Mês passado, reportagem de Jessica Hamzelou, publicada na revista “MIT Technology Review”, descreveu evento num resort luxuoso em Tivat, cidadezinha de Montenegro banhada pelo Mar Adriático. Ali se realizava um encontro de militantes do antienvelhecimento, cujo principal interesse é aumentar a expectativa de vida. Trata-se de um grupo que discorda totalmente da decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de não classificar a velhice como doença.
Militantes antienvelhecimento defendem a ideia de que caberia aos cidadãos decidir o quanto se arriscariam como cobaias de tratamentos — Foto: Gerd Altman para Pixabay
Cerca de 780 participantes se empenhavam em estudar a viabilidade de criar esse Shangri-la. Boa parte já estava havia dois meses em Montenegro, numa comunidade batizada de Zuzalu – o nome não tem qualquer significado, é produto da ferramenta de inteligência artificial ChatGPT. Além de palestras, as atividades iam de mergulhos nas águas geladas do Adriático a cafés da manhã comunitários, passando por sessões de meditação.
O objetivo é desenvolver uma rede que não se limite a fóruns de ciência e se transforme num Estado independente, como defendeu Max Unfried, aluno de doutorado da Universidade de Singapura que espera descobrir a cura da velhice: “Queremos ganhar reconhecimento diplomático”. De acordo com Nathan Cheng, responsável pela comunidade on-line Longevity Biotech Fellowship, “a morte é moralmente ruim, é preciso fazer algo a respeito”.
Os “zuzalenses” tiveram algumas conversas com políticos de Montenegro para instalar sua comunidade, mas as preferências recaem sobre Rhode Island, perto de Boston e uma referência em biotecnologia. O problema é que não há um só rincão nos EUA que esteja livre das leis federais, por isso uma ala dos participantes é favorável a buscar um país da América Latina. Aliás, o Rio Grande do Sul tem um pequeno município batizado de Xangri-lá, com pouco mais de 15 mil habitantes. Fica a sugestão...
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