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Royalties e participações especiais foram recordes em R$ 113 bi em 2022, diz ANP
Publicado 16.10.2023 16:17 Atualizado 16.10.2023 16:41
© Reuters. Humanidade “faliu” se desistirmos do ESG, diz jurada do Shark Tank
A empresária Monique Evelle avalia que as empresas não devem desistir de investir no ESG –termo em inglês que denomina uma série de práticas ligadas à relação de companhias com o meio-ambiente, sociedade e cultura organizacional. Disse que muitos danos causados pela humanidade realmente são irreversíveis, mas que não se pode deixar de lutar pela redução dos impactos. “Se falar que não vale a pena investir em ESG, assinamos em baixo que a humanidade faliu. A gente morre”, declarou em entrevista ao Poder Empreendedor.
Monique trabalha como consultora para grandes empresas. Atualmente com 29 anos, instrui grandes marcas sobre questões ligadas à diversidade e ESG. Também é a mais nova jurada do programa Shark Tank Brasil. Estreou na bancada dos tubarões em outubro na 8ª temporada do reality show.
Para a empreendedora, a
Monique participou da Feira do Empreendedor nesta 2ª feira (16.out.2023) em São Paulo (SP), onde deu entrevista exclusiva a este jornal digital.
Uma das formas de convencer os grandes empresários a integrar o mercado sustentável é mostrando o impacto econômico. A empreendedora diz apresentar pesquisas que comprovam quais são as consequências positivas no faturamento para uma marca que investe em ESG. Um exemplo: varejistas de moda conseguem expandir seu público ao apostarem em uma propaganda com corpos diversos.
Na análise da especialista, o mercado se mostra relutante em mudar seus conceitos de ESG porque muitas transformações relacionadas à modelos pré-existentes são “dolorosas”.
O critério de seleção das empresas para prestação de consultorias funciona da seguinte forma, relata a jurada:
- teste de 3 meses – a empresa entra em contato e Monique avalia se a marca está realmente disposta a abraçar as causas ESG ou se é somente de uma “fachada”;
- tempo na empresa – presta a consultoria para a companhia por cerca de 2 anos;
- finalização do contrato – nas palavras dela, depois que acaba de ensinar os empresários, o contratante pode “andar com as próprias pernas”.
Por causa de seu trabalho no ramo, Monique também foi convidada a integrar o Pacto Global da ONU. Trata-se de uma iniciativa voluntária das Nações Unidas sobre diretrizes para o fomento do desenvolvimento sustentável e de líderes do mundo corporativo.
O objetivo do pacto é fazer com que as corporações se adequem ao ESG em 6 anos. “A gente se divide para convencer as empresas que a gente precisa realmente chegar em 2030 com os objetivos do desenvolvimento sustentável”.
SHARK TANK
Monique afirma que sua carreira como empreendedora é baseada em um “tripé”: visibilidade, credibilidade e dinheiro.
Participar do programa lhe trouxe visibilidade, mas esse não era seu objetivo ao se tornar jurada. Segundo ela, o maior impacto que o show proporcionou foi a credibilidade.
“Acredito que agora as pessoas vão entender que eu sou investidora apesar da pouca idade”, afirmou.
Financiar empresas e entrar como investidora em negócios é uma grande responsabilidade e chega a ser um “fardo”, nas palavras da empresária. “Claro que é um reality. Só que as pessoas confundem achando que é exclusivamente o show. No final, é negócio”.
Porém, relata serem muitas demandas e uma rotina exaustiva: “Às vezes fico olhando: ‘Será que é o momento de pausa?’”.
INVENTIVOS
Monique também é fundadora da Inventivos, uma plataforma que oferece consultoria para quem quer empreender e que funciona como uma rede social para conectar os empreendedores. O faturamento em 2022 foi de cerca de R$ 800 mil.
O produto fatura desde o 1º dia no mercado, segundo a jurada. Porém, foi uma jornada de 4 anos para que a plataforma se consolidasse. Antes, considerou ter tido 3 fracassos enquanto empreendedora:
- Ubuntu – ela criou a rede social para conectar empreendedores em 2011. Era legal, mas não operava como modelo de negócios. A rentabilidade era baixa;
- Kumasi – fundada em 2016, servia como um criador de comércio on-line especialmente para empreendedores negros e negras. Segundo Monique, funcionava como negócio, mas as pessoas ainda não tinham conhecimento no geral para operar uma plataforma como essa;
- Inventividades – também em 2016, uma ferramenta de educação à distância para empreendedores.
O Inventivos seria a junção de todas as experiências de Monique. “Às vezes a gente tem resultado de algo que a gente nem sequer tentou construir ontem”, disse sobre sua jornada durante sua palestra na Feira do Empreendedor.
DICAS
Monique deu algumas recomendações para empreendedores de 1ª viagem:
- investimento – nem toda empresa precisa. Segundo ela, é muito mais efetivo tentar fazer dinheiro com vendas do que com investidores. “Precisa vender. O dinheiro mais fácil é o do cliente”;
- rede de apoio – disse ser necessário ter alguém ou um grupo de pessoas que ajude o empreendedor. De toda forma, a palavra final sobre o caminho da empresa é sempre do dono;
- timing – há empresas com propostas ótimas, mas que não tem um modelo de negócios ideal por causa do período em que são lançadas. Na análise de Monique, a Ubuntu teria sido mais promissora se tivesse sido lançada depois de 2018, quando a confiança das pessoas sobre segurança de dados nas redes sociais caiu por causa do escândalo do Facebook (NASDAQ:) e as eleições norte-americanas. “Não adianta ser futurista no tempo errado”;
- visibilidade – um negócio não se baseia nisso, mas sim em vendas. “Às vezes você está empreendendo, saindo em jornais, revistas e matérias. Mas não tem dinheiro”;
- vocação – não adianta gostar de algo. Precisa saber fazer bem e agradar às necessidades de um mercado.
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