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Juros: o que pode mudar rumo das apostas no Brasil e nos EUA

Inflação acelera em setembro. O IPCA-15, prévia da inflação oficial do Brasil, mais forte em setembro que em agosto, passou a acumular alta de 5,32% em 12 meses, ante 4,95% antes, mostrou que os preços ainda resistem em ceder. Isso desafia o Banco Central, que tem o compromisso de atingir uma meta de inflação de 3% ao ano, com tolerância máxima de 1,5 ponto percentual, ou seja, até o teto de 4,5%.

Selic só cai no primeiro trimestre de 2026. Esses dois fatores balizam apostas predominantes do mercado na manutenção da Selic elevada até janeiro, segundo os mais otimistas, ou até abril, para os mais conservadores. Esses grupos estimam a taxa básica de juros no Brasil numa faixa entre 11% e 13%, respectivamente, só ao fim de 2026.

O que pode antecipar corte de juros no Brasil

Câmbio é chave para queda da Selic. A queda do dólar, que reduz preços de importados, como petróleo e insumos da indústria, e itens cotados em moeda estrangeira, como as comodities, tem potencial para facilitar o trabalho do Banco Central, afirma o economista Paulo Gala, professor da FGV. "Nesse sentido, o abraço de Donald Trump a Lula foi uma boa notícia porque avanços de negociações para redução das tarifas sobre produtos brasileiras favorecem a entrada de dólares com aumento de exportações e, por tabela, podem reduzir seu preço, ou seja, a cotação ante o real", afirma.

Essa é a variável chave para o ano que vem. Se o dólar ficar mais perto de R$ 5,00 no ano que vem, isso facilita muito a vida do Banco Central para cortar juros. Se o dólar voltar para perto de R$ 6,00, existe até o risco de a Selic ficar em 15% o ano que vem inteiro. Paulo Gala, economista da FGV

PIB fraco também pode antecipar corte de juros em 2025. O time de economia do maior banco do país, o Itaú Unibanco, coloca, ao lado do dólar, a desaceleração do PIB como fator a se monitorar mais de perto para saber para onde vão os juros. O relatório assinado pelo economista chefe da casa, Mario Mesquita, ex-diretor do Banco Central, aponta: "mantemos nossa expectativa de Selic terminando o ano em 15% ao ano e cortes apenas no primeiro trimestre de 2026, levando a taxa Selic para 12,75%. Reconhecemos, entretanto, que aumentaram chances na direção de um corte antecipado ainda em 2025, o que pode ocorrer caso se verifique uma valorização mais expressiva da taxa de câmbio ou desaceleração mais acentuada da atividade."

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