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Menos da metade dos bares e restaurantes do Estado lucraram em julho

Falta de mão de obra, inflação, baixa renda e até as casas de apostas são fatores que, somados, afetam o desempenho do setor de alimentação fora do lar. Um levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostra que menos da metade dos bares e restaurantes do Rio Grande do Sul operaram com lucro no mês de julho. Mais precisamente, 47%. O restante ficou dividido entre os 39% que registraram estabilidade e os 14% que tiveram prejuízo em seu negócio.

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Falta de mão de obra, inflação, baixa renda e até as casas de apostas são fatores que, somados, afetam o desempenho do setor de alimentação fora do lar. Um levantamento da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) mostra que menos da metade dos bares e restaurantes do Rio Grande do Sul operaram com lucro no mês de julho. Mais precisamente, 47%. O restante ficou dividido entre os 39% que registraram estabilidade e os 14% que tiveram prejuízo em seu negócio.

O presidente da Abrasel no RS, Leonardo Dorneles, classifica o número como preocupante, mas ressalta que o desempenho foi melhor que a média dos últimos 18 meses. Ainda assim, trata-se de uma queda de 4% em relação a junho, que registrou 51% de estabelecimentos com lucro e foi o estopim do setor gaúcho desde 2024. Dorneles ressalta que o único ponto positivo é que os restaurantes com prejuízo diminuíram em 7% na comparação entre os meses.

Com o cinto apertado, o segmento encara diversas frentes que minam seu desempenho. “O custo das mercadorias em 2025, principalmente no início do ano, teve um aumento muito grande por conta da inflação dos alimentos. A ausência de demanda também está fazendo com que as ofertas de salário subam e isso impacta no resultado final dos restaurantes”, explica o presidente da Abrasel no RS.

Outro ponto importante é o impacto das apostas esportivas, as “bets”, na economia brasileira. Dorneles afirma que o poder de compra das pessoas está severamente afetado pela febre e que diversos setores do ramo alimentício são impactados. “Os supermercadistas têm dados que mostram o dinheiro da comida de dentro de casa indo para as casas de apostas. Se o arroz do supermercado está indo para as bets, o que sobra para o entretenimento?” Questiona, se referindo aos bares e restaurantes.

O efeito das enchentes também é sentido. Mesmo após 16 meses da catástrofe, regiões de grande movimento ainda não retomaram o volume de circulação apresentado até abril de 2024. O exemplo utilizado pelo presidente é o Centro Histórico de Porto Alegre.

Por outro lado, o segundo semestre costuma reservar dias melhores para o setor. Dorneles explica que o frio do inverno afastou os consumidores, principalmente em julho — Índice Abrasel-Stone registrou uma queda de 17,7% no faturamento de junho ante maio no Estado, enquanto a média nacional foi de 3,7%. “Normalmente o segundo semestre é muito positivo, em especial pelas festas de final de ano. Setembro, outubro, novembro e dezembro são os melhores meses, apesar de não termos alguns feriados neste ano”, projeta.

O levantamento também aponta que 31% dos estabelecimentos não conseguiram aumentar os preços nos últimos 12 meses. Entre os que realizaram reajustes, 63% o fizeram conforme ou abaixo do índice inflacionário e apenas 6% conseguiram repassar valores acima deste patamar. Dorneles relata que em alguns segmentos, quando não há uma diferenciação do produto ou do serviço, é preciso competir por preço. “Se você não consegue repassar os aumentos de mercadoria ou de mão de obra, isso acaba tirando a margem de lucro”, completa.

Tudo isso culmina no endividamento dos estabelecimentos. A pesquisa da Abrasel aponta que 24% das empresas gaúchas têm dívidas em atraso, referentes a impostos federais e estaduais, além de empréstimos bancários. Dorneles, no entanto, classifica a porcentagem como razoável dentro da série histórica. O combate às dívidas pode ser feito com a redução de juros através de políticas públicas do governo e da recomposição das margens de lucro do setor, segundo ele.

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