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Lula cobra G20 por ações efetivas sobre clima, pobreza e governança global

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Publicado 13.12.2023 09:41 Atualizado 13.12.2023 10:35

Lula cobra G20 por ações efetivas sobre clima, pobreza e governança global © Reuters. Presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa durante cerimônia, em Brasília 12/12/2023 REUTERS/Adriano Machado

Por Lisandra Paraguassu

(Reuters) -Ao abrir sua primeira reunião como presidente do G20 este ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou dos demais países do bloco compromisso com o desenvolvimento, o combate às mudanças climáticas e a reforma da governança global, e atuação mais forte na eliminação das desigualdades.

"O G20 não é apenas o grupo das maiores economias, reunindo 80% do PIB global, 75% das exportações e cerca de 60% da população mundial. O G20 é atualmente o fórum político e econômico com maior capacidade de influenciar positivamente a agenda internacional", disse o presidente ao abrir o encontro conjunto da trilha financeira e da trilha de sherpas - os negociadores políticos do G20, nesta quarta-feira.

"Não nos convém um mundo marcado pelo recrudescimento dos conflitos, pela crescente fragmentação, pela formação de blocos protecionistas e pela destruição ambiental. Suas consequências seriam imprevisíveis para a estabilidade geopolítica", continuou.

Um dos pontos centrais da ação brasileira durante o ano de presidência do G20 é a reforma das instituições de governança global, incluindo o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Em seus discursos mais recentes, Lula tem batido na falta de representatividade dessas organizações, e espera tirar do G20 uma posição conjunta por reformas.

"Queremos enfrentar com seriedade o debate sobre o anacronismo das instituições de governança global, que já não têm representatividade. Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU constituíam, em 1945, 10% dos membros da organização. Hoje são somente 2,5%. Na sua fundação, as juntas do FMI e do Banco Mundial dispunham de 12 assentos para um total de 44 países. Hoje, as juntas têm cada uma 25 assentos representando 190 países. E mantida a proporção original, esses órgãos deveriam contar, hoje, com 52 cadeiras – o dobro de seu tamanho atual", cobrou.

Lula tem incentivado o desenvolvimento de outros bancos multilaterais, como o do Brics, para ocuparem um espaço em as instituições tradicionais, na sua visão, tem deixado a desejar.

"Soluções efetivas pressupõem que os devedores, sejam eles de renda baixa ou média, possam se sentar à mesa para resguardar suas prioridades nacionais. Queremos encorajar instituições financeiras internacionais a cortarem sobretaxas, aumentarem o volume de recursos concessionais e criarem fórmulas para reduzir riscos", cobrou.

"Os bancos multilaterais de desenvolvimento devem ser maiores, melhores e mais eficazes, destinando mais recursos, e de forma mais ágil, para iniciativas que realmente façam a diferença."

Ao falar aos negociadores no encontro inédito -- é a primeira vez que as duas trilhas, política e financeira, fazem um encontro conjunto logo no início dos trabalhos do G20 -- Lula destacou os três eixos que o Brasil pretende trabalhar ao longo deste ano, e que já foram aceitos pelos 20 países, e pediu resultados efetivos.

"Foram muitas as declarações, notas e relatórios adotados nos últimos anos. Mas nem sempre as decisões saem do papel. A articulação entre as trilhas política e financeira que compõem o G20 será essencial para o funcionamento exitoso do grupo", disse.

(Edição de Eduardo Simões)

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