O jato supersônico da Boeing teria 96,9 metros de comprimento, seria capaz de atingir até 2,7 vezes a velocidade do som e voar acima de 18 quilômetros de altitude. O nariz pontiagudo e alongado seria abaixado durante os pousos e decolagens para melhorar a visibilidade dos pilotos.

Chamado de 2707, o projeto da Boeing enfrentou sérias dificuldades. Concorrendo com russos e com o consórcio franco-britânico, a Boeing não só queria sair na frente como também desenvolver um avião mais avançado. O problema é que isso exigia uma tecnologia muito além do que já havia sido feito até então.
O resultado é que a Boeing não conseguiu resolver todos os problemas e viu seus concorrentes saírem na frente. Primeiro, foram os russos com o voo inaugural do Tupolev TU-144 em 31 de dezembro de 1968. No ano seguinte, o consórcio franco-britânico fez o primeiro voo do Concorde em 2 de março de 1969.
Com o fracasso do projeto 2707, a Boeing foi obrigada a abandonar o desenvolvimento de seu avião supersônico de passageiro em 1971. A empresa afirma, no entanto, que nem todo o trabalho foi em vão, já que os estudos ajudaram no desenvolvimento de outros produtos da empresa.
Apesar de nunca ter saído do papel, o supersônico 2707 da Boeing chegou a receber 122 encomendas de 26 companhias aéreas.
Boeing investe em jato executivo supersônico

O fato de nunca ter conseguido desenvolver um avião civil supersônico parece desagradar a Boeing ao longo desses anos. A empresa já esteve envolvida em outros projetos, que também não avançaram.
A investida mais recente veio em fevereiro do ano passado. A Boeing fez um investimento na Aerion para acelerar o desenvolvimento de tecnologia e o design de aeronaves supersônicas. Os termos do acordo não foram divulgados.
Segundo o acordo, a Boeing fornecerá recursos de engenharia, fabricação e testes de voo, além de conteúdo estratégico para levar ao mercado o jato executivo supersônico AS2 da Aerion. O AS2 foi projetado para atingir até 1,4 vezes a velocidade do som, ou aproximadamente 1.600 km/h.
Com a capacidade de voar até 70% mais rápido que os jatos executivos atuais, o AS2 economiza aproximadamente três horas em um voo transatlântico, atendendo aos requisitos de desempenho ambiental.
*Com reportagem de fevereiro de 2020
Reportagem
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