- os trabalhadores que fazem entregas utilizando carro ou moto passarão a receber um valor mínimo de R$ 7,50 por entrega, 15,4% acima dos atuais R$ 6,50.
- já os que utilizam bicicleta passarão a receber a taxa mínima de R$ 7, aumento de 7,7% em relação aos mesmos R$ 6,50 pagos hoje.
Além da elevação das taxas, o iFood anunciou mudanças na sua cobertura de seguro social. Entre elas:
- o aumento da Diária de Incapacidade Temporária (DIT), de 7 para 30 dias;
- e a elevação da indenização por morte ou invalidez total, de R$ 100 mil para R$ 120 mil.
Segundo a empresa, as mudanças nos benefícios e na remuneração dos entregadores não vão impactar valores cobrados de clientes e restaurantes parceiros.
Em entrevista ao g1, o diretor de impacto social do iFood, Johnny Borges, destacou que os reajustes são superiores à inflação de 2024 medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que foi de 4,83% no período.
Os números, no entanto, não têm agradado os entregadores. Eles pedem por uma taxa mínima de R$ 10, além de um reajuste no valor fixo pago por quilômetro rodado, que hoje é de R$ 1,50. Nas mais recentes manifestações, os entregadores pedem uma elevação para R$ 2,50.
Mas a empresa afirmou que o valor por distância percorrida não será alterado agora. O último reajuste ocorreu em 2022, explica Borges, quando subiu de R$ 1 para o valor atual. "Foi fruto de diálogo com a categoria no primeiro fórum que realizamos."
Mudanças no seguro social
O iFood também anunciou a ampliação de sua cobertura de seguro pessoal, disponível desde 2019 aos entregadores ativos na plataforma.
Uma das mudanças é na Diária da Incapacidade Temporária (DIT), acionada em caso de atestado médico. A cobertura, antes de 7 dias, passará a ser de 30 dias a partir de 1º de junho. Na prática, esse será o período máximo em que a plataforma irá pagar ao entregador afastado por motivos de saúde.
"Se o entregador fez três corridas e a média dele deu R$ 100, o mínimo pago a ele vai ser de R$ 300. Agora, se for um entregador frequente na plataforma, vai ganhar R$ 1.500, que é o teto", exemplifica.
Além disso, a plataforma anunciou:
- aumento no valor de indenização para casos de morte ou invalidez total, de R$ 100 mil para R$ 120 mil.
- reembolso ou cobertura total de despesas médicas e hospitalares em rede credenciada;
- em situações de falecimento do entregador, disponibilização de auxílio funeral, apoio emocional e financeiro para as famílias;
- além de ajuda com a educação dos filhos até os 18 anos.
Segundo o iFood, os novos valores de indenização valem para acidentes que ocorreram a partir de dezembro de 2024.
As principais reivindicações dos entregadores
Em suas manifestações recentes, motoristas e entregadores de aplicativos têm reclamado da precarização das condições de trabalho. As exigências ficam em torno de reajuste nas remunerações e ampliação dos direitos da categoria.
Entre as principais reivindicações da categoria estão:
- estabelecimento de uma taxa mínima de R$ 10 por corrida de até 4 km;
- aumento do valor pago por quilômetro rodado para R$ 2,50;
- limitação das entregas realizadas por bicicletas a um raio máximo de 3 km;
- pagamento integral por cada pedido, mesmo em entregas agrupadas na mesma rota;
- fim dos bloqueios injustificados por parte das plataformas, com garantia de direito à defesa;
- implementação de seguro contra acidentes, roubos e mortes;
- criação de bases de apoio para descanso e alimentação.
As manifestações ocorrem em meio a críticas às práticas das plataformas, que, segundo os entregadores, impõem jornadas exaustivas, remunerações insuficientes e falta de garantias trabalhistas.
Por que reajuste foi menor para bicicletas
Johnny Borges, diretor do iFood, afirmou que essa é a primeira vez que o aumento da taxa mínima para entregadores possui uma diferenciação para aqueles que utilizam bicicleta.
"O entregador de bicicleta faz muitas rotas curtas, de até 4 quilômetros, que contemplam a taxa mínima", acrescenta. Foi em janeiro deste ano que a plataforma iniciou uma padronização de distâncias para aqueles que utilizam bicicleta.
Apesar de entregadores pedirem por trajetos de até 3 quilômetros, o limite atual é de 4 quilômetros. "Em casos pontuais, as distâncias podem ser maiores, devido a particularidades regionais", informou, em nota, o iFood.
Borges, diretor da plataforma, defende que uma limitação a 3 quilômetros por pedido poderia resultar na redução da oferta de corridas para essa categoria — o que, segundo ele, diminuiria automaticamente os ganhos dos entregadores.
Como ficam os custos ao cliente final
Segundo o diretor da plataforma, o aumento nos valores pagos aos entregadores não irá elevar o custo final aos clientes nem as taxas pagas pelos restaurantes que aparecem na plataforma.
Borges explica que, nesse sentido, é importante "equilibrar o ecossistema", para que não haja um choque na oferta e na demanda.
"Não adiantaria eu aumentar a taxa — que se tornaria insustentável do ponto de vista do iFood — e repassar para o cliente ou para o restaurante. Isso, de certa forma, desequilibraria a demanda e a oferta. E faria, automaticamente, os ganhos dos entregadores caírem", conclui.

Mais de 40% dos entregadores já sofreu acidente; um terço vive em insegurança alimentar

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6 meses atrás
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