3 horas atrás 2

'Trump saiu com nariz sangrando', 'populista que desarmou poderosos': veja repercussão da vitória de Mamdani em NY

Um dos principais jornais da cidade — e do mundo —, o "New York Times", destaca a jornada de Mamdani de um deputado estadual relativamente desconhecido em seu próprio partido em janeiro, que termina o ano como uma das maiores revelações políticas dos últimos tempos nos EUA.

A reportagem que conta os bastidores da campanha coloca como ponto central a disputa das primárias, a eleição interna do partido para a escolha do candidato, na qual Mamdani despachou um dos grandes nomes do "establishment" democata, Andrew Cuomo, a ponto de este sair do partido e tentar concorrer como independente — para então ser derrotado de novo.

Para o jornal, Mamdani é "um populista de esquerda que construiu sua imagem em cima da taxação dos ricos [e] cortejou, encantou e desarmou delicadamente algumas das pessoas mais poderosas da América".

Fora das câmeras, porém, sua candidatura buscou diálogo até mesmo com bilionários, como o ex-prefeito Michael Bloomberg, segundo o "Times".

'New York Times' repercute a vitória de Zohran Mamdani nas eleições para prefeito de Nova York — Foto: Reprodução

O jornal inglês "The Guardian" destaca a derrota eleitoral sofrida por Trump tanto em sua cidade natal quanto em outras eleições-chave ocorridas na terça-feira.

Para o jornal, "a América fez Trump sair com o nariz sangrando".

"Os resultados foram, em parte, um referendo sobre Trump, cuja taxa de aprovação nunca esteve tão baixa. Seu discurso autoritário e descontrolado demonstra fraqueza, e não força. Das batidas do ICE e tarifas ao seu salão de baile de 300 milhões de dólares na Casa Branca, sua presidência é profundamente impopular. Você está em melhor situação do que estava há um ano? Os eleitores disseram que não", afirma uma análise publicada pelo jornal.

Já o "New York Post", conhecido por ser mais popular, conservador e pró-republicano, se declarou abertamente contra o prefeito eleito em um editorial publicado nesta quarta:

"É claro que vamos estar de olho em Mamdani, presumindo que ele se mantenha firme em suas posições radicais — mas aconselhamos os republicanos em âmbito nacional a evitar a obsessão por ele, pelo menos até que ele realmente produza resultados desastrosos por aqui."

Mamdani assume o cargo mais alto da maior cidade dos EUA no próximo dia 1º de janeiro.

A conquista eleitoral foi construída com propostas à esquerda das de seu próprio partido e vídeos nas redes sociais --- foi pelo Tiktok que ele anunciou, enquanto corria uma maratona, que se candidataria nas primárias democratas à prefeitura de Nova York.

Carismático, Mamdani abocanhou não só a vitória nas primárias democratas, que ocorreu semanas depois de seu anúncio, derrotando o experiente ex-governador nova-iorquino Andrew Cuomo.

Mamdani também se tornou a grande promessa de renovação do Partido Democrata após a amarga derrota nas eleições presidenciais de 2024, e virou alvo de comparações como ex-presidente Barack Obama.

Já Mamdani é o perfil de alvos atuais do governo Trump: nascido em Kampala, capital de Uganda, o jovem de 34 anos imigrou para os Estados Unidos aos 7 anos.

Ele é filho de mãe indiana — a cineasta Mira Nair, conhecida no meio do cinema independente e premiada nos festivais de Cannes e Veneza — e pai ugandês.

Mas Zohran Kwame Mamdani foi criado em Nova York. Por isso, além de ser fluente em seis idiomas — inglês, hindi, bengali, urdu, árabe e espanhol —, sabe falar a "linguagem" nova-iorquina. Para angariar votos, por exemplo, entendeu como conquistar um valioso eleitorado que se situa longe dos extremos de pobreza e riqueza da cidade.

Mamdani propôs congelar o preço dos aluguéis para dois milhões de inquilinos na cidade e construir novas moradias, em um discurso apontado como a grande alavanca de sua campanha, feita em grande parte pelo Tiktok.

Leia o artigo inteiro

Do Twitter

Comentários

Aproveite ao máximo as notícias fazendo login
Entrar Registro