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Moraes repreende advogado e diz que não permitirá que se faça circo no 'meu tribunal'

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A primeira sessão de audiências com as testemunhas da trama golpista de 2022 no STF (Supremo Tribunal Federal) nesta segunda-feira (19) teve um embate do ministro Alexandre de Moraes com o advogado do ex-ministro da Justiça Anderson Torres Eumar Novacki.

O defensor fazia perguntas ao ex-comandante do Exército, o general Marco Antônio Freire Gomes, que prestou depoimento como testemunha da acusação no processo.

Depois de uma sequência de questionamentos, o ministro chamou a atenção do advogado.

"O senhor já perguntou quatro vezes a mesma coisa. A testemunha já respondeu. Não estamos aqui para fazer circo. Não vou permitir que você faça circo no meu tribunal", disse o ministro.

Novacki questionava Freire Gomes sobre as reuniões nas quais o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria apresentado alternativas para dar um golpe de Estado após a eleição de Lula (PT).

"Foi apresentado uma minuta ao senhor e o senhor teria se recordado que foi a mesma minuta discutida na reunião, consegue ter essa certeza?", perguntou.

"O conteúdo geral. [...] Não me lembro ipsis litteris dos documentos", respondeu Freire Gomes.

"O senhor tinha conhecimento de que essa mesma minuta encontrada na residência do ex-ministro vinha sendo distribuída a diversas autoridades e inclusive na internet?"

"Não, senhor".

"É possível que o senhor tenha visto em outro lugar, tenha se confundido?", perguntou Novacki.

"Não, porque esse documento foi apresentado na reunião do dia 7", disse Freire Gomes.

Moraes rebateu neste momento. "Não adianta ficar fazendo seis vezes a mesma pergunta para tentar que a testemunha mude", afirmou o relator.

O advogado respondeu que o esclarecimento seria importante à defesa e que estava procedendo da mesma forma que a acusação havia feito pouco antes.

"Não estou fazendo nada diferente do que a PGR fez", disse.

O ex-chefe do Exército afirmou à PF que o documento apresentado por Bolsonaro tinha conteúdo idêntico à minuta de decreto encontrada na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres —também réu pela trama golpista.

O depoimento de Freire Gomes foi uma das bases da denúncia da PGR contra o núcleo central da trama golpista. As revelações do general se tornaram públicas em março de 2024.

A fase de depoimento de testemunhas começou nesta segunda com mais de 80 pessoas listadas para serem ouvidas pelo Supremo em duas semanas de audiências. Os primeiros depoentes são os escolhidos pela PGR.

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