A energia que o Brasil importaria da Venezuela para abastecer Roraima poderia, além de proporcionar uma economia mensal de R$ 10 milhões aos cofres públicos, suprir necessidades do país em caso de uma crise hídrica, avaliam interlocutores do Ministério de Minas e Energia.
A importação de energia para Roraima foi discutida nesta segunda-feira (23) pelo ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) em sua visita à Venezuela.
A ideia é usar o Linhão de Tucuruí, entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR), para levar energia ao restante do Brasil caso haja necessidade. A linha de transmissão teve as obras anunciadas em agosto pelo governo Lula (PT), com conclusão prevista para setembro de 2025.
O linhão vai conectar Roraima ao Sistema Interligado Nacional —o estado é o único que não está ligado ao SIN. Até 2019, Roraima recebia energia da Venezuela, mas no governo de Jair Bolsonaro (PL) o fornecimento foi interrompido. O estado, então, passou a usar geração térmica, mais cara —começou a pagar R$ 1.700 por MWh, em vez de cerca de R$ 270 por MWh.
Segundo os técnicos, quando as obras forem concluídas será possível levar a energia importada da usina hidrelétrica de Guri, na Venezuela, a outras partes do país em caso de necessidade ou vender para o país vizinho energia excedente produzida no Brasil. A ideia é aumentar a segurança energética e a independência de combustíveis fósseis, além de ampliar a integração no cone sul.
Na Venezuela, Silveira também se reuniu com autoridades do país para discutir parcerias no setor energético e mineral, além de oportunidades de negócios. O ministro se encontrou com seus colegas de óleo e gás, energia e com a vice-presidente, Delcy Rodríguez.
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