
Crédito, EPA
- Author, Fiona Nimoni
- Role, BBC News
Há 13 minutos
Discursando na sede das Nações Unidas (ONU) em Nova York, o presidente Emmanuel Macron disse que "chegou a hora da paz" e que "nada justifica a guerra em curso em Gaza".
França e Arábia Saudita conduziram uma cúpula de um dia na Assembleia Geral da ONU focada em planos para uma solução de dois Estados (plano de paz entre palestinos e Israel, no qual um Estado palestino seria criado na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, com Jerusalém Oriental como capital).
Alemanha, Itália e EUA, países do G7, não compareceram.
Israel defendeu que o reconhecimento recompensaria o Hamas pelo ataque do grupo armado palestino ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, no qual cerca de 1.200 pessoas foram mortas e 251 feitas reféns.
Desde então, mais de 65.000 palestinos foram mortos por Israel, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas.
As forças israelenses estão atualmente realizando uma ofensiva terrestre com o objetivo de tomar o controle da Cidade de Gaza, onde viviam um milhão de pessoas e onde a fome foi confirmada no mês passado.
O líder francês disse na conferência que havia chegado a hora de parar a guerra e libertar os reféns israelenses mantidos pelo Hamas. Ele alertou para o "perigo de guerras sem fim" e disse que "o direito deve sempre prevalecer sobre a força".
A comunidade internacional falhou em construir uma paz justa e duradoura no Oriente Médio, disse ele, acrescentando:"Devemos fazer tudo ao nosso alcance para preservar a possibilidade de uma solução de dois Estados."
O ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, Faisal bin Farhan Al Saud, também se dirigiu à ONU, em nome do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.
Ele defendeu que a solução de dois Estados seria a única maneira de alcançar a paz duradoura na região.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, referiu-se à situação em Gaza como "moral, legal e politicamente intolerável" e afirmou que a solução de dois Estados é o "único caminho crível" para a paz entre israelenses e palestinos.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas — que foi impedido de comparecer pessoalmente à Assembleia Geral da ONU após os EUA revogarem seu visto e os de outras autoridades palestinas —, discursou na cúpula através de videoconferência.
Ele pediu um cessar-fogo permanente e disse que o Hamas não poderia ter papel algum no governo de Gaza, solicitando que o grupo "entregasse suas armas" à Autoridade Palestina (AP).
"O que queremos é um Estado unificado sem armas", disse ele.
Abbas também condenou o ataque do Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023 e se dirigiu aos israelenses, dizendo: "Nosso futuro e o de vocês dependem da paz. Chega de violência e guerra."

Crédito, Reuters
Macron afirmou que a França está pronta para contribuir com uma "missão de estabilização" em Gaza e pediu uma gestão de transição que supervisionaria o desmantelamento do Hamas, envolvendo a AP.
Ele declarou que a França só abriria uma embaixada em um Estado palestino quando todos os reféns mantidos pelo Hamas fossem libertados e um cessar-fogo fosse negociado e confirmado.
O embaixador de Israel na ONU, Danny Dannon, falou com repórteres pouco antes do anúncio de Macron.
Dannon disse que uma solução de dois Estados foi "descartada" após o ataque de 7 de outubro e chamou as negociações desta semana na ONU de "farsa".
Ele também se recusou a descartar a possibilidade de Israel anexar a Cisjordânia ocupada.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu insistiu que não haverá um Estado palestino a oeste do Rio Jordão, e o presidente Isaac Herzog disse que reconhecer isso só "encorajaria as forças das trevas".
Antes do anúncio de Macron, as bandeiras palestina e israelense foram hasteadas na Torre Eiffel, ícone da capital francesa, na noite de domingo.
Várias prefeituras na França também hastearam bandeiras palestinas na segunda-feira, apesar da ordem do governo aos prefeitos locais para manter a neutralidade.
Protestos pró-palestinos também ocorreram em cerca de 80 cidades em toda a Itália, onde o governo de Giorgia Meloni afirmou recentemente que poderia ser "contraproducente" reconhecer um Estado que não existe.
Na Alemanha, o governo afirmou que a criação de um Estado palestino não está em debate no momento, e o ministro das Relações Exteriores, Johann Wadephul, explicou, ao partir para Nova York: "Para a Alemanha, o reconhecimento de um Estado palestino acontece principalmente no final do processo. Mas esse processo deve começar agora".

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