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Jornalistas de revista da Turquia são presos por suposta caricatura do profeta Maomé

Imagens do desenho viralizaram nas redes sociais, mostrando dois personagens com asas flutuando no céu sobre uma cidade em chamas e com tiros voando.

Segundo a BBC, na caricatura, um dos personagens é retratado dizendo "A paz esteja com você, eu sou Maomé", e o outro respondendo: "A paz esteja com você, eu sou Musa" - Musa é a palavra turca para Moisés.

A publicação causou revolta e protestos ocorreram na porta da revista responsável por ela, "LeMan", que usou a rede social X para pedir desculpas, mas também negar as alegações de que o desenho era uma representação de Maomé.

"O cartunista queria retratar a retidão do povo muçulmano oprimido ao retratar um muçulmano morto por Israel, e ele nunca teve a intenção de insultar valores religiosos.Não aceitamos a mancha que nos é lançada porque não há representação do nosso Profeta. É preciso muita malícia para interpretar a charge dessa forma", disse.

Manifestantes gritam palavras de ordem durante um protesto contra uma caricatura publicada na revista satírica turca Leman, supostamente retratando o profeta Maomé e Moisés, no centro de Istambul, Turquia — Foto: REUTERS/Dilara Senkaya

Erdogan declarou que as autoridades confiscaram todos os exemplares da edição e estão tomando medidas legais contra a publicação:

"É uma clara provocação disfarçada de humor, uma provocação vil. Aqueles que forem insolentes com nosso profeta e outros profetas serão responsabilizados perante a lei", denunciou o presidente, que disse se tratar de um "crime de ódio".

O ministro do Interior da Turquia, Ali Yerlikaya, condenou o desenho da LeMan como "sem vergonha", e informou que os detidos são o editor-chefe, o designer gráfico, o diretor institucional e o cartunista da revista.

O ministro da Justiça da Turquia, Yilmaz Tunc, disse que uma investigação contra a revista e seus profissionais foi iniciada pelo Ministério Público por "insultar publicamente valores religiosos", e também compartilhou vídeos dos quatro funcionários sendo presos pelo "desenho vil".

"A caricatura ou qualquer forma de representação visual do nosso Profeta não só prejudica nossos valores religiosos como também prejudica a paz social. Todas as medidas legais necessárias serão tomadas sem demora", escreveu.

Mandados de prisão também foram emitidos para outros membros da alta gerência da revista.

O editor-chefe da LeMan, Tuncay Akgun, que atualmente está em Paris, disse à AFP que o trabalho havia sido mal interpretado e que a revista "jamais correria tal risco".

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