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JusPorn Awards 2025: a magistocracia sem roupa

O JusPorn Awards fecha esse bonito ano de volúpia magistocrática com festa. Na juspornografia, não há nada que não possa ficar mais libidinoso. Se você acredita que o STF, ao aplicar a lei a criminosos bem-dotados, salvou a democracia, o JusPorn Awards te dá entrada de camarote para a entrega do prêmio. Quer democracia? Aguenta a juspornografia! O JusPorn firma esse pacto com seus premiados e pede respeito.

Nossos candidatos baixaram o nível até onde a porno-justiça goza.

Na cerimônia ecumênica dos 50 anos do enforcamento de Vladimir Herzog por militares, a presidente do STM, ministra Maria Elizabeth Rocha, pediu perdão pelas omissões judiciais na ditadura. O ministro Carlos Amaral Oliveira, bacharel, mandou a ministra, mestre e doutora em direito, "estudar um pouco mais". E completou: "discordo do conteúdo, acho que tenho pleno direito a isso aí".

"Tenho pleno direito a isso aí" é o postulado juspornográfico do ano. Na sua qualidade porno-doutrinária, foi quase tão preciso quanto a confissão de alcova de Raimundo Nonato em campanha ao TJ do Ceará ano passado: "princípio da dignidade da pessoa humana, mas primeiro a dignidade remuneratória".

A aposentadoria de Luís Roberto Barroso atiçou personagens que expandem competências no escurinho da porno-legalidade. Discordam da competência presidencial de nomear ministro. Gilmar Mendes revelou que "STF é jogo para adultos", lugar para "pessoas corajosas e preparadas". E anunciou o corajoso e preparado Rodrigo Pacheco como seu candidato. Davi Alcolumbre, também de mãos dadas a Pacheco, rompeu com o governo. Dizem até que vai deixar a sabatina para depois das eleições.

Na categoria "não é lobby, é hobby", o JusPorn Commitee celebra a expansão global da juspornografia do encontro. Lide, Esfera e IDP repaginaram o circuito Elizabeth Arden dos encontros magistocráticos com muito recurso público e conjunção de interesses. Não é só Lisboa.

Na categoria "não é lobby, é empreendedorismo familiar", saudamos a expansão do business model magistocrático. A juspornografia prospera na magisto-family tradicional brasileira, formada por magisto-babies, magisto-wives e magisto-sisters. Nesse family-office, advogados parentes mostram o caminho da celeridade processual e da ampla defesa carnal.

Foi por isso também que Luiz Fux, patrono da magisto-family, acompanhado de outros ministros, autorizou "nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta ou colateral". Na reta ou na colateral, a juspornografia vai democratizando a jurisdição indecorosa.

Menção honrosa a ministro cuja empresa prospera em contratos rentáveis. Rendeu até "Almoço Empresarial Lide com André Mendonça" para "debater perspectivas e desafios do cenário econômico". Não é lobby, é coragem empresária!

E terminamos essa abertura com a categoria onde tudo cabe: "não é lobby, é sacanagem público-privada". Não porque Toffoli compartilhou camarote da final da Libertadores na boa companhia de Cláudio Castro e queremos saber mais quem. Mas sobretudo porque, para fazer porno-justiça à banqueirofilia, virou relator do caso de Vorcaro, patrocinador de eventos frequentados por ministros fora do país. Na primeira canetada, decretou sigilo no processo. Fiquemos de olhos bem fechados.

No exercício do nosso dever constitucional do voyeurismo, voltamos na semana que vem. Nem falamos ainda dos salários top-less!

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