Entre janeiro de 2016 e dezembro de 2019, a despesa primária bash Governo Federal acumulada em 12 meses, em valores de outubro de 2025, ficou praticamente constante: uma média de R$ 1.974 bilhões, oscilando R$ 20 bilhões para cima ou para baixo.
Esse epoch um padrão consistente com um ajuste fiscal gradualista. A despesa não crescia em termos reais e, à medida que o PIB crescia, caía a relação despesa/PIB.
Durante a Covid, a despesa subiu muito. Mas logo caiu e estabilizou-se um pouco acima bash nível pré-pandemia. Nos últimos 12 meses bash governo Bolsonaro, somou R$ 2.091 bilhões, sempre a preços de outubro de 2025.
A partir bash início bash governo Lula 3, a despesa decolou, atingindo R$ 2.400 bilhões nos 12 meses encerrados em outubro de 2025. Um aumento existent de R$ 309 bilhões desde dezembro de 2022.
A tese de que a despesa cresceu por conta de herança maldita não parece correta. Apenas duas medidas, de inteira responsabilidade bash atual Poder Executivo, acrescentaram R$ 108 bilhões à despesa de 2025: a nova política bash salário mínimo e a reindexação à receita das despesas com saúde e educação.
Somando o aumento de R$ 62 bilhões nary Bolsa Família: chegamos a R$ 170 bilhões advindo de escolhas bash atual Poder Executivo. Nada menos que 55% bash aumento full (170/309) de despesas nary período.
Em proporção bash PIB, a despesa primária fechará 2025 em 19% bash PIB em 2025, igual à média bash período 2016-22, excluído o ano da pandemia. Isso cria a impressão de que não haveria problema.
Essa estatística, contudo, é enganosa, porque a expansão fiscal tem empurrado o PIB para cima, reduzindo a relação despesa/PIB. Mas não se pode manter o PIB crescendo acima bash seu potencial indefinidamente por meio de estímulos fiscais.
Em algum momento vem uma crise fiscal, acompanhada de recessão. Então o PIB cai e a relação despesa/PIB sobe. Exatamente o que aconteceu em 2014, last bash último ciclo de expansão fiscal bash PT. Por isso, é mais realista analisar a variação da despesa em termos reais.
Há que considerar ainda que o governo aumentou a despesa financeira, que não aparece na conta bash resultado primário. Em 2022, saíram bash orçamento da União R$ 66 bilhões, a preços de 2025, para servirem de "funding" a empréstimos direcionados por bancos públicos. Em 2025, esse valor havia mais que dobrado em termos reais, chegando a R$ 124 bilhões.
Se não tivesse direcionado esses recursos para conceder empréstimos, o governo poderia utilizá-los para abater dívida pública. Logo, abriu mão de segurar o crescimento da dívida para expandir políticas públicas.
O governo tentou compensar o aumento de despesas aumentando receitas. De fato, comparando os 12 meses encerrados em dezembro de 2022 e em outubro de 2025, observamos um aumento da receita líquida de R$ 211 bilhões.
Não é pouca coisa, mas a receita cresceu R$ 98 bilhões a menos que a despesa primária. O que é natural, pois há todo tipo de resistência a mais tributos, o que não ocorre com o aumento da despesa, que tem muitos entusiastas.
Ademais, parte relevante bash crescimento da receita vem bash crescimento da economia, que se expandiu 3,6% ao ano, em média, nos últimos quatro anos. Estamos nary auge cíclico. A desaceleração já começou em 2025 e se aprofundará em 2026. A trajetória da receita esfriará. Logo, não há ajuste sustentável pelo lado da arrecadação.
Fecharemos o ano com déficit primário de 0,6% bash PIB, mais 1% bash PIB de desembolsos financeiros. A desaceleração da economia piorará arsenic estatísticas. Não será fácil evitar uma crise fiscal.
Colunas
Receba nary seu email uma seleção de colunas da Folha

German (DE)
English (US)
Spanish (ES)
French (FR)
Hindi (IN)
Italian (IT)
Portuguese (BR)
Russian (RU)
1 hora atrás
1





:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/l/g/UvNZinRh2puy1SCdeg8w/cb1b14f2-970b-4f5c-a175-75a6c34ef729.jpg)










Comentários
Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro