1 ano atrás 41

Fraport conclui 50% das obras e confirma voos em outubro no Salgado Filho

Em vez de voos, o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, tem um verdadeiro canteiro de obras. A operação mais sensível é a reabilitação de boa parte da pista de pousos e decolagens (PPD), após graves danos das cheias de maio.

A concessionária Fraport Brasil informou nesta quinta-feira (29) que nesta quinta-feira (29) que concluiu metade das intervenções que envolvem o traçado de pousos e decolagem, áreas do terminal e outros setores afetados para retomar o tráfego aéreo em 21 de outubro. Os voos não ocorrem desde 3 de maio. 

"A fase 2, que é a principal das obras, entrega a pista em 21 de outubro que viabiliza a retomada de boa parte dos voos domésticos no aeroporto, melhorando significativamente a conectividade do Estado com o resto do País. Esta é nossa missão", afirmou o diretor de Infraestrutura e Manutenção da Fraport, Cássio Gonçalves, após a primeira visita da imprensa ao local da reabilitação. 

Hoje embarque e desembarque são no Salgado Filho, mas os voos ocorrem na Base Aérea de Canoas (Baco). Na retomada, serão 128 frequências diárias, entre partidas e chegadas. Antes da enchente, o terminal tinha, em média, 140 a 150 voos diários. As aéreas Azul, Gol e Latam confirmaram a retomada da operação e já vendem passagens. Conexões para Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Guarulhos, Rio de Janeiro e São Paulo já estão sendo comercializadas.

As ligações internacionais voltam em 16 de dezembro, quando a pista estará na capacidade total de 3,2 mil metros. Latam e Copa Airlines já abriram a oferta para compra de ligações.

Em outubro, os pousos e as decolagens serão em pista reduzida, de 1.730 metros. O diretor de infraestrutura avalia que 60% da execução na PPD foi concluída. Para dar conta da demanda de insumos, foi montada uma usina de asfalto na área onde foram as oficinas de manutenção de aviões da Varig e depois da TAP.

"É a primeira vez que isso é feito. Serão 150 mil toneladas de material para reabilitação das duas fases", cita Diógenes Sartor, gerente de infraestrutura da Fraport. "Tem mais duas usinas fora do aeroporto produzindo asfalto", completa Sartor.     

A concessionária também liberou uma radiografia de tudo que está em execução, que envolve, além da Pista de Pousos e Decolagens (PPD), restaurações no terminal, entre pisos, equipamentos, áreas de raio-x, esteiras de bagagens e ambientes de uso dos passageiros. O primeiro nível do terminal teve inundação.

Gonçalves lembrou que a busca de soluções e contatos com fornecedores começou mesmo quando ainda havia lâmina de água. Em junho, as ações se intensificaram para testar o que havia sido afetado da pavimentação, e providenciar a recomposição da infraestrutura e equipamentos. 

"Tivemos de passar por etapas de ensaios, testes para poder definir o projeto responsável, com segurança e sem especulação", destacou o diretor de infraestrutura, citando que os conjuntos de raio-x, que são importados, já estão sendo processados para entrega pelos fabricantes. A garantia é de chegada de material para a operação. "Tenho certeza que vamos cumprir os prazos", reforçou.

Informações de custos e repasses não foram detalhados. "Isso está sendo visto pela alta direção", disse Gonçalves. Na semana passada, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou repasse de R$ 426 milhões para a concessionária cobrir despesas da restauração geral do complexo. Cabe ao governo fazer o repasse.    

Segundo a Fraport, foram mais de 70 contratos firmados, além de uma média de 700 trabalhadores e cerca de 150 veículos/equipamentos envolvidos na obra. A intervenção atinge 55 mil metros quadrados de concreto do pátio de aeronaves, "equivalente a sete campos de futebol", dimensiona a concessionária. "Dezoito prédios do sítio aeroportuário e sete salas técnicas de TI estão em reforma", descreve a empresa.

Há pontos de restauro por todo lado, dentro (primeiro piso do terminal de passageiros) e áreas externas, da pista e acessos para aeronaves pararem nas pontes (estruturas conectadas ao terminal onde o avião é acoplado para os embarques e desembarques).

Um aliado que está ajudando, paradoxalmente, é o clima. Até agora, o tempo foi favorável. "O mês de de setembro será chave para as obras, porque é o mês com o maior índice pluviométrico. Nosso planejamento considera o índice histórico", observa Gonçalves. "Mas se surgir algo fora da curva pode ser que a gente tenha algum atraso", admite o diretor. Para não correr riscos, as empresas prestadoras atuam em diversos horários e se ajustam a eventual mudança, como chuvas.      

Raio-x da reabilitação do Salgado Filho para retorno dos voos:

Pista

  • Intervenção em 55 mil metros quadrados de concreto do pátio de aeronaves de concreto, equivalente a sete campos de futebol.
  • 18 prédios do sítio aeroportuário e sete salas técnicas de TI estão em reforma
  • 32 mil metros quadrados do Terminal de Passageiros estão em obras de recuperação civil
  • Cerca de 300 mil metros de cabos de tecnologia da informação (TI) e 20 mil metros de cabos elétricos estão sendo substituídos
  • Sete pontes de embarque em manutenção e testes, após troca de componentes, e nove pontes de embarque novas foram instaladas
  • 10 subestações de energia (de um total de 13), 20 grupos geradores estão em recuperação e 29 cubículos de média tensão serão trocados
  • Devem ser usadas 150 mil toneladas de asfalto nas fases 2 e 3 da reabilitação da pista e outras áreas. Na fase 2, são 80 mil toneladas. Até agora, foram aplicadas 19,3 mil toneladas, equivalente a 165 ruas asfaltadas ou 715 carretas.

Terminal de Passageiros

  • Remoção, descarte e execução de 3,1 mil metros quadrados de drywall (58 salas de 20 metros quadrados).
  • Remoção, descarte e instalação de 150 portas.
  • Pintura em 8,7 mil metros quadrados, equivalente a quatro prédios de 10 andares.
  • Limpeza e aplicação de rejunte em quase 20 mil metros quadrados de granito e porcelanato.
  • Lapidação de 10 mil metros quadrados de granito, mais que um campo de futebol.
  • Substituição de 445 tomadas de energia.
  • 12 elevadores recuperados; 11 elevadores e seis escadas rolantes seguem em reforma.
Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro