A carga tributária para a carne brasileira que chega aos Estados Unidos pode chegar a 76%, somando-se à alíquota atual de 26,4%, o que deverá comprometer a viabilidade econômica das exportações ao mercado norte-americano, que importou 229 mil toneladas em 2024. Para 2025, a previsão era atingir 400 mil toneladas. Nesta quinta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, publicou a ordem executiva de imposição de tarifas, excetuando mais de 600 produtos brasileiros, mas sem poupar a carne nacional.
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A carga tributária para a carne brasileira que chega aos Estados Unidos pode chegar a 76%, somando-se à alíquota atual de 26,4%, o que deverá comprometer a viabilidade econômica das exportações ao mercado norte-americano, que importou 229 mil toneladas em 2024. Para 2025, a previsão era atingir 400 mil toneladas. Nesta quinta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, publicou a ordem executiva de imposição de tarifas, excetuando mais de 600 produtos brasileiros, mas sem poupar a carne nacional.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) defende o apoio do governo federal, como forma de minimizar os danos para o setor. Dados da associação, indicam que o impacto na cadeia nos próximos seis meses está estimado em U$ 1 bilhão. “Conversei com vice-presidente (Geraldo) Alckmin, expus os impactos para o setor da carne bovina. Expliquei que os EUA são o nosso segundo maior mercado de carne bovina. Ele me disse que estão estudando ações para mitigar esses impactos, como novas linhas de crédito, novas linhas de financiamento para o setor exportador brasileiro”, relatou o presidente da entidade, Roberto Perosa.
O presidente da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Gedeão Pereira, disse, nesta quarta-feira (30), que, embora a exportação não seja tão significativa, o mercado interno poderá ser impactado. Para o mercado externo, o produto tem um peso de entre U$40 milhões e U$ 50 milhões. “Ainda que a exportação seja pequena, o mercado externo é um só. O mercado externo é preponderante porque mantém o patamar de preços. Para nós é extremamente importante. Já a exportação de suínos é mínima. De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), apenas 2% da produção é exportada.
O dirigente observou que o Brasil exporta para diversos países. Seria viável exportar para outros países. “Mas nessa quantidade, cerca de 400 mil toneladas que iríamos exportar nesse ano, e de um produto específico, não existe nenhum mercado que absorva tudo isso”, salientou. Perosa indicou que, parte do produto, ficará no mercado interno, e outra, enviada a outros destinos, mas com dificuldades de preço e de logística.
O mercado norte-americano, segundo a Abiec é muito atrativo os Estados Unidos, que também ganha com a compra de carne brasileira, sobretudo de carne magra para um blend de produção de hambúrger. Mais de 60% do consumo de carne bovina norte-americana é através do hambúrguer. “É incompreensível (a imposição de tarifas). É uma relação de ganha-ganha. O preço da carne do ground beef (carne moída) nos Estados Unidos deve subir e impactar economia norte-americana, sobretudo, na classe média americana”, acrescentou.
A Abimec vem mantendo diálogo permanente com a Mica - Meat Import Council of America (organização que tem o objetivo de promover e facilitar o comércio de carne importada nos EUA), que, por sua vez, conversa com a Casa Branca. De acordo Perosa, a organização também está preocupada porque irá diminuir a operação.
No Brasil, o impacto também será sentido, não apenas no preço. A Abiec aponta que, com o desarranjo da cadeia, o produto deverá ser redirecionado, ou, ainda, diminuir a produção. “Estamos aguardando, reforçando que as negociações podem continuar, mesmo após o início da implantação da tarifação”, concluiu.
Apesar de a carne bovina brasileira ficar de fora da lista de exceções da tarifa adicional, a entidade avaliou como positiva a extensão do prazo para entrada em vigor da alíquota. A tarifa entra em vigor daqui a sete dias para produtos que estão nos Estados Unidos e em 5 de outubro para os que forem embarcados em até 7 dias, de acordo com comunicado do governo dos Estados Unidos. "Isso faz com que as carnes que estavam no mar ou desembaraçadas nas aduaneiras brasileiras possam chegar aos EUA em tempo hábil. Nesse sentido, o prazo dado é satisfatório", afirmou.
Estima-se que cerca de 30 mil toneladas da proteína brasileira estavam em alto-mar ou embarcadas nos portos nacionais prontas para serem encaminhadas aos Estados Unidos após o anúncio da imposição da tarifa em 9 de julho.

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