O comunicado foi divulgado num contexto em que, segundo o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), os recentes confrontos entre apoiadores do ex-ditador Bashar al-Assad, deposto em dezembro do ano passado, e os novos governantes do país já deixaram mais de mil mortos, a maioria civis.
"O governo brasileiro expressa forte preocupação com os incidentes violentos ocorridos, entre 6 e 9 de março, nas províncias de Lataquia e Tartus, na Síria, os quais provocaram a morte de mais de 1000 pessoas, em sua maioria civis. Ao expressar repúdio ao recurso à violência, sobretudo contra civis, o Brasil transmite condolências aos familiares das vítimas e insta as partes envolvidas ao exercício da contenção", afirmou o Itamaraty.
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"Reitera, ainda, sua posição em favor de transição política pacífica e inclusiva, com respeito da independência, unidade, soberania e integridade territorial da Síria. Não há registro de brasileiros entre as vítimas. O Itamaraty, por meio do portal consular, atualizou o alerta recomendando aos nacionais não viajar à Síria e, caso estejam no país, a adotar as indicações de segurança das autoridades locais", acrescentou o governo brasileiro.
Segundo o Observatório Sírio, foram mortos, ao todo (até esta segunda-feira):
- 745 civis;
- 125 membros das forças de segurança sírias;
- 148 apoiadores de Assad.
Rami Abdulrahman, chefe do Observatório, afirma que os civis mortos incluem mulheres e crianças alauitas, minoria xiita que apoiava Assad. Ele afirmou, ainda, que o número de mortos foi um dos mais altos desde um ataque com armas químicas pelas forças de Assad, em 2013, que matou cerca de 1,4 mil pessoas em um subúrbio de Damasco.
Grupo se reúne durante funeral de vítima após centenas de mortes na Síria — Foto: Reuters/Orhan Qereman
Um alerta consular foi emitido pelo Ministério das Relações Exteriores aos brasileiros que vivem na Síria. Entre outros pontos, esse alerta orienta aos cidadãos:
- deixar o país, por meios próprios, até o "retorno à normalidade";
- se não estiver na Síria, não viajar ao país;
- quem decidir ficar, que siga as orientações de segurança das autoridades locais;
- não permanecer em áreas de risco;
- não participar de aglomerações nem de protestos.
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