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Hamas x Israel: veja quem são os principais diplomatas do Brasil nas negociações sobre o conflito

Segundo o governo brasileiro, foram realizados oito voos de repatriação de brasileiros que estavam em Israel. No total, foram repatriados 1,4 mil brasileiros.

O governo também tenta resgatar um grupo de cerca de 30 brasileiros na Faixa de Gaza, o que ainda depende da abertura da fronteira com o Egito. Um avião da Força Aérea Brasileira está no Cairo reservado para a missão.

Já no caso do conselho da ONU, diplomatas em Brasília e Nova York (EUA) articulam a aprovação de alguma medida que favoreça a um cessar-fogo na região e, principalmente, leve à abertura de um corredor humanitário, para o envio de suprimentos e resgate de brasileiros.

O Brasil comanda o Conselho de Segurança da ONU de forma temporária durante o mês de outubro. O país ocupa atualmente um dos chamados assentos não-permanentes do conselho.

A eventual aprovação de alguma medida no colegiado depende não só da maioria de votos entre os 15 membros, mas, também, do apoio dos cinco países com assento permanente – que têm direito a veto.

Mas quem são os diplomatas que atuam nessas frentes? O g1 lista abaixo os principais nomes:

O chanceler brasileiro, Mauro Vieira — Foto: Pedro França/Agência Senado

Atual chefe da diplomacia brasileira, Mauro Vieira comanda o Ministério das Relações Exteriores desde o início do ano, quando Lula tomou posse como presidente. Diplomata de carreira, também comandou o Itamaraty no governo Dilma Rousseff e trabalhou em embaixadas brasileiras em locais como Croácia, México, Uruguai e França.

Mauro Vieira tem dedicado a agenda deste mês de outubro a reuniões em Brasília, Nova York e até no Cairo, onde participou de uma cúpula convocada pelo governo local para discutir o conflito em Israel. Vieira também tem mantido contato com autoridades do próprio Egito e de países como França, Reino Unido.

Ex-chanceler Celso Amorim é assessor especial da Presidência — Foto: AGÊNCIA BRASIL

Também diplomata de carreira, Celso Amorim foi ministro das Relações Exteriores nos dois primeiros mandatos de Lula (2003-2010) e exerce atualmente a função de assessor especial de Lula para assuntos internacionais.

Desde o início do conflito em Israel, Amorim tem tido frequentes conversas com Lula e com representantes de outros governos, entre os quais assessores dos presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Rússia, Vladimir Putin. Geralmente, esses contatos antecedem conversas de Lula com os chefes de Estado.

Sérgio Danese, embaixador do Brasil na ONU — Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Atual embaixador do Brasil nas Nações Unidas, Sérgio Danese é diplomata de carreira e já exerceu a função de secretário-geral do Itamaraty. Também atuou como embaixador brasileiro na Argentina, no Peru e na África do Sul.

Como o Brasil comanda atualmente o conselho da ONU, cabe a Danese, por exemplo, articular a votação de resoluções, fazer consultas aos demais países do grupo e informar a Mauro Vieira o andamento dos trabalhos.

A resolução apresentada pelo Brasil sobre o Oriente Médio previa, entre outros pontos, a criação de corredores humanitário. O texto obteve os votos favoráveis de 12 dos 15 integrantes do conselho, mas não foi aprovado porque os Estados Unidos vetaram. A tentativa brasileira foi elogiada por outros países.

Frederico Meyer, embaixador do Brasil em Israel — Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

Embaixador brasileiro em Israel indicado pelo governo Lula, Frederico Meyer é diplomata de carreira e já atuou em representações do país em Cuba e na China, por exemplo.

Coube a Meyer, por exemplo, articular em nome do governo brasileiro junto a autoridades israelenses a repatriação dos mais de 1,4 mil cidadãos que estavam no país e manifestaram interesse em retornar ao Brasil. A operação, que além do Itamaraty também reuniu a própria Presidência da República e a Força Aérea Brasileira (FAB), é considerada pelo governo a maior desse tipo na história do Brasil.

Alessandro Candeas, embaixador do Brasil na Palestina — Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas é diplomata de carreira e atuou, por exemplo, como assessor internacional do Ministério da Educação, foi professor no Instituto Rio Branco e escreveu um livro sobre as relações entre Brasil e Argentina.

Candeas tem sido o responsável por monitorar o grupo de brasileiros que está em Gaza e pediu ajuda do governo para retornar ao país.

A situação é diferente da de Israel. Isso porque esse grupo – formado por cerca de 30 pessoas – depende da abertura da fronteira com o Egito para poder embarcar num voo em direção ao Brasil.

A representação brasileira na Palestina tem fornecido água, comida e abrigo a essas pessoas, enquanto a fronteira não é aberta.

Paulino Neto, embaixador do Brasil no Cairo — Foto: Pedro França/Agência Senado

Diplomata de carreira, Paulino Neto é o atual embaixador do Brasil no Egito. Já atuou como secretário de Assuntos Multilaterais e Políticos e de Comunicação e Cultura do Itamaraty, além de ter sido embaixador em Angola.

Tem sido o responsável por manter contatos em nome do governo brasileiro com autoridades egípcias. O país faz fronteira com Gaza e Israel e é visto como a possibilidade de abertura de um corredor humanitário para que os civis possam deixar a zona de conflito. Até a publicação deste texto, não havia previsão de abertura da fronteira. Um avião da Força Aérea aguarda no Cairo a abertura para repatriar os brasileiros.

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