de Caxias do Sul
A indústria da madeira, que tem os Estados Unidos como principal parceiro comercial no exterior, para onde seguem de 40% a 50% das exportações, não deverá ter benefícios substanciais com as medidas anunciadas pelo governo federal. De acordo com o presidente do Sindimadeira, Leonardo De Zorzi, a linha de financiamento de R$ 30 bilhões será de difícil aplicação, pois não há indicação de onde o dinheiro sairá, de como será feita a distribuição e quanto custará. “É um primeiro passo importante, mas precisamos de outras medidas, principalmente ligadas aos empregos”, afirma.
O empresário frisa que a expectativa era do anúncio de medidas similares às adotadas durante a pandemia, com medidas compensatórias financeiras, com o governo ajudando as empresas a pagar o lay-off. “Com esta ajuda as empresas poderiam se comprometer com a preservação dos empregos. Mas como não há nada claro sobre isto, fica difícil assumir uma posição”, frisou.
De Zorzi considerou como medida mais benéfica o retorno do Reintegra, com benefícios mais rápidos e beneficiando todas as empresas. Com relação às compras públicas destacou que a indústria madeireira não será beneficiada, a exemplo dos seguros de crédito e exportação. Para o empresário, não há informação de que a falta dos seguros esteja dificultando negócios do setor no exterior. “É uma ótima medida estruturante, mas não como emergencial. Não há ganhos para o momento”, reforçou.
O dirigente acrescenta que já há relatos de empresas do setor adotando medidas como diminuição de turnos e adoção de férias, pois as vendas estão paralisadas e os clientes evitando reiniciar negociações. “Sem medidas que efetivamente tragam soluções, logo à frente teremos demissões, pois não há condições de absorver estas taxas”, projetou. De Zorzi também alerta para futuros problemas de caixa para empresas que não estavam preparadas para este momento. “Esta situação se tornará evidente em 30 dias”, observou.
Sobre a migração das exportações para outros mercados, o empresário afirma que não é solução de curto prazo, considerando que vendas somente ocorrem com algum sucesso depois de um ano de negociações. “A atividade dos três estados do Sul exporta madeira de pinus cortada equivalente a US$ 1,6 bilhão para os Estados Unidos. É um valor elevado, com poucas possibilidades de ser absorvido rapidamente por outros mercados”, explicou. Internamente, a situação é idêntica, pois o mercado já está sendo bem atendido pelo segmento, dificultando ampliações.
O setor mantém as articulações em conjunto com as federações e Confederação das Indústria para pressionar os organismos públicos para a busca de soluções efetivas e rápidas. Além da mobilização com as entidades representativas de trabalhadores, um dos novos movimentos é trabalhar junto aos municípios, que devem ser os que mais sofrerão com esta crise.
De acordo com De Zorzi, o setor concentra muitas empresas no interior, tornando-se, em vários casos, a atividade econômica mais importante das cidades. “Isto pode aniquilar alguns municípios. É preciso sensibilizar o governo sobre a gravidade, pois está havendo uma minimização do problema. Quando se analisa no macro, parece algo contornável, quando vai por setor a situação é outra”, relata. O movimento tem por objetivo também sensibilizar as entidades que representam os municípios, como Famurs e Confederação Nacional dos Municípios.
Por meio de nota, a diretoria da Associação dos Fabricantes de Móveis do Rio Grande do Sul destacou que o impacto das tarifas impostas pelo governo Trump é de cerca de 16% nas exportações do Estado. Reconhece que o impacto não é muito grande no todo, mas para as indústrias que têm os Estados Unidos como principal destino o cenário é preocupante, podendo gerar perdas financeiras imediatas e dificultar a retomada desse mercado.
A entidade define como saudáveis as medidas propostas pelo governo brasileiro, pois buscam minimizar o impacto gerado pelas tarifas aos exportadores. Ressalta, contudo, que não resolvem o problema principal, que é a dificuldade para exportar para um mercado importante como o norte-americano.

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