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Helicópteros de operações especiais reforçam presença militar do governo Trump perto da Venezuela, diz jornal

Os helicópteros eram do 160° esquadrão de operações especiais da Força Aérea americana e foram flagrados fazendo um exercício de treinamento a menos de 150 km da costa venezuelana, segundo o jornal, que fez uma checagem visual da operação.

De acordo com o "Washington Post", imagens divulgadas nas redes sociais no início de outubro mostrando helicópteros de ataque do esquadrão faziam sobrevoo em formação sobre no mar do Caribe, perto de plataformas de petróleo e gás. Uma análise visual dessas plataformas e do terreno feita pelo jornal indica que as aeronaves estavam sobrevoando ao nordeste de Trinidad e Tobago, a cerca de 145 quilômetros da costa venezuelana.

As aeronaves se juntam a uma frota militar composta por pelo menos oito navios americanos, um submarino nuclear e um esquadrão de caças de guerra F-35 que está estacionada no mar do Caribe em meio a uma escalada de tensões entre o governo Trump e o regime Maduro.

Veja os vídeos que estão em alta no g1

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O governo Trump afirmou anteriormente "estar em guerra" contra cartéis de drogas latino-americanos, e acusa o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de chefiar o Cartel de Los Soles. Os EUA também aumentaram a recompensa pela captura de Maduro para US$ 50 milhões (cerca de R$ 272 milhões). (Leia mais abaixo)

Na quarta, os três B-52 foram vistos sobrevoando a chamada “FIR” —Região de Informação de Voo, na sigla em inglês—, área fora do território venezuelano, mas sob jurisdição do país. Segundo imagens do site de monitoramento aéreo FlightRadar, a rota traçada pelos aviões lembrava um desenho obsceno, o que pode integrar uma estratégia de guerra psicológica do governo Trump.

Imagem de arquivo mostra um avião bombardeiro B-52 da Força Aérea dos Estados Unidos decolando da base aérea em Gloucestershire, Inglaterra — Foto: REUTERS/DarrenStaples/Files

Desde setembro, os Estados Unidos vêm bombardeando barcos no mar do Caribe que, segundo o governo Trump, pertencem a organizações narcoterroristas envolvidas no transporte de drogas para o território norte-americano.

Até o momento, cinco barcos foram bombardeados e mais de 20 pessoas morreram. O bombardeio mais recente ocorreu na terça-feira (14). (Veja no vídeo abaixo)

A Venezuela contesta as justificativas do governo Trump para os bombardeios, e a comunidade internacional também repudia as investidas. A Human Rights Watch afirmou que os bombardeios violam a lei internacional por se tratar de "execuções extrajudiciais ilegais". O tema também foi tema de discussão no Conselho de Segurança da ONU neste mês.

EUA bombardeiam barco perto da costa da Venezuela

EUA bombardeiam barco perto da costa da Venezuela

Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que o aparato enviado pelos EUA ao sul do Caribe é incompatível com uma operação militar para combater o tráfico de drogas.

"Se você olhar o tipo de equipamento enviado para a Venezuela, não é um equipamento de prevenção ou de ação contra o tráfico, ou contra cartéis", aponta o cientista Carlos Gustavo Poggio, professor do Berea College, nos EUA.

Imagem mostra o presidente dos EUA, Donald Trump (E), em Washington, DC, em 9 de julho de 2025, e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro (D), em Caracas, em 31 de julho de 2024. — Foto: AFP/Jim Watson

Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo IUPERJ e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, avalia que os EUA podem estar se preparando para uma intervenção militar na Venezuela.

“É uma situação muito semelhante àquela do Irã, alguns meses atrás. O volume de recursos militares que os Estados Unidos transferiram para o Oriente Médio naquela ocasião, e agora para o Caribe, são indicações de que eles estão falando sério”, disse.

Veja a seguir o que se sabe sobre a operação dos EUA:

  • Pelo menos sete navios dos EUA foram enviados para o sul do Caribe, incluindo um esquadrão anfíbio, além de 4.500 militares e um submarino nuclear. Aviões espiões P-8 também sobrevoaram a região, em águas internacionais.
  • A operação se apoia no argumento de que Maduro é líder do suposto Cartel de los Soles, classificado pelos EUA como organização terrorista.
  • Os EUA consideram o presidente venezuelano um fugitivo da Justiça e oferecem recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão dele.
  • A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, se recusou a comentar objetivos militares, mas disse que o governo Trump vai usar "toda a força" contra Maduro.
  • O site Axios revelou que Trump pediu um "menu de opções" sobre a Venezuela. Autoridades ouvidas pela imprensa americana não descartam uma invasão no futuro.
  • Trump vem se recusando a comentar se irá ordenar um ataque direto ao território venezuelano. Por outro lado, o presidente já autorizou que militares atirem contra caças da Venezuela que oferecerem risco à operação americana.
  • Enquanto isso, Caracas vem mobilizando militares e milicianos para se defender de um possível ataque. Civis também estão sendo treinados.
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