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Igreja Católica está falhando com vítimas de abuso, diz relatório do Vaticano

No documento, de mais de 100 páginas, a Comissão de Proteção à Criança do Vaticano, que foi criada pelo falecido Papa Francisco em 2014, critica o alto escalão por não agir com rapidez suficiente para ajudar as vítimas e para implementar novos esforços de proteção em todo o mundo.

Segundo o relatório, a Igreja deve fornecer informações às vítimas sobre como suas denúncias de abuso estão sendo tratadas e se denunciados estão sendo sido punidos:

"Em muitos casos... as vítimas/sobreviventes relatam que a Igreja respondeu com acordos vazios, gestos performativos e uma recusa persistente de se envolver com as vítimas/sobreviventes de boa fé".

O Vaticano raramente divulga as razões para a remoção de um bispo, mesmo em casos envolvendo abuso, preferindo dizer simplesmente que o papa aceitou sua renúncia.

"A falta de responsabilidade dos líderes da Igreja foi uma questão frequentemente levantada pelas vítimas/sobreviventes. A Comissão enfatiza a importância de comunicar publicamente os motivos da renúncia e/ou remoção, quando a decisão estiver relacionada a casos de abuso ou negligência", orienta o documento.

Basílica de São Pedro, no Vaticano — Foto: Arquidiocese de Rio Preto/Divulgação

A comissão, criada por Francisco para melhorar essa resposta, foi abalada pela renúncia de vários de seus membros ao longo dos últimos 11 anos e só publicou seu primeiro relatório anual no ano passado.

O novo, divulgado nesta quinta, tem como tema principal a questão das reparações para as vítimas de abuso, mas também avalia os esforços de proteção da Igreja em 22 países e em um alto departamento do Vaticano.

O departamento pesquisado é o Dicastério para a Evangelização, que é responsável por supervisionar as operações da Igreja na maioria das nações em desenvolvimento.

O relatório afirma que o dicastério tem apenas um funcionário encarregado de lidar com questões de proteção e que a falta de clareza na distribuição do trabalho em casos de abuso com outros departamentos do Vaticano "pode criar confusão e atrasos no início das investigações e no tratamento das queixas".

Entre os países avaliados está a Itália, que o documento afirma que tem demorado a lidar com essas questões de abuso por parte do clero. Segundo os dados, um questionário sobre práticas de proteção enviado a todas as 226 dioceses católicas da Itália só foi respondido por 81 delas.

A Coreia do Sul, outro país avaliado, teve 100% de participação.

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