Biden seriam "artificialmente altos" devido aos patamares mais altos de imigração ilegal — um dos objetivos de Trump é aumentar a vigilância nas fronteiras e combater a chegada de imigrantes.

Trump fez campanha para a Casa Branca prometendo deportar milhões de imigrantes ilegais na maior operação de deportação da história dos EUA.

No entanto, os números iniciais sugerem que Trump pode ter dificuldades para igualar as taxas de deportação mais altas durante o último ano completo da administração Biden — em 2024, um grande número de migrantes foi pego cruzando a fronteira ilegalmente, tornando-os mais fáceis de deportar.

Donald Trump durante coletiva de imprensa na Flórida, em 18 de fevereiro de 2025 — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

O esforço de deportação pode se intensificar ao longo dos próximos meses, auxiliado por acordos entre EUA e Guatemala, El Salvador, Panamá e Costa Rica para receber deportados de outras nações, disseram analistas ouvidos pela Reuters.

O governo Trump também já enviou imigrantes venezuelanos para a base naval dos EUA na Baía de Guantánamo. O presidente dos EUA disse no final de janeiro que seu governo se prepararia para manter lá até 30 mil migrantes detidos, apesar da resistência de grupos de liberdades civis.

As deportações assistidas por militares podem crescer, considerando o vasto orçamento do Pentágono, de acordo com Adam Isacson, especialista em segurança do "think tank" Washington Office on Latin America.

Agentes do governo Trump vão de porta em porta para prender imigrantes ilegais em Chicago

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Enquanto isso, o governo americano está se movendo para facilitar a prisão e deportação de imigrantes ​​sem antecedentes criminais e para deter mais pessoas com ordens finais de deportação.

Em janeiro, o Departamento de Justiça emitiu um memorando permitindo que os agentes do ICE prendessem migrantes em tribunais de imigração dos EUA, revertendo uma política da era Biden que limitava tais prisões.

Na quarta-feira (19), o Departamento de Estado dos EUA designou a facção venezuelana Tren de Aragua e outras sete gangues e cartéis criminosos como organizações terroristas. Sob a lei de imigração dos EUA, supostos membros de gangues designados como terroristas e pessoas com laços com os grupos podem se tornar deportáveis.

O governo Trump também está retirando agentes do braço investigativo do ICE, do Departamento de Justiça, da Receita Federal e do Departamento de Estado para auxiliar em prisões e investigações.

Jessica Vaughan, diretora de políticas do Center for Immigration Studies, disse que esses agentes podem ajudar a reprimir empregadores que contratam trabalhadores sem status legal e pessoas que têm ordens finais de deportação.

"Esses são todos casos mais difíceis", disse Vaughan. "No caso de uma operação no local de trabalho, você tem muito planejamento a fazer, alguma investigação que a precede, e tudo isso leva muito tempo."

Donald Trump anuncia que vai enviar 30 mil imigrantes presos para Guantánamo, em Cuba

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Durante as três primeiras semanas de Trump no cargo, o ICE prendeu cerca de 14 mil pessoas, disse Tom Homan, designado "czar da fronteira" por Trump, na semana passada. Isso equivale a 667 por dia — o dobro da média do ano passado, mas que totalizaria cerca de 250 mil prisões em um ano.

As prisões do ICE aumentaram para cerca de 800 a 1.200 por dia durante a primeira semana de Trump no cargo, depois caíram conforme os centros de detenção ficaram lotados e os policiais convocados para operações especiais foram desmobilizados.

Durante o primeiro mês de Trump no cargo, o ICE dobrou as prisões de pessoas com acusações criminais ou condenações em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados fornecidos pelo Departamento de Segurança Interna.

Embora as prisões tenham aumentado, o espaço de detenção do ICE continua sendo um fator limitante. A agência atualmente mantém cerca de 41.100 detidos, com financiamento para manter 41.500.

Cerca de 19 mil desses detidos foram presos pelo ICE, enquanto cerca de 22 mil foram pegos pelas autoridades de fronteira dos EUA, de acordo com dados da agência publicados em meados de fevereiro.

Dos 19 mil presos pelo ICE, cerca de 2.800 não tinham antecedentes criminais, de acordo com os mesmos dados da agência.

O Senado dos EUA, liderado pelos Republicanos, aprovou na sexta-feira um projeto de lei para fornecer US$ 340 bilhões ao longo de quatro anos para segurança de fronteira, deportações, desregulamentação de energia e gastos militares adicionais. Mas o partido continua dividido sobre como seguir em frente com o plano de financiamento, com Trump pressionando para que o financiamento seja combinado com cortes de impostos.

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