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Ministro de Putin diz que documento base para cessar-fogo está 'avançado' e descarta Vaticano sediando negociações de paz

O memorando —sugerido pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, durante ligação telefônica com o presidente dos EUA, Donald Trump— deveria ser construído conjuntamente entre russos e ucranianos, mas ainda não se sabe o nível de colaboração envolvido.

A Ucrânia não se pronunciou sobre a declaração de Lavrov até a última atualização desta reportagem.

Lavrov também descartou o Vaticano como sede das próximas rodadas de negociações diretas entre russos e ucranianos. Segundo ele, adotar um local católico não contemplaria países de viés cristão ortodoxo, como a Rússia, e por isso não seria uma "solução elegante".

"Não seria muito elegante que países ortodoxos discutissem em território católico temas relacionadas a eliminar as causas fundamentais (do conflito)", disse Lavrov, que também considerou que "para o próprio Vaticano não seria muito cômodo, nas atuais circunstâncias, receber delegações de países ortodoxos", acrescentou.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou na quinta-feira (22) a criação de uma zona-tampão ao longo da fronteira com a Ucrânia, a primeira desde o início da guerra. Leia mais detalhes abaixo.

Imagem de 2021 mostra veículos militares russos na fronteira com a Ucrânia. — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução

"Foi tomada a decisão de criar uma zona de segurança ao longo da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia. As Forças Armadas russas estão atualmente abordando essa questão", disse Putin, segundo a Tass.

Uma zona-tampão é uma área estabelecida normalmente por dois países em guerra na fronteira ou em regiões de combate para ficar desmilitarizada. Em geral, tropas da Organização das Nações Unidas (ONU) passam a controlar a área para garantir que não haverá ataques nela.

No ano passado, a Ucrânia chegou a dizer que pretendia criar uma "zona tampão" na região fronteiriça, mas não avançou na questão. Kiev ainda não havia se manifestado sobre o anúncio da Rússia desta quinta até a última atualização desta reportagem.

Ucrânia aceitou negociar uma trégua na guerra com a Rússia que já dura mais de 3 anos

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Cerca de 4,5 metros de altura da Finlândia na fronteira com a Rússia em 21 de maio de 2025. — Foto: REUTERS/Leonhard Foeger

A Finlândia concluiu na quarta-feira (21) os primeiros 35 km de uma cerca de 4,5 metros de altura que está sendo construída ao longo de sua fronteira leste com a Rússia. A construção serve para impedir que migrantes cruzem a fronteira, fechada para os russos, por áreas de floresta, segundo a Guarda de Fronteira finlandesa.

A cerca é composta por grades metálicas de 3,5 metros de altura, com um rolo de um metro de arame farpado, e está equipada com câmeras, sensores, alto-falantes e luzes. Segundo a Guarda de Fronteira, a conclusão está prevista para o fim de 2026.

“O principal objetivo da cerca é controlar uma grande massa de pessoas caso tentem entrar da Rússia para a Finlândia”, disse à Reuters o vice-comandante do Distrito de Fronteira do Sudeste da Finlândia, Antti Virta.

A cerca também pode ter outros usos, como em uma eventual invasão de tropas russa, que não é tratado como algo impossível pela Finlândia. Assim como outros países vizinhos da Rússia, o país vem se preparando há anos para uma eventual guerra, caso a guerra na Ucrânia se expanda.

Imagens de satélite reveladas neste mês e confirmadas por oficiais da Otan mostram a construção de bases e infraestrutura militar por forças russas perto da fronteira com a Finlândia. Autoridades de Defesa finlandesas preveem que a Rússia pode realocar milhares de tropas em sua fronteira caso o conflito na Ucrânia mude de cenário.

Em Nuijamaa, próximo a um dos pontos de travessia fechados, o cenário é tranquilo, com apenas o canto dos pássaros sendo ouvido de ambos os lados da nova cerca nesta quarta-feira. No entanto, a Finlândia tem sido alvo de críticas —não apenas da Rússia— pela decisão de fechar a fronteira e construir a cerca.

Cerca na fronteira da Finlândia com a Rússia na cidade finlandesa de Nuijamaa, em 21 de maio de 2025. — Foto: REUTERS/Leonhard Foeger

No mesmo ano, em 2023, cerca de 1.300 migrantes de países como Síria e Somália chegaram pela Rússia à fronteira finlandesa para pedir asilo. Como consequência, a Finlândia fechou indefinidamente todos os oito pontos de travessia de passageiros na fronteira com a Rússia.

A Rússia negou ter orquestrado as migrações. Na época, o governo russo afirmou lamentar profundamente a decisão da Finlândia de fechar as passagens fronteiriças, acusando o governo finlandês de assumir uma postura antirrussa.

Praticamente nenhum migrante chegou à Finlândia após o fechamento da fronteira para passageiros no fim de 2023, mas a Guarda de Fronteira defendeu a necessidade da construção da cerca. “A barreira na fronteira é absolutamente necessária para manter a segurança fronteiriça”, afirmou o chefe de operações Samuel Siljanen.

“Do ponto de vista da Guarda de Fronteira, ela melhora nossa capacidade de realizar a vigilância, de agir caso ocorra algum tipo de perturbação ou incidente na fronteira”, acrescentou Siljanen, dizendo que a cerca é necessária para combater migração orquestrada.

A Corte Europeia de Direitos Humanos pediu à Finlândia que justifique o fechamento indefinido da fronteira. O comissário de Direitos Humanos do Conselho da Europa, Michael O'Flaherty, alertou no ano passado que as restrições temporárias da Finlândia a pedidos de asilo “violariam obrigações internacionais, incluindo a proibição de devolução forçada e de expulsões coletivas”.

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