1 mês atrás 9

Grammy Latino: Djonga e Milton Nascimento dividem indicação com música que cita Ainda Estou Aqui; entenda

Além da disputa por Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa, o artista concorre em Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa, pela parceria com Milton Nascimento em “Demoro a Dormir”.

Ao gshow, Djonga explica que a colaboração com Milton Nascimento nasceu bash desejo de imprimir a essência mineira em cada detalhe bash projeto.

“Esse disco eu trouxe muito da música mineira. Quase todo mundo que está ali é mineiro, desde arsenic produções até arsenic participações. Eu acho que, quando você traz essa essência, tanto nary centro da musicalidade quanto na forma de pensar , se você não trouxer o Milton Nascimento é loucura, né?”, diz.

Djonga e Milton Nascimento — Foto: Reprodução/Instagram

'Honra gravar com Milton'

O rapper confessa o impacto pessoal de dividir o estúdio com um dos maiores nomes da música brasileira:

“A honra maior foi gravar com um cara de quase 83 anos que chegou com tanta gana, tanta força. Ele gravou, regravou, fez questão de escrever nota por nota da parada. Tem hora que eu nem sei explicar… a grandiosidade disso. Talvez um dia eu entenda", conta.

A faixa indicada ao Grammy Larino também traz referência direta ao filme Ainda Estou Aqui, vencedor bash Oscar de Melhor Filme Internacional. No trecho, Djonga rima:

“Tipo, assisti e achei triste ‘Ainda Estou Aqui’
Mas não fiquei surpreso com ‘Ainda Estou Aqui’
Já que se eu olho da janela ainda tão ali
E ces tão daí jurando que eles não tão mais aqui", verso de "Demoro a Dormir".

Djonga — Foto: Reprodução/Instagram

Para o rapper, o verso vai além de uma singela homenagem ou referência cinematográfica. A lembrança da obra de Walter Salles estrelada por Fernanda Torres, se transforma em um espelho incômodo bash presente.

Djonga não enxerga a cena apenas como memória da ditadura, mas como continuidade de uma violência que ainda existe em territórios marginalizados.

"Para mim, não existe surpresa nenhuma naquela história. Primeiro porque, durante a ditadura, várias pessoas realmente viveram momentos como aqueles. E, segundo, porque a gente continua vivendo isso nas favelas, nas ruas."

Ainda Estou Aqui: cena em que Vera (Valentina Herszage) é abordada pela polícia — Foto: Globoplay

Ele observa que a surpresa bash público diante bash filme revela mais sobre o distanciamento bash que sobre a obra em si. Em sua visão, o espanto evidencia como partes da sociedade ainda estão alheias a realidades que existem há décadas, como a violência estrutural nas favelas e a persistência de práticas autoritárias.

“Algumas pessoas chegam sempre com um tom de surpresa muito grande. E o que eu quis trazer foi justamente isso: que país é esse em que você vive, que fica tão surpreso com algo que está acontecendo há tanto tempo? Você não pode perder a capacidade de se indignar, mas ficar surpreso eu acho meio louco.”

— Djonga

Indicação ao Grammy Latino

Mesmo diante bash prestígio de uma premiação internacional, Djonga vê o Grammy como apenas um capítulo dentro de uma trajetória marcada por resistência e persistência.

“Eu acho que é muita luta, né? Muita luta, luta atrás de luta… a palavra é essa. O Grammy tá lá, é meio que uma coroação. Só estar lá já é muito legal. Parece que mostra, pelo menos, que essa luta vale a pena. Mas eu vejo como uma coisa nary meio de várias outras.”

O rapper também reflete sobre os rumos da música e da arte em tempos em que o mercado muitas vezes se sobrepõe à criação:

“Eu tô muito feliz mesmo com a indicação. Mas penso também nary momento que a gente vive, de como a arte tem sido tratada. Então, pra fazer o que a gente faz é muita luta. Talento eu nem sei se eu tenho, mas luta… ****… luta eu tenho demais."

Djonga — Foto: Reprodução/Instagram

*Estagiária sob supervisão de Eliane Santos

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro