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Israel diz que atuará com 'grande força' na Cidade de Gaza e joga panfletos com ordens de evacuação; moradores protestam

"A todos os habitantes da Cidade de Gaza (...) as forças de defesa estão determinadas a derrotar o Hamas e atuarão na área da Cidade de Gaza com maior contundência", disse em comunicado o porta-voz do Exército israelense em língua árabe, Avichay Adraee.

"Abandonem imediatamente pelo eixo Al Rashid", acrescentou o coronel Adraee. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou na segunda-feira que os moradores do maior centro urbano da Faixa de Gaza devem deixar a Cidade de Gaza "agora".

Já o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, disse que Gaza "será arrasada" e que "uma tempestade de furacão" atingirá os céus da cidade, em referência à derrubada de diversos arranha-céus e prédios de vários andares, que Israel afirma serem utilizados pelo Hamas.

Um fotógrafo da AFP na Cidade de Gaza informou que aviões lançaram panfletos que exortam a população a fugir para o sul.

Palestinos da Cidade de Gaza observam panfletos jogados pelo Exército israelense com ordens de evacuação em 9 de setembro de 2025. — Foto: Omar Al-Qattaa/AFP

Exército de Israel joga centenas de panfletos com ordens de evacuação em massa para moradores da Cidade de Gaza, na Faixa de Gaza, em 9 de setembro de 2025. — Foto: Omar Al-Qattaa/AFP

Israel intensificou os bombardeios sobre a cidade como parte da operação de tomada de controle, apesar dos pedidos reiterados de vários países ocidentais e das agências de ajuda humanitária para que o país interrompa a ofensiva.

O Exército afirma controlar 40% da cidade, localizada no norte da Faixa, e argumenta que seu objetivo é controlar toda Cidade de Gaza para neutralizar o Hamas e libertar os reféns que permanecem em cativeiro.

O governo dos Estados Unidos promoveu nos últimos dias uma nova iniciativa para alcançar um cessar-fogo entre Israel e Hamas, sem sucesso até o momento.

Palestinos fogem da Cidade de Gaza após Israel emitir ordens de evacuação para os moradores em 9 de setembro de 2025. — Foto: REUTERS/Dawoud Abu Alkas

"Em dois dias derrubamos 50 torres terroristas, e esta é apenas a fase inicial da intensificação das manobras terrestres na Cidade de Gaza. Digo aos moradores: vocês foram advertidos, saiam agora!", declarou Netanyahu em um vídeo divulgado na noite de segunda-feira.

As forças israelenses derrubaram na segunda-feira um quarto edifício de grande altura na Cidade de Gaza. Nas imagens registradas pela AFP, a torre Al Ruya desaba poucos momentos após ser bombardeada.

"Não ouvimos nada além de bombardeios e ambulâncias levando mártires", disse Laila Saqr à AFP por telefone.

Saqr, 40 anos, contou que frequentava uma academia localizada na torre, mas que agora "não resta nada".

"Israel destrói tudo, até as recordações. Se pudessem, retirariam o oxigênio do ar", afirma.

Israel afirmou que o Hamas usava a torre destruída para operações de inteligência e alertou com antecedência os moradores das áreas próximas que deveriam abandonar a região.

O Exército anunciou que quatro soldados morreram na segunda-feira em um ataque com um artefato explosivo contra um tanque.

O grupo terrorista Hamas, cujo ataque de 7 de outubro de 2023 desencadeou a guerra, afirmou que a ameaça de Netanyahu equivale a um "ato explícito de deslocamento forçado" dos moradores da cidade.

"Está acontecendo sob o peso dos bombardeios, massacres, fome e ameaças de morte, o que constitui um desafio flagrante e sem precedentes às leis e convenções internacionais", afirmou o Hamas.

A agência de Defesa Civil de Gaza, controlada pelo Hamas, afirmou que os ataques aéreos israelenses continuaram durante a noite em toda a Cidade de Gaza.

Na segunda-feira, a agência informou que pelo menos 39 pessoas morreram em ações do Exército israelense, 25 delas na Cidade de Gaza.

O ataque do Hamas em 2023 matou 1.219 pessoas em Israel, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais. Terroristas do Hamas também sequestraram 251 israelenses, dos quais 47 continuam em território palestino. O Exército considera que 25 deles estão mortos.

A ofensiva de represália israelense deixou mais de 64.500 mortes em Gaza, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do território, sob autoridade do Hamas, cujos dados são considerados confiáveis pela ONU.

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