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Israel fica de luto após confirmação da morte de família de reféns com devolução dos corpos; FOTOS

Em Israel, o clima é de luto com a entrega dos corpos, que confirma as mortes da família Bibas.

Israelenses se alinharam na estrada, debaixo de chuva, perto da fronteira com Gaza, para prestar suas homenagens enquanto o comboio que transportava os caixões passava.

"Estamos aqui juntos, com o coração partido, o céu também chora conosco e rezamos para ver dias melhores", disse uma mulher, que se identificou apenas como Efrat à agência de notícias Reuters.

Com a bandeira de Israel nas mãos, homem consola companheira — Foto: REUTERS/Ammar Awad

Em Tel Aviv, pessoas também se reuniram, algumas chorando, no que ficou conhecido como Praça dos Reféns, em frente ao quartel-general da Defesa de Israel.

O presidente israelense, Isaac Herzog, pediu desculpas pelos reféns mortos em publicação no X:

"Agonia. Sofrimento. Não há palavras. Nossos corações — os corações de uma nação inteira — estão devastados. Em nome do Estado de Israel, inclino minha cabeça e peço perdão. Perdão por não proteger vocês naquele dia terrível. Perdão por não trazê-los para casa com vida".

Comboio com corpos passa por Tel Aviv — Foto: REUTERS/Nir Elias

Em estrada na fronteira com Gaza, israelenses aguardaram a passagem dos corpos para prestar última homenagem — Foto: REUTERS/Ilan Rosenberg

Israelenses esperaram debaixo de chuva para prestar homenagem aos reféns mortos — Foto: REUTERS/Ronen Zvulun

ONU condena desfile de corpos

"Segundo o direito internacional, qualquer entrega dos restos mortais de pessoas falecidas deve obedecer à proibição de tratamento cruel, desumano ou degradante, garantindo o respeito à dignidade do falecido e de suas famílias", afirmou.

Três dos restos mortais devolvidos nesta quinta são da família Bibas, símbolo em Israel do sofrimento dos reféns mantidos em Gaza: Shiri Bibas, de origem argentina, dos filhos dela Kfir Bibas, de oito meses, e Ariel Bibas, de 4 anos.

O idoso Oded Lifschitz, de 83 anos, é o quarto corpo entregue.

A entrega, que faz parte do acordo de cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro, aconteceu em Khan Younis, na Faixa de Gaza. O governo israelense confirmou a entrega dos corpos.

Shiri Bibas, que foi sequestrada e levada para Gaza em 7 de outubro de 2023, com o filho caçula, Kfir, de oito meses. — Foto: Hostages Family Forum via AP

O marido de Shiri, Yarden Bibas, e pais das crianças, também era mantido como refém pelo grupo palestino. Ele estava entre os que foram libertados em 1º de fevereiro. A família Bibas tinha sido sequestrada na comunidade agrícola de Nir Oz, que fica próximo à Faixa de Gaza e perdeu cerca de um quarto de seus habitantes, entre mortos e sequestrados, durante o ataque de 7 de outubro.

"Shiri e as crianças se tornaram um símbolo", disse Yiftach Cohen, morador do kibutz da família Bibas.

O Hamas já havia afirmado em novembro de 2023 que os meninos e a mãe haviam sido mortos em um ataque aéreo israelense, mas as mortes nunca foram confirmadas pelas autoridades de Israel. Os corpos passarão por exames de DNA.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou em uma breve declaração em vídeo que esta quinta-feira seria "muito difícil para o Estado de Israel. Um dia angustiante, um dia de luto."

Até esta quinta, 19 reféns israelenses foram libertados pelo grupo terrorista como parte da primeira fase do acordo de cessar-fogo, além de cinco tailandeses. Em troca, mais de 1,1 mil palestinos que estavam presos em cadeias israelenses foram soltos.

2ª fase do acordo em negociação

Segundo a agência de notícias, as negociações para uma segunda fase do cessar-fogo, que deve garantir o retorno a Israel de cerca de 60 reféns restantes. A Reuters informou que menos da metade deles são considerados vivos.

A trégua deverá contemplar também a retirada completa das tropas israelenses da Faixa de Gaza para possibilitar o fim da guerra. No entanto, as perspectivas para um acordo permanecem incertas.

"Informamos aos mediadores de que o Hamas está disposto a libertar todos os reféns de uma só vez durante a segunda fase do acordo, e não por etapas como na primeira fase em curso", disse ele à agência de notícias AFP.
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