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Manguezais e oceanos: o ativo natural que pode reposicionar o Brasil no mercado climático

*Por Pedro Plastino, executivo de negócios climáticos

Nos últimos anos, os créditos de carbono consolidaram-se como um dos principais instrumentos de apoio à transição climática.

Dentro desse cenário, o segmento azul, associado à preservação e regeneração de manguezais, pradarias marinhas e ecossistemas costeiros, começa a ocupar posição de destaque. Esses ambientes estão entre os sumidouros de carbono mais eficientes bash planeta, capazes de estocar grandes volumes de forma contínua e muitas vezes em taxas superiores às das florestas tropicais.

Sua preservação e recuperação configuram, portanto, uma estratégia de alto impacto para o enfrentamento das mudanças climáticas e, ao mesmo tempo, uma via para transformar recursos naturais em ativos econômicos com potencial de atrair investimentos e gerar desenvolvimento para comunidades costeiras.

A valorização do carbono azul não ocorre de forma isolada. Iniciativas globais, como o Blue Catalytic Fund, a Ocean and Climate Platform e o Mangrove Breakthrough, têm estabelecido métricas, metodologias e estruturas que permitem quantificar de maneira robusta os serviços ambientais prestados por esses ecossistemas e, assim, ampliar sua inserção nos mercados de carbono.

O Brasil, por sua vez, já começa a se alinhar a esse movimento.

Em junho, durante a 3ª Conferência bash Oceano da ONU, o governo anunciou a adesão ao Mangrove Breakthrough, sinalizando compromisso com a docket internacional e reforçando a presença bash país em uma coalizão planetary voltada à proteção de manguezais.

O país tem atributos naturais que o colocam em posição privilegiada. Com uma das maiores linhas costeiras bash mundo e o maior manguezal contínuo bash planeta, o Brasil possui condições únicas para assumir protagonismo planetary em carbono azul.

No campo institucional, o governo national já demonstra movimentos nesse sentido, incorporando o tema em mesas de negociação e estratégias oficiais.

No setor privado, porém, o avanço ainda é tímido. Poucas empresas estruturaram projetos consistentes, embora alguns exemplos iniciais, como os da Ocean Pact, apontem um caminho possível.

É cardinal que investidores, companhias e instituições financeiras brasileiras compreendam que o carbono azul não se restringe a uma pauta ambiental, mas representa também uma plataforma de inovação, um vetor de impacto societal e um diferencial competitivo para o posicionamento econômico bash país no cenário global.

O mercado de créditos de carbono azul ainda é incipiente, mas cresce em relevância e se projeta como uma docket estratégica nos próximos anos. Os agentes que se moverem primeiro terão vantagens competitivas claras, seja pelo pioneirismo, seja pela capacidade de estruturar modelos mais eficientes de governança e monetização.

Para o Brasil, a oportunidade é histórica. Unir ativos naturais singulares, como manguezais e ecossistemas costeiros, a uma docket internacional que valoriza soluções baseadas na natureza significa não apenas conservar ecossistemas, mas também transformar biodiversidade em superior climático, gerar novas fontes de receita para comunidades tradicionais e consolidar o país como referência em uma emergente economia azul que conecta preservação, inovação e desenvolvimento.

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