O filho adotivo do presidente Lula (PT), Marcos Cláudio Lula da Silva, foi quem recebeu a equipe da Polícia Federal na casa de sua ex-mulher, Carla Ariane Trindade.
A PF foi na quarta-feira (13) até a casa de Carla, em Campinas (SP), para cumprir mandados de buscas e apreensão. Segundo a investigação, a ex-nora de Lula atuou para liberar, no Ministério da Educação, valores para uma empresa suspeita de fraudes em licitações e desvio de dinheiro público.
O documento da PF afirma que a equipe foi recebida na casa por Marcos Cláudio. "Estavam presentes no imóvel, além do senhor Marcos, a senhora Carla, o filho e os pais da senhora Carla, o senhor Henrique e a senhora Lindalva", diz o material. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo e confirmada pelo Uol.
Carla teria atuado em favor da Life Tecnologia Educacional, localizada no interior paulista. A empresa recebeu cerca de R$ 70 milhões em contratos de fornecimento de kits e livros didáticos destinados a prefeituras de São Paulo. Marcos Cláudio é filho da ex-primeira-dama Marisa Letícia e foi adotado pelo presidente Lula.
A ex-nora do presidente foi a Brasília diversas vezes, uma delas em julho de 2024. Segundo a PF, as passagens foram custeadas pelo dono da Life, André Mariano, e a dinâmica dos agendamentos demonstra que Carla "defendia os interesses" do empresário "junto a órgãos públicos, principalmente na busca por recursos e contratos", diz trecho da decisão que autorizou a operação.
Carla e Marcos foram casados por quase 20 anos. A equipe da PF chegou à casa da ex-nora de Lula por volta das 6h de quarta-feira. Os agentes apreenderam o passaporte dela, um celular, um computador e um caderno de capa dura.
A defesa de Carla disse que solicitou acesso ao processo e irá se manifestar após conhecimento total da investigação. O filho de Lula não foi localizado para comentar até a publicação deste texto.
Um ex-sócio de outro filho de Lula também foi incluído na investigação. A PF cita a atuação de Kalil Bittar, ex-sócio de Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, na Gamecorp, investigada na Lava Jato.
Carla é citada com uma das cinco pessoas "influentes da política local e nacional". Essas figuras, segundo a PF, teriam sido os contatos para Mariano, o dono da Life, obter com facilidade contratos multimilionários com prefeituras do interior de São Paulo. Além dela, estão nesse grupo secretários de Educação e Habitação, além de vice-prefeito.
Brasília Hoje
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Na agenda do dono da Life, Carla é referenciada como "amiga de Paulínia", "nora" e "Carla", diz a PF. A primeira menção dela na agenda de Mariano teria ocorrido em janeiro de 2024, "sugerindo envolvimento em tratativas jurídicas ou administrativas".
Para a PF "as evidências" apontam que a ex-nora de Lula "parece ter, ou alegar ter influência em decisões do governo federal". Ela também teria bom relacionamento nos municípios paulistas de Mauá, Diadema, Campinas, entre outros.
A investigação da polícia aponta que a Life revendia livros para prefeituras com sobrepreço. A empresa teria comprado exemplares por valores entre R$ 1 e R$ 5, mas os repassava por valores entre R$ 60 e R$ 80. "O que se conclui da análise 'fria' das notas fiscais é que a Life Tecnologia teria lucrado pelo menos R$ 50 milhões com a venda de livros a essas prefeituras, tendo recebido pouco mais de R$ 86 milhões, e gasto R$ 32 milhões, supostamente, para a compra das mercadorias", diz o documento da PF.

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